quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Eta seleçãozinha ordinária!


O tempo passa, o tempo voa e a seleção brasileira de futebol continua à toa. Nada de novo, nenhum padrão, nada que motive, impressione ou anime torcer nesta partida amistosa entre a Bósnia e o Brasil. Um bando de jogadores medianos querendo fazer sozinho o que em conjunto já seria difícil, sob o desmando de um treinador limitadíssimo, mero entregador de camisas, separando titulares de reservas. O resto é “façam o que vocês sabem” e muitos sabem e tentam fazer, outros que já souberam e desaprenderam, aventuram uma falta fora da área para tentar o gol, como Ronaldinho Gaúcho. Até a defesa que era e é o único ponto confiável e teoricamente pronto e definido com Daniel Alves, David Luís, Thiago Santos, Marcelo foi inseguro, com deficiência pouco comum em David Luís, mas algo momentâneo para o bom jogador que ele sempre demonstrou ser.

A patetice do jogo ficou por conta do treinador, Mano Menezes, que comemorou o gol contra da Bósnia, que deu vitória ao Brasil, por 2 x 1, no final do jogo, como se fosse a decisão e a conquista de qualquer bagulho. Ninguém merece!

Com a palavra Drª Eliana Calmon:



Luto pela magistratura séria, e que não pode ser confundida, nem misturada com meia dúzia de vagabundos infiltrados na magistratura

Eliana Calmon, corregedora nacional do CNJ

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Antes que Michel Teló bote seu bloco na rua.

Walter Queiroz Junior ou Waltinho para os íntimos e para os ex-foliões do Broco do Jacu, como fui juntamente com o saudoso amigo Ed, é uma figura carnavalesca por excelência, além de compositor de sucessos nacionais para Fafá de Belém, Alcione entre outros. Para o Jacu compôs músicas inesquecíveis, pelo menos prá nós, e para ele o carnaval foi e terá que voltar a ser esta celebração popular que lentamente foi sendo expulsa das avenidas para dar lugar aos negócios de uma “meia dúzia de três ou quatro” mercadores do templo. São figuras conhecidas que cacarejam argumentos sempre que postos à prova, para justificar o seu capitalismo predatório, a sua avidez por dinheiro, o indecente descaso com a cidade, usando como tapume a tal indústria do turismo. Uma indústria em que o poder público juntamente com empresas privadas, em geral cervejarias, se cotizam para bancar a festa com todos os seus custos e conseqüências, inclusive comerciais, claro, para que estes infames exponham publicamente seu elitismo social e a sua segregação racial numa cidade eminentemente negra, feito uma espécie do que foi um dia a África do Sul.

Recebi esta semana por intermédio de Dany, um e-mail com a entrevista concedida por Waltinho à revista Muito, encarte do jornal A Tarde aos domingos. Com a lucidez conhecida ele põe o dedo na ferida em que os “axezeiros” e seus mentores transformaram o carnaval da cidade. Waltinho é um romântico, um sonhador, mas não é o único, como diz John Lennon, quer apenas, como tantos, a avenida de volta, a praça, as cadeiras na calçada, a marcha, o frevo, os blocos que foram transformados numa imensa passarela para o desfile de alienígenas, ETs de Varginhas, zumbis que podem ter incorporado o espírito de qualquer coisa, menos de carnaval. A experiência do Rio pode vir a ser uma solução. Quem tem dinheiro, uísque e pó a rodo que encham quantos Sambódromos forem necessários para apreciar aquela papagaiada circense, quem não tem tanto, mas tem a alegria, que possa voltar às ruas e avenidas como dezenas, centenas de blocos invadem o centro e a orla do Rio para brincar o Carnaval. Ainda há tempo, para se equacionar democraticamente a maior festa da cidade, antes que Michel Teló bote o seu trio e o seu bloco na rua, como já ameaçou. Deus é mais!  

Charge: Simanca

O samba comunista.



A CIA Central de Inteligência Americana tem a função de assessoramento ao governo americano através de informações colhidas ao redor do mundo, para a sua política de segurança nacional. Isto em termos de organograma governamental, só que na prática há o lado escuro da lua, missões secretas e conspiradoras ao redor deste mesmo mundo que os “ianques” julgam ser o seu quintal. Com a veemência própria dos movimentos estudantis aprendemos que onde houvesse uma quebra de hierarquia institucional em qualquer país periférico ou alguma invasão cultural solapando as nossas tradições havia o dedo sujo da CIA, por trás ou mesmo à frente destas armações. Não precisa lembrar das ditaduras sanguinárias espalhadas aqui pelo cone Sul da América, nos anos 70, urdidas e planejadas pela CIA a serviço do governo americano. Isto é história, são fatos. Mas, há coisas atribuídas a CIA que mais parecem surtos de perseguição ou maluquice mesmo.

Dia desses, em um consultório médico, em Salvador, folheando uma revista Veja (arrgh!) com as pontas dos dedos, temendo o contágio de algum “antrax ideológico fascista”, li uma declaração atribuída à cantora Beth Carvalho, classificada como comunista, seguindo o padrão de jornalismo dedo duro da revista, que não pode ser levada a sério, com toda respeito que merece a querida cantora. Porém, afirmar que o “funk carioca” é uma invenção da CIA para desestabilizar o samba só poder ser creditada a várias rodadas de cerveja “cerpa” ou a doses e doses de caipirinha à base de 51. Que é que é isso Beth! Se segura malandra!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O fim do horário de verão de cada um.


Charge: Amarildo

Que Canadá que nada - II


Foto: Camila na Bombonera, estádio do Boca Juniors, em Buenos Aires

O Oscar não veio, mas valeu!


Fui frustrante a torcida e a expectativa de uma possível conquista do Oscar por Sérgio Mendes e Carlinhos Brown, para a música, Real in Rio, tema do belo filme do Carlos Saldanha, brasileiro radicado nos Estados Unidos, Rio. A indicação chega a ser um prêmio, um reconhecimento ao trabalho destes brasileiros vitoriosos independente da consagração pela estatueta. Assim como foi a indicação de Central do Brasil, do Walter Salles, em 1999, para melhor filme estrangeiro e a derrota para o também bom, mas não superior, A vida é bela. Vale tudo, pela qualidade.

A também indicação de Fernanda Montenegro para melhor atriz por aquele filme, mesmo perdendo para outras grandes atrizes, levou o nome da atriz brasileira para as páginas dos jornais americanos, sempre de forma, merecidamente, elogiosa. O caminho é este. O cinema brasileiro precisa deste reconhecimento internacional, como as produções argentinas e iranianas porem, não é indicando para a disputa do Oscar filmes como Lula, o filho do Brasil ou Tropa de Elite II que se ganhará esta visibilidade exterior.

Que Canadá que nada!



Foto: Bruno e Camila assistindo uma reunião da máfia argentina, em Buenos Aires.

Dá-lhe, pó de arroz!


Uma campanha de oito vitórias em oito jogos é uma credencial mais que suficiente para a conquista do título. Foi assim com o Vasco, pela final da Taça Guanabara, que enfrentou Fluminense cuja trajetória até a final se deveu a infelicidade do Loco Abreu ao perder o último pênalti pelo Botafogo na semifinal, entregando a vaga de outro finalista ao Flusão. E na acaso e na imprevisibilidade que muitos acreditam no futebol, o Fluminense sagrou-se campeão da Taça Guanabara ao aplicar 3 x 1 no Bacalhau. Coisas do futebol.

Se toda conquista merece comemoração, contra o Vasco merece em dobro como pragueja qualquer flamenguista. Parabéns ao Fluminense. Sou tricolor de coração Sou do clube tantas vezes campeão/ Fascina pela sua disciplina/ O Fluminense me domina/ Eu tenho amor ao tricolor”, pelos versos de Lamartine Babo um dos mais bonitos hinos de clubes cariocas, juntamente com o do América, time do Lamartine

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma cidade alegre como...um velório.


Encontrar nesta cidade um lugar, um bar, para que se possa tomar uma cerveja, ler uma revista, livro ou jornal sem a companhia desagradável de uma sub-música e sua estridência costumeira ou a companhia nem sempre conveniente do “freguês ali do lado” é uma tarefa árdua em um domingo solar que remete a Patamares, Porto da Barra, Itapoan... a solidão enfim E nesta busca solitária por um lugar improvável desembarquei no Hotel Piritiba, em sua área de lazer e ali, onde apenas havia, eu, eu, e eu, quer dizer, nós em mim, pude encontrar o conforto da solidão voluntária. Inevitável que revendo aqueles locais não fosse estar de frente com a situação experimentada no último encontro dos piritibanos onde, ingenuamente, fui cumprimentar na presença do bom caráter João Macedo, um ex-prefeito da cidade, em estado de embriaguez, que recusou a minha saudação. Senti o desconforto do piritibano amigo ante a cavalgadura do executivo municipal, mas que ressaltou a desigualdade e o desnível daqueles que habitam, fisicamente ou não, a cidade alegria.

Quem sabe nestes momentos de reclusão e mesmo de exposição venha encontrar a razão da alegria desta cidade que em seu dia a dia está mais para um cruzado que para um afago. Um dado já é significante e revelador. Os partidários desta corrente, como direi, filosófica, não moram na cidade e aparecem por aqui, de quando em vez, para a prática civilizada de seu diletantismo social.  

Torcendo pelo restabelecimento de Dany.


Foto: Dany, Wesley e Clarinha

Ah, Flamengo!


Não há ultraje maior para um flamenguista que ver o Mengão perder para Vasco. Mas a derrota de quarta feira de virada pelo Bacalhau, pelas semifinais da Taça Guanabara, teve um sabor ainda mais amargo do que a inaceitável perda da classificação para a final de domingo. Esqueceu-se os desacertos do ex-treinador Luxemburgo, as baladas de Ronaldinho, a presidente que não preside, para ficar martelando em nossas cabeças o incrível gol perdido por Deivid frente a seu único adversário, as traves. Aquele gol, que poderia ter sido, garantiria a vitória rubronegra e a sua conseqüente condição de finalista, neste domingo. Mas entre Deivid e o gol havia a trave, havia a trave entre Deivid e o gol.

Se o jogador do Flamengo carecia de alguma visibilidade exterior para seu futebol de gol perdidos e também marcados, como acontece com qualquer atleta, finalmente encontrou. Os maiores jornais da Europa estamparam em suas manchetes e em seus sites o extraordinário gol perdido de Deivid. É verdade que foi uma fama por vias travessas, nunca buscada, mas fatalmente encontrada, como foi por Deivid. O gol perdido por Deivid doeu, não tanto quanto a mediocridade do time do Flamengo com Ronaldinho Gaúcho e Wagner Love, uma dupla no pior estilo “pé doente e sapato roto”, “inútil e incapaz”, “faz que chuta e faz que marca”. Ah! Flamengo.

Ainda é carnaval, cidade.


Findo o desfile das escolas de samba campeãs do Rio, agora pela manhã, o carnaval deve continuar no decorrer do dia. Para os foliões renitentes que insistem em manter o carnaval, prá desespero da Igreja Católica, vários blocos do Rio desfilarão em vários pontos da cidade, a exemplo do Monobloco que tomará o centro da cidade da Candelária à Cinelândia. Para esta celebração profana, ainda sob o reinado de Momo, é esperada uma galera impressionante de hum milhão de pessoas em torno do Monobloco, o que significa um mundo de gente contagiada pelo som da rapaziada de ritmistas.

Conheci o Monobloco em 2010 na Concha Acústica do TCA e pude constatar o poder carismático que Pedro Luis e seus batuqueiros exercem sobre uma platéia extasiada que não para de cantar e dançar durante quase duas horas. Impossível ficar parado e não movimentar sequer o dedão do pé, em um repertório de hits da música nativa transformados em música prá pular brasileira. Isso aqui tá bom demais, Descobridor dos sete mares, Pagode russo, Pombo correio, Pescador de ilusões, Frevo mulher, Alagados, Pró dia nascer feliz, Gostava tanto de você e muito mais, já que tudo cabe no caldeirão contagiante do Monobloco.

Saúde para Ruy Castro!


Vítima de convulsão, na semana do carnaval, o escritor e jornalista Ruy Castro se recupera após uma cirurgia no Hospital São Lucas no Rio. O seu estado clínico é bom. Ruy é dessas figuras imprescindíveis ao mundo cultural do país, pela sua inteligência, pelo seu texto fluente e agradável e pelas biografias de personalidades distintas como Nelson Rodrigues, Garrincha, Carmen Miranda entre outros. Seus textos tanto na Folha como em importantes revistas mensais brasileiras, em geral giram em torno de aspectos do cotidiano ou em temas culturais, em especial de música brasileira e música e personalidades do cinema americano nos anos 50. Autoridade em bossa nova, Ruy Castro em Chega de Saudade traça um panorama do Rio musical na década de 50 e 60 e mergulha, dentro do possível, no mundo impenetrável do grande João Gilberto. O seu livro Chega de Saudade é uma espécie de bíblia para quem quer conhecer a origem e o desenrolar da bossa nova e suas figuras admiráveis como Menescal, Bôscoli, Vinicius, Nara, Carlos Lyra, Norma Benguel, Jonnhy Alf, Silvinha Telles, Newton Mendonça, Tom Jobim e claro João. 

Rápida recuperação para Ruy e imediata volta ao trabalho, para deleite de seus admiradores e seguidores de seus ensinamentos, involuntários, na arte de bem escrever e absorver conhecimentos do mundo cultural daqui ou de alhures   

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Paulo Barros - O grande campeão de 2012


Como prestei atenção e vi o apenas resumo do desfile da Unidos da Tijuca no carnaval deste ano, no Rio, foi o subsídio suficiente para elegê-la campeã, independente dos votos dos jurados. Eles até o final mantiveram emboladas a escola do Paulo Barros, Salgueiro e a Vila Isabel, por pequena margem decimal até o final da apuração. Pelo critério suspeito da simpatia fiz campeã a escola que homenageou Luis Gonzaga, a grande Unidos da Tijuca e seu ousado carnavalesco. Parabens!.

Foto: Figurante da Unidos da Tijuca 2012

A ousadia do carnavalesco Paulo Barros


Tenho pelo desfile das Escolas de Samba do Rio um entusiasmo próximo ou semelhante ao que sinto ao assistir uma partida de xadrez. Sono, enfado, desinteresse que faço o controle remoto rodar feito pião em busca de algo que se possa assistir sem se irritar. Mas, nos últimos anos a presença do carnavalesco Paulo Barros à frente de algumas escolas carioca, como nestes últimos anos na Unidos da Tijuca, me faz parar diante da TV em busca dos seus rasgos de originalidade e ousadia na Sapucaí. São comissões de frente que fogem da reverência tradicional para brincar e causar espanto e muitas surpresas em suas coreografias. Como as bailarinas cujas roupas são trocadas em segundos em um passe de mágica ou mágicos cujas cabeças vão parar coladas ao peito ou embaixo do braço num efeito só possível em picadeiros de circo. Circo de primeira linha, é verdade.

Este ano com um enredo dedicado ao mestre Luiz Gonzaga, o Sambódromo foi tomado por figurantes nordestinos com peles cor de terra, casas de taipas, sanfonas, cangaceiros, espingardas, em fantasias surpreendentes pela beleza e plasticidade. Na comissão de frente enormes sanfonas se transformavam em molas de onde saiam tocadores dos instrumentos misturadas ao colorido e a alegria do grande “Lua”. A Unidos da Tijuca, pode não ganhar nada, como o júri tradicional e conservador costuma tratar as excentricidades do Paulo Barros. Pior para o carnaval e a mesmice dos desfiles de escola de samba, ano após ano.

Quanto às Escolas de Samba de São Paulo, o episódio da apuração dos votos, ontem, dá o dimensão da mistura inadequada de samba com futebol na capital paulista, fazendo crer que São Paulo é, de fato, não apenas o túmulo do samba, mas da baderna corintiana travestida de samba. Lamentável!

Foto: Comissão de Frente - 2011

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A antológica charge de Ziraldo

Charge: Ziraldo

É carnaval, cidade!


Sou de tempo em que a segunda feira era o 2° dia de carnaval. Hoje, no desenrolar da festa em Salvador estamos no quinto dia da folia, quando não o sexto a contar de alguns blocos que já saíram na quarta feira à noite na Barra. Não irá demorar o tempo em que a quarta feira de cinza será invadida pelo arrastão de Carlinhos Brown a Madeirada de Ivete empurrando o calendário da festa para sábado ou domingo, quaresma adentro.

A entrega das chaves da cidade ao Rei Momo significava que a ali era decretado o inicio do Carnaval e a apenas o bloco Barroquinha Zero Hora tomava a avenida na meia noite de sábado prá domingo, fazendo jus ao nome. A ampliação foi se dando independente de qualquer autorização oficial e assim chegou-se à quinta feira com alguns poucos blocos que se aventuravam pela Barra, até a incorporação total com todos os trios e estrelas do axé se espalhando pelos circuitos Barra-Ondina, Campo Grande-Avenida, arrastando a multidão previsível. Este ano a rainha do axé como se denominou ou se autodenominou Daniela Mercury encenou uma ópera em homenagem a Jorge Amado o reverenciado do carnaval, no circuito Barra-Ondina. A rainha do axé sempre posou de intelectual, a parte letrada do axé, em contraposição as suas colegas “axezeiras” mais afinadas com o pagode, arrocha entre outras sujeiras, mesmo que a sua ópera estivesse mais para uma encenação bufa que para um espetáculo do Scala de Milão. É carnaval, e até a bunda de Vadinho de frente para as câmaras de TV fez parte da pantomima operística em uma reprodução da cena do filme de Bruno Barreto “Dona Flor e seus dois maridos” .

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Futebol de penaltis e bobagens globais.

O campeonato baiano de futebol 2012 teve a transmissão de seus jogos adquirida pela TV Bahia, afiliada no estado da TV Globo, em regime de exclusividade, como é comum no arraial global. Se não for exclusivo, não serve. Até esta “coisa” estúpida e sanguinolenta que são as lutas da UFC, demonstrações absurdas de força bruta em que homens se confundem com animais como se estivessem em uma rinha de briga de galo. Também exclusiva, fugindo de uma saudável concorrência, às vezes desnecessária em se tratando de TV Globo e sua indiscutível qualidade técnica e profissional.

Quanto ao Futebol 2012, retrato em miniatura da baixa qualidade de futebol brasileiro, ganha na tela da TV Bahia a sua perfeita tradução em patetice e pobreza técnica. Os noticiários da emissora tiveram seus espaços reduzidos para dar lugar as noticias do esporte em especial e maçicamente do campeonato baiano, em matérias sem conteúdo, desinteressante, ocas em significado, onde o preenchimento do horário é o objetivo. Até o Globo Esporte deixou de ser exibido em sua versão nacional para que a edição baiana ocupasse todo o horário com as reportagens desprovidas de qualquer interesse jornalístico esportivo e informativo. Para um campeonato que até o momento, a única curiosidade é a campanha do atual campeão baiano, o Bahia de Feira, e a extraordinária marcação de pênaltis, a maioria marcada em favor de, você sabe quem.  

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A banda do Habeas Copos.



Estava em Salvador, quinta feira passada, mas não assisti nem acompanhei a saída da Banda do Habeas Copos, evento já incorporado a programação não oficial da folia carnavalesca, desde os anos 80. Organizada pelos proprietários e freqüentadores do tradicional bar da Barra, reduto de jornalistas, intelectuais, artistas, inconformados e malucos em geral, a Habeas Copos percorre as ruas do bairro ao som de uma banda de sopro e percussão com músicas de carnavais passados e mesmo presentes que mereçam execução. Não há corda, esta instituição cretina criada pelos atuais donos do carnaval, separando foliões e espectadores. Juntos numa festa democrática para que todos sejam um na alegria de um carnaval popular, apenas uma camisa alusiva à Banda e ao ano, geralmente bolada como cortesia por um artista plástico, também folião. A participação popular foi crescendo e hoje a expectativa de sua saída já envolve um contingente cada vez maior de foliões.

A banda do Habeas Copos é uma espécie de Banda de Ipanema com a mesma descaracterização, o mesmo aumento de participantes a cada ano e, a descontração e irreverência que marcam o Pacotão, bloco dos jornalistas de Brasília, por exemplo

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ninguém volta ao que acabou!


O estrago causado à cidade pela greve dos policiais, cujo final se deu após doze dias de paralisação, podia ser sentido pela ausência de visitantes em locais que tradicionalmente são pontos de intenso fluxo deles e, que ficaram a ver navios. Aliás, eles os navios até que aportaram na Baia de Todos os Santos, num espetáculo de grandeza e encantamento proporcionado pelas imensas embarcações vistas, em especial, do Mirante da Cruz Caída, na Praça da Sé. Só que os passageiros destes navios por uma questão de segurança não se atreviam descer e circular pelas imediações do Comércio para compras, desfrutando e registrando as paisagens daquela parte da cidade em suas máquinas fotográficas. Tudo muito bem e bom, mas lá ninguém foi, como tantos que em terra firme se resguardaram nos quartos, saguões ou em volta das piscinas dos hotéis da orla. Sem contar os que temendo um prejuízo na viagem a Salvador, cancelaram reservas de hotéis, compras de abadás para blocos de carnaval ou permanência em pousadas e vilages na Linha Verde.

Andei neste período da greve por pontos que ferviam de turistas e nativos em férias pela cidade e, naquele dias permaneciam desertos para desespero de comerciantes destas áreas. Praça Castro Alves, Praça Municipal, Sé, Terreiro, Ruas e Largos do Pelourinho, Teatros, Bares, Restaurantes era pura desolação. Os poucos que se aventuravam a uma cerveja, por exemplo, em bares daqueles locais transmitiam expressões pouco confortáveis de apreensão e medo. Não havia prazer e descontração, mas comentários desconcertantes para os ouvidos daqueles que nos visitavam.  

Finda a greve, a bagaceira turística ainda pode ser revista, já que eles, os turistas, podem aparecer atraídos pela festa carnavalesca e o seu fascínio em festeiros de outras praias, outras paragens. O Carnaval de Salvador, em que pese sua total descaracterização, do monopólio da festa exercido por “meia dúzia de três ou quatro” mercantilistas, da inevitável violência pela escancarada segregação racial, pela maciça propaganda oficial, ainda tem, e muitos, adoradores nos mais profundos cantos do país. A todos eles boa festa, que este ano verei de longe, talvez pela TV, sem queixas ou recordações. “Ninguém volta ao que acabou”. Se sentir saudade ponho prá rodar o DVD do Monobloco e, vou dormir.

Vista a sua fantasia prá encarar a folia.


Simanca: Charges

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A música segundo Tom Jobim.


Os documentários nacionais sobre figuras de nossa política e do mundo das artes têm uma característica que virou chavão, quase uma linha documental. Pega-se a personalidade, pouca importa qual, e ai, recolhe-se imagens de sua época, números musicais, discursos de comícios e entrevistas, em excesso, às vezes de quem tinha, ou não, nada a ver com a personagem focada. Lamentavelmente neste quesito os baianos Caetano e Gil se excedem em sua verborragia que não dizem nada e nem nada acrescentam à biografia do documentado.

O consagrado Nelson Pereira dos Santos e a neta de Tom Jobim, Dora Jobim, fugiram desta armadilha e deixaram o que na verdade importava, a música do grande maestro e compositor carioca. Apenas flui a música, a sua grande e maior identidade. Um som que envolve o mundo através de Pierre Barrou, Henri Salvador, Silvia Telles, Agostinho dos Santos, Dizzy Gilespie, Herbie Hancock, enfim todos os grandes músicos aos pés do maestro soberano.

Os duetos com Elis e Frank Sinatra, alem da interpretação serelepe de Ella Fitzgerald quase me levaram ao aplauso em plena sessão. Mas, contido por timidez ou falta de vergonha mesmo, olhei para os lados, vi em minha direção uma senhora e à minha frente um jovem e mais ninguém. O povo não veio, pior para o povo, que deve ter ficado em casa assistindo o funeral de Wando. Perderam a elegância e a beleza de Desafinado, Samba de uma nota só, Dindi, Garota de Ipanema, Wave, Corcovado, Fotografia, Água de Março, Só tinha que ser com você e mais, muito mais...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Caretas do filho, desejo do pai.


Foto: Sérgio Lima

O CD morreu! Viva o CD!



Vi a morte dos LPs, das fitas cassetes, da bizarrice dos compactos simples e duplos, dos gravadores, tudo para dar lugar aos CDs, a mais nova invenção da tecnologia lá pelos idos de 1986, há 25 anos por tanto. Fui a este funeral pungente com alma, os ouvidos e os olhos em estado de consternação. Chegaram ao fim aquelas pequenas obras de artes das capas dos bolachões e seus encartes em detalhes primorosos e essenciais para o completo entendimento e perfeita audição daquilo que logo passaríamos a ouvir. Artistas como, por exemplo, Elifas Andreato responsável pela confecção das capas dos discos de Paulinho da Viola, Chico, Martinho da Vila, Clara Nunes etc, agora teria a sua disposição as dimensões mínimas de uma capa de CD para expressar em imagem o som que aqueles e outros artistas produziriam. Nunca mais foi o mesmo prazer. Prova disso é a reprodução destas capas de LP’s para o novo e reduzido formato dos CD’s em que a capacidade de encantamento e beleza se dissipou, quase desaparecendo na modernidade da embalagem do novo produto.  

Pois é, a celeridade da informática está jogando para o vaso mais próximo os “modernos” CDs, em face da velocidade das novas ferramentas disponibilizadas pela internet. Discos piratas, trocas de arquivos musicais em download, vendas de faixas de discos pelas próprias gravadoras ou empresas credenciadas e a “baixa” clandestina de músicas em site que permitem, em que pese os riscos de vírus, estão fechando a toque de caixa o tampa do CD.

A Folha, em edição do final do ano em comemoração ao surgimento dos CDs e de algum modo prenunciando o seu breve fim, elegeu as mais belas capas dos “compact disc” nacionais, num total de 25. Um júri de jornalistas da área de cultura e entretenimento elegeu a capa do novo disco de Erasmo, Sexo, como a mais bonita e criativa, que por sinal já foi estampada aqui neste blog, por ocasião dos comentários sobre o novo disco do Tremendão. Em uma capa branca duas impressões digitais formam um coração, tendo ao meio uma fenda vermelha que pode ser facilmente associada a uma vagina, e não sem razão o disco se chama Sexo. Bela a escolha. Também foram contempladas as capas dos discos de Marcelo Camello-Sou, de Caetano-, o último disco gravado por João, cuja capa traz a bela Camila Pitanga, levando o indicador à boca, como se pedisse silêncio. Tudo a ver! Outras escolhas merecem lembranças como as capas de discos do Monobloco, de Betânia, Sepultura, Sandy e Junior, Karina Bhur e outros mais.

Foto: Disco 10 do Monobloco

Tenha ou não tenha medo, o carnaval chegou!


Quem anda pela cidade nestes últimos dias percebe que as empresas privadas responsáveis pelas instalações dos camarotes nos circuitos da cidade, em especial Barra – Ondina e, os órgãos públicos que montam a infra-estrutura da folia, que eles acreditam mesmo na greve da PM e na inviabilidade do Carnaval. Tudo parece que faz parte do desmanche após carnaval e não da construção dos espaços por onde passarão a folia e os foliões. A greve tocou fundo no ânimo dos envolvidos e na euforia pré-carnavalesca.

Bastou que o furor grevista se arrefecesse com a desocupação da Assembléia Legislativa, do recuo dos Oficiais da PM prestes a aderir o movimento, do endurecimento do comando da PM, para que as nuvens desaparecessem e a esperança dos sons dos trios na rua voltassem a fazer parte do cotidiano da cidade. Em qualquer ponto do circuito é comum voltar a ouvir o batuque dos martelos, o ranger dos serrotes, as pancadas de placas e mais placas de madeiras aglomeradas se espalhando por toda a área, prenunciando que o próximo som será o dos trios. É o Carnaval

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O PSOL não sabe sambar!



O Partido do Socialismo e Liberdade, o PSOL, não gosta de carnaval. A nossa esquerda já foi mais alegre. Não sei se a festiva, mas éramos dados a umas festas, como direi, orgiásticas, para espantar o baixo astral que às vezes se avizinhava. Assim como acabou com o carnaval em Salvador, pretende melar o do Rio segundo uma deputada estadual do partido.

Acabar é muita ousadia em que pese a dúvida e o caos em que nossa cidade está metida e que pode se espalhar pelo Sambódromo adentro sem fantasia, sem adereço, sem samba enredo, só a melancolia de quem não é bom da cabeça ou doente do pé. O PSOL não sabe sambar, mas se resolver os abadás já estão prontos, à espera.

Foto: Yahoo

Uma greve prá democrata nenhum reclamar.

Cheguei ontem a Salvador, proveniente de Piritiba, para tratar de assuntos particulares. Ao descer na rodoviária percebi a ausência em suas dependências e em todo trajeto até chegar em casa. Chamava atenção, no entanto, os pontos de ônibus praticamente vazios, as ruas com um trânsito diferente do tumulto habitual, os ônibus trafegando com uma lotação bem abaixo de seu fluxo diário, enfim, a cidade vestia outra fantasia, por conta da greve dos policiais militares. À tarde fui a uma clinica médica na Avenida Garibaldi e a paisagem urbana era a mesma, só que vista de perto, percebia-se que aquelas poucas pessoas que se encontravam nos pontos de ônibus expressava uma certa aflição, certo desconforto na espera e na necessidade de estar ali, quando o sentimento dominante era mesmo estar ou voltar para casa, o mais rápido possível.

A polícia como conhecemos, como ouvimos e lemos era naquele momento um mal necessário, visto que a sua simples presença agiria como fator de intimidação e mesmo de segurança para quantos tiveram que sair às ruas em busca de soluções para seus problemas diários. O noticiário da noite jogou areia no brinquedo dos Democratas, vulgo Demo, do qual Grampinho é a sua voz, enquanto espera a sua vez na prefeitura de Salvador, onde qualquer indignidade é bem vinda. Os democratas de resultados, os oportunistas de plantão, os novos e maus baianos terão que procurar outra boneca para ferrar, já que esta pelo que se viu, até agora, era inflável.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os urubus passeiam sobre a greve da PM


O deputado Grampinho, também conhecido como “pintor de rodapé”, está babando na gravata, de felicidade, enquanto a cidade de Salvador vive mergulhada em dias de grande incerteza em decorrência da greve da PM. Partidário do quanto pior melhor, o deputado, candidato a prefeito da cidade nas próximas eleições, aposta no impasse, no desgaste da autoridade do governador e de seu candidato nestas mesmas eleições, como trunfo para abrir seus caminhos rumo ao Palácio Tomé de Souza, em outubro deste ano. O comportamento é compatível com a pequenez de seus propósitos e de suas pretensões políticas, igualmente proporcionais aos 150 centímetros de sua estatura. Baixo, rasteiro, odioso fiel ao gene que se passa de geração a geração.
Diz-se que “quem puxa aos seus não degenera”, em especial se a matriz puxada é a incorporação de um fazer político degenerado, descomposto, arbitrário e violento. Os seus ganhos políticos como resultados destes e de outros possíveis entreveros se resumirão aos 30% que hoje o coloca como líder das pesquisas eleitorais da corrida municipal. Aliás, os mesmos 30% que lhe era atribuído como líder das pesquisas em 2008, onde amargou a 3ª colocação, sem conseguir chegar ao segundo turno. Salvador não merece, “pois com tiranos não combinam, soteropolitanos corações”.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O som daqui!


As estrelas e estrelinhas do axé e do pagode baiano em tempos de vacas magras, de inicio de carreira, já arrastaram suas latas, sua música ordinária pras banda de cá, do sertão. Hoje, por conta dos seus cachês milionários, seus empresários, agentes, produtores não se dão ao trabalho sequer de considerar qualquer proposta de uma aparição em festas juninas, micaretas, festas de camisas entre outras bobagens. Assim, já apareceram por aqui, na região, artistas como Daniela Mercury, Asa de Águia, Banda Eva, a desconhecida Ivete Sangalo, Banda Mel e outros cujas carreiras não decolaram e hoje amargam o anonimato, o limbo do show business ao contrário do que sempre almejaram e sonharam com o olimpo. A vida é mesmo assim como proclama Nelson Ned do alto de sua sabedoria!

Mas nem por isso os da banda de cá se dão por vencidos. De posse das matrizes do axé, do pagode, do arrocha, dos novos sertanejos e de sandices que tais, os criativos sertanejos vão fazendo cópias daquilo que eles identificam como padrão de sucesso ou meio de ganhar alguns trocados. Cada sábado é uma atração diferente. Não tão diferentes, já que algo os iguala, na indigência musical, na pobreza artística própria dos que são cópias, arremedos das matrizes em que se espelharam e que não são lá grande coisa. Wesley e Igor, Stefanni, Beto Botho, Bonde do Malandro, Rud e Robson estão sempre se apresentando apor aqui, tornando os sábados menos monótonos do que são em regra. “Se não tem tu, vai tu mesmo”.  

Por que é que a gente é assim?


É contraditório. Servidores que são pagos para proteger a sociedade seu patrimônio e seus cidadãos, de repente se voltam contra as suas obrigações constitucionais e saem por aí, eles próprios, gerando a intranqüilidade, fomentando o caos, entregando o estado à sanha devoradora de sua banda podre. Longe de Salvador acompanho apreensivo estes momentos de angustia e tensão vividos pela cidade através dos noticiários de rádio e televisão, alem das informações de amigos, sobrinhos, Moema e Camila que estão por lá. Está ausência longe de me tranqüilizar, preocupa, pelos que estão próximos e expostos ao olho do furacão.

Em 2001, onze anos antes, pude experimentar esta mesma sensação de pânico provocado por estes elementos que mais uma vez se insurgem contra a autoridade do governo estadual e de seus próprios comandantes, como naquele ano. Trabalhava na Rua Chile, morava na Vila Laura e eventualmente almoçava no Largo 2 de Julho, aonde cheguei sem perceber qualquer movimentação nos trechos da Carlos Gomes e Avenida Sete. Nada indicava que alguns instantes depois estes mesmos trechos seriam tomados por uma multidão em polvorosa correndo em qualquer direção. Ao sair do restaurante escolhi uma das direções e também saí correndo sob a ameaça de arrastões e saques naquela zona comercial. A correria me levou para as dependências da Igreja da Piedade um dos poucos locais que ainda não tinha cerrado as suas portas, já que as lojas, restaurantes, supermercados por precaução resolveram encerrar o expediente, enquanto as pessoas em desespero procuravam abrigo.

Desta vez as cenas se repetem, porem, com ousadia redobrada. Policiais encapuzados tomando ônibus de assalto e atravessando o coletivo na pista da Avenida Paralela provocando longos e intermináveis engarrafamentos, os mesmos encapuzados exibindo suas armas ao alto como prova de sua força selvagem são expressões sintomáticas da desobediência e da desrespeito a população de quem deveriam ser guardiã. Um vídeo postado na internet acompanhando o saque de um supermercado em Pirajá é o retrato perfeito do abandono a que chegou uma população desassistida, ignorada, tratada com o desprezo a que nem os animais são submetidos, até se transformarem de fato na banda podre de uma sociedade egoísta, excludente e insensível.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Toga preta, arrogância e caixa preta


A mesma devassa que a mídia faz cotidianamente nas entranhas dos poderes Executivo e Legislativo, agora se espalha pelos labirintos de Judiciário em busca de sua caixa preta. Este é o papel de uma imprensa que se quer e se espera vigilante e altiva. Um comportamento livre, independente e imparcial. Nem sempre isto acontece, como sabemos da atuação partidária dos grandes meios de comunicação do país, em especial jornais e canais de televisão que em época eleitorais assume um caráter de assessoria de imprensa de alguns partidos, aliás, um partido. Mas, bem ou mal o resultado é positivo quando desmascara picaretas engravatados, babando cinismo pelos cantos da boca com uma desfaçatez que enoja, irrita e envergonha os cidadãos decentes deste país.

Mas, com relação ao Judiciário tudo era revestido de muita solenidade, muita reverência, respeito e consideração, como se estes senhores de capa preta fossem o sal da terá, o fiel de balança do tempo, o fio de uma navalha a esgrimir a sua espada justiceira como exemplo de seu rigor exemplar e do seu saber inatingível e inacessível a todos que passivamente baixavam a cabeça. Pipocavam aqui e ali, vendas de sentença por juízes e desembargadores, favorecimento na nomeação para as comarcas, nepotismo, envolvimento de juízes com traficantes entre outros bandidos, prática escancarada de corporativismo, mas tudo de forma superficial, linear sem um aprofundamento maior. De repente, eis que chega a baiana Ministra do Superior Tribunal de Justiça e atualmente Corregedora Nacional de Justiça, Drª Eliana Calmon, trazendo a oportunidade única de passar a limpo as atividades suspeitas ou não desses senhores, que de tão arrogantes parecem não caminhar, tocar o chão, mas levitar como os anjos e, quem sabe os demônios, imagem talvez bem mais próxima de grande parte deles. Drª Eliana Calmon do alto de seu saber, sua coragem, de sua integridade como cidadã brasileira tem nas mãos o espanador da lei e da justiça (mesmo) para atuar de modo “implacável com a corrupção, prática a ser banida do âmbito do Poder Judiciário, com a qual terei tolerância zero”.

Quando se quer desanimar, achar que “tudo está em seu lugar”, que não há jeito, que é assim mesmo, chega Drª Eliana dizendo que não, há muito ainda por fazer, prá levantar o tapete e mostrar a poeira, abrir os porões e soltar os bichos ali amotinados. “Brasil mostra a tua cara!”