quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Puxa o fole Dominguinhos!

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Convalescendo há 07 anos de uma grave doença pulmonar, o sanfoneiro Dominguinhos continua internado na UTI do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, sem melhoras animadoras quanto ao seu quadro clinico. Segundo a sua esposa, a cantora Guadalupe, o sanfoneiro além da enfermidade em seus pulmões padece de hipertensão e diabetes o que complica o seu estado de saúde. Apenas as orações e as preces de seus admiradores poderão reverter o difícil momento pelo qual passa o querido artista.

Puxa o fole Dominguinhos, a música brasileira ainda precisa muito de você, muito mais do que você já nos proporcionou, como no disco Índia de Gal, em 73, sob a direção musical de Gil e em especial no seu solo em Desafinado (Tom Jobim e Newton Mendonça) num arranjo original e moderno como todo o indelével disco da tropicalista baiana. Prá ouvir de joelhos!
Foto: Dominguinhos

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Depois da porta arrombada!

Detalhe do interior do Camarote Salvador Conhecendo o Camarote Salvador: Um outro carnaval baiano
Bastou a explosão do forno crematório nazista de Santa Maria – RS para que as autoridades municipais de qualquer cidade brasileira saísse de sua inércia e de sua ineficiência para de modo atabalhoado ir fechando “cacete armados”, semelhantes ao da cidade gaúcha, em seus domínios e fazer o que nunca fizeram antes, uma frequente e séria fiscalização. A precaução e cuidado que não tiveram durante anos e anos de funcionamento de suas arapucas sonoras agora recebe visitas de todos os órgãos responsáveis pela garantia destes estabelecimentos.

Os camarotes do Carnaval de Salvador que variam da ostentação a verdadeiros galinheiros estão recebendo em seu interior técnicos de variados itens de segurança para inspecionar a observância destes itens que sempre foram exigidos e nunca cobrados ou observados. É o que se deduz da improvisação destes caça níqueis em todo o percurso do circuito Barra – Ondina, onde qualquer espaço, lote, prédio, estabelecimento comercial são transformados em camarotes ao alçapões para ex-foliões ou incautos sempre prontos a derramar em mãos de espertalhões seus suados, ou não, reais.
Sempre olhei com certa desconfiança estes camarotes que oferecem discotecas, cabeleireiros, bufê, academia de ginástica, show, cinema, presença remunerada de artistas globais, manicure, desfile de moda, pedicure, palestras de auto-ajuda, massagista, pó (de arroz) etc, durante a folia. Ué? Mas não era o carnaval que vocês iam ver? E pelo qual pagaram uma "baba" em espécie ou no cartão de crédito?
Foto: Camarote Salvador-2012

O rei do terreiro.

Ao lado do escritório tem uma residência onde um galo sem noção do tempo desanda a cantar a partir de 10 horas da manhã, como se tivesse perdido a noite em altas madrugadas e desconsiderasse o amanhecer do dia como palco para que o seu cantar pudesse fazer algum sentido, mantendo a tradição de sua espécie. Dizem os supersticiosos que galo quando canta após o amanhecer, fora de seu relógio biológico, traz más noticias, mau agouro e, em geral anuncia a morte de alguém. Não creio. Pois a ser verdade que este galo desorientado estivesse prevendo a morte de um morador da cidade, não haveria mais ninguém para que este mensageiro do além viesse levar ou encomendar caixão e vela.

Tenho a impressão que este galo seja cego e faça esta confusão entre noite e dia, ou seja mesmo um notívago, um boêmio e só desligue e procure o seu terreiro após as quatro da manhã, quando as galinhas já despertas imaginam ser as donas do mafuá, da casa da mãe Joana, sem galo prá atanazar. Até ele acordar e começar a cantar.

Foto: Ilustrativa

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A charge infeliz.

Quem é afeito aquilo que acontece no humor jornalístico de nosso país sabe que o Chico Caruso é um dos maiores chargistas brasileiros, juntamente com seu irmão Paulo, o Angeli, o Laerte e alguns poucos mais, sendo os caras que melhor representam a geração pós-Pasquim, naquilo que ela teve de mais inteligente e criativo. O Chico trabalha em O Globo ou pelo menos é responsável por uma charge diária em sua primeira página. Ao contrário do Chico que é o melhor ou um dos melhores chargistas do país, O Globo não é o melhor jornal do país, ainda que se autoproclame, pois lhe falta isenção e, por conseguinte, credibilidade.

Ainda no calor da comoção nacional com o absurdo gigantesco e inaceitável da Boate Kiss em Santa Maria-RS que vitimou mais de 200 jovens, o Chico Caruso publicou ontem na primeira página do seu jornal, do jornal que lhe paga, uma charge que de tão infeliz chega a ser desumana e cruel. O chargista não é necessariamente um humorista, podendo até ser engraçado, fazer rir, porem a matéria prima de seu trabalho cotidiano tende muito mais a ser reflexiva que provocar qualquer escárnio ou riso. A charge é por assim dizer uma crônica ferina e mordaz de um assunto político e social traduzido por traços, caricaturas, situações, personagens facilmente identificáveis a quem quer que acompanhe a nossa diária tragédia urbana.

Colocar num mesmo universo a reação, muito mais de uma mãe do que propriamente da maior autoridade do país, diante da dezena de caixões, com as mãos sobre a cabeça, e expressar: “Santa Maria” como se estivesse diante de uma arapuca em chamas onde mãos crispadas pediam socorro é politizar um assunto que só a canalhice e a má fé dos seus patrões podem justificar. Como um calhorda tentando fazer crer que a Presidente tinha alguma culpa naquele inferno ao confessar a sua indignação, religiosamente. É conhecida a ojeriza e a má vontade que O Globo tem com o PT, petistas e tudo que possa ter alguma vinculação com o partido e, disso a Presidente Dilma Rousseff não escapa haja ou não razão tenha ou não motivos.
 
Se o Chico quis ser agradável aos seus patrões, se quis ser mais realista que o rei, nós seus admiradores só temos a lamentar a falta de sensibilidade, de solidariedade humana num momento em que o silêncio seria bem mais eloquente que pretensas gracinhas sobre os corpos de jovens brutalmente infelicitados. Contrariando o samba do Billy Blanco, nem tudo que dá prá chorar, dá prá rir.
 
Charge: Chico Caruso

Esperando novas chuvas


As chuvas que caíram na região trouxeram de volta a exuberância, por exemplo, das cachoeiras de Morro do Chapéu, cujo destino, no último final de semana se tornou em uma romaria tal ao número de visitantes em uma delas, a Cachoeira do Ferro Doido. Não estive na cidade, mas soube por quem foi do grande número de banhistas e admiradores da enorme queda d’água.

O município da “cidade alegre” não fez nem está fazenda feio quanto à abundância de água em seus reservatórios naturais ou não. É grande o volume d’água recebido pela Barragem do França cujo nível., cada vez mais baixo, preocupava as autoridades municipais quanto ao abastecimento do município e de seus vizinhos também, caso não chovesse. O açude da Leste, de Oldack e até a baixa do Maxixe também se beneficiaram com a intensidade das chuvas, alguns deles chegando a sangrar em face dessa grande quantidade recebida. E com a chuva vem o florescer da vegetação, do verde, dando ao entorno da cidade, a sua paisagem a beleza perdida pela estiagem prolongada a que o município foi submetido, assim como tantos outros.

Felizmente a água tá jorrando, mas espera-se mais, mesmo que os dias ensolarados e de muito calor logo após as chuvas de janeiro possam prenunciar que elas, as chuvas, foram embora. Não façam isto! Tanto tempo esperando pela visita e agora que vocês chegaram já querem partir assim, sem mais nem menos! Venham e fiquem à vontade.

Foto: Poço Feio - Cristiano Oliveira

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós.


Como todo brasileiro, como qualquer cidadão do mundo inicio a semana amargurado e triste ao saber que parte de nossa juventude, como acontece em todo final de semana nas grandes cidades do país, nos deixa de modo tolo, fácil, irresponsável, banal. E aí virão as esclarecimentos, as defesas, os inquéritos, os processos, os advogados mas, as vidas não.

domingo, 27 de janeiro de 2013

O poeta, Patativa do Assaré.

E aí... comeu?

A propósito da postagem sobre o filme Febre do rato, afirmei que os filmes nacionais são pouco visto, excetuando as comédias de costumes protagonizadas por atores globais, que funcionam como uma espécie de chamariz ao cinéfilo sem qualquer exigência cinematográfica, a não ser rir, como as hienas.

Recente levantamento divulgado pelo site Filme B, especialista no mercado brasileiro de cinema, mostra que dos cinco filmes nacionais mais vistos, quatro são as tais comédias com atores globais, exceto Gonzaga – De pai pra filho. Filmes como “Até que a sorte nos separe”, “E aí... comeu?” “De pernas pro ar” 1 e 2, levaram aos cinemas milhões e milhões de espectadores. Esta avalanche de público nos cinemas não é mal para o nosso cinema, já que significa uma conquista de mercado dominado pelas distribuidoras americanas, como também trabalho para diretores, técnicos, atores, maquiadores, roteiristas, cenógrafos enfim, uma gama de mão de obra disponível para o trabalho cinematográfico.

A questão da qualidade destes filmes que não posso avaliar, pois não vi nenhum um, e não gostei, exceto Gonzaga... é um outro departamento, talvez ligado ao Ministério da Educação, como uma questão de política pública. É ruim, mas tá bom!
 
Foto: Marco Palmeira e Dira Paes em cena de "E aí... comeu?"

 

Tem um japonês no meu pé!

 
Enfim consegui o vídeo da peça publicitária que fiz para o Shopping Barra, em 2006, como parte da campanha do Dia dos Namorados, daquele estabelecimento comercial, cujo caminho da cruz já relatei aqui neste espaço, mas que volto ao tema para ilustrar o vídeo.  

As gravações, apenas a parte que me tocava, foram feitas durante uma manhã de sábado, numa das ruas do Horto Florestal e cujo camarim da filmagem era a mansão de uma senhora amiga de alguém da produção. Ali a equipe se reunia, eu trocava de roupa e recebia as instruções verbais do que deveria ser feito e que depois seriam ensaiadas no próprio local da filmagem.
 
Era algo simples que talvez desempenhasse sem qualquer dificuldade não fosse o diretor, um japonês paulista, um Aikra Kurosawa mal resolvido, fosse tão exigente comigo. “Olha prá frente”, “levanta a cabeça”, “suspende o guarda chuva”, “sobe no meio fio”, “desce do meio fio”, “canta a música do MP3” era muita coisa, muito comando, muita gritaria, para as 07 horas da manhã de um sábado e ainda debaixo de chuva. Ainda que a chuva fosse cenográfica, ou até pior, pois gastava a água da vizinhança e que alimentava uma espécie de enorme chuveiro sobre a minha cabeça e que me acompanhava nesta via sacra sob os gritos do japonês. Pensei em desistir e mandar o japonês para alguma esquina da Nagasaki em 1945, mas resisti pela gentileza da equipe de produção em especial da jovem Lívia que havia feito o contato comigo.

Próximo de meio dia o resultado foi dado como satisfatório após a repetição da cena em pelo menos 10 ocasiões e cujas interrupções também atendiam a entrada e saída de moradores de suas residências e o lanche oferecido pela produção para aguentar o repuxo do japonês. Quando terminei a participação na filmagem o boné de mafioso italiano, o pulôver, a camisa e calça de fino corte que usava, assim como o sapato estavam em estado desolador e provavelmente recusados pelo primeiro carente que se apresentasse. Hoje revendo o filme, dá prá ver como o cinema é terra do faz de conta, pois tudo aquilo que gastamos uma manhã para fazer, em que pese o japonês, foi reduzido a poucos segundos em que apareço cantando e dançando, ou melhor, tentando, na chuva, como um Gene Kelly mal-ajambrado.

 

As águas que rolam na Chapada.

Foto
Ando por Morro do Chapéu desde o final dos anos 70, quando meus sogros mudaram prá lá em busca do seu clima europeu como alivio para as crises respiratórias do meu querido e saudoso sogro, Seo Daniel. Sei dos seus mais de 1.000 metros acima do nível do mar, da riqueza natural de seu município espalhada por grutas, cachoeiras, desfiladeiros, paredões, paraíso das orquídeas e habitat do colibri dourado uma das muitas espécies de aves de nossa fauna, em extinção, mas pouco vi destas belezas. Conheço a Cachoeira do Ferro Doido, a Cachoeira do Agreste e a de Fedegosos localizada no distrito de mesmo nome e cujo encantamento, a primeira vista, nunca se separou de mim, embora nunca mais tenha voltado lá.

 
A foto acima é um dos registros de nosso último e único passeio pela Cachoeira de Fedegosos, em que Moema experimenta a força e volume d’água da correnteza.

Foto: Sem comentários!!!
 
As chuvas que caem em toda região devolveu à Cachoeira de Fedegosos a beleza que a estiagem e a seca tinham roubado, como mostram estas fotos de Barreto Valois obtidas na página do “facebook” dedicado ao simpático distrito de Fedegosos.
 
Foto: Barreto Valois - Cachoeira de Fedegosos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Cachoeira do Ferro Doido - A beleza voltou.


Foto: Sthel Braga

Perto do picadeiro e longe da cidadania.

A partida entre o Santos e o Botafogo de Ribeirão PretoSP, pelo campeonato paulista - 2012, antes de ontem, serviu para que o jogador Neymar exibisse, com sobra, as suas  qualidades de malabarista do sinal vermelho e demonstrasse o cidadão pequeno e falso que ele é tal qual o seu cabelo louro. Não havia necessidade daquelas firulas contra o jogador Nunes para a realização da jogada que poderia ou não resultar em gol, sem que aqueles passes de sambista de escola de segundo grupo pudesse ajudar. O picadeiro do circo ou o sambódromo ficavam um pouco distante dali.

Um craque, antes de tudo, tem que ser um cidadão como Messi, quatro vezes eleito o melhor do mundo, sem que o brilho de suas jogadas, passes e gols pudessem significar uma afronta ou menosprezo a um colega de profissão. O Neymar, inebriado com o mundo das celebridades que frequenta, é um produto deformado da sociedade de consumo e do sucesso a qualquer preço, mostrando o que o dinheiro em mãos não tão generosas e merecidas pode fazer ou produzir em forma de aleijão.

O Nunes, do lado de seu modesto clube e, das suas limitações técnicas teve o equilíbrio e a frieza de suportar o despropósito do jogador santista em escolhê-lo como vítima de suas presepadas futebolísticas, que só aparecem quando o Santos está ganhando. Onde estava o Neymar na final das Olimpíadas de Londres, contra o México? Talvez pensando no próxima cor de seu cabelo; com que Maria Chuteira sairia tão logo voltasse derrotado; ou em qual “clip” de pagodeiro demonstraria, mais uma vez, suas qualidades de malabarista do sinal vermelho. Quanto ao Nunes fez bem em não quebrá-lo, como chegou a pensar durante a partida, melhor assim. Mas que merecia um chega prá, isto merecia.  

Caricatura: amauricaricaturas    

Remando contra a maré dos insensatos.

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Por ser o mais novo de uma família de quinze filhos dos quais apenas 08 chegaram à idade adulta, hoje sei o que é a velhice, a minha e das queridas pessoas com quem convivo por laços diversos. Lido com o peso dos meus anos, que se passaram tão depressa, bem como daqueles que pela cumplicidade e amor sei como se tratam os velhos, até porque sou vítima também destas gentilezas, destas compaixões sociais.

Ando de ônibus e sei o que é estar em um ponto, acenar pedindo a parada do coletivo e o motorista fazer cara de paisagem, ignorando a solicitação. Sei o que é estar em uma fila de qualquer repartição ou de bancos, encontrá-los superlotados exalando irritabilidade ou gestos agressivos e inconformados assistirem os velhos que acabaram de chegar, serem atendidos, graças à prerrogativa de um atendimento preferencial, que às vezes lamento ou recuso. Sei o que é me postar em uma fila de cinema ou teatro, composta por um público que representa uma parcela da sociedade escolarizada e educada de uma classe média urbana e ter sobre si os olhares e as expressões condenatórias dos também enfileirados, após a retirada dos idosos da fila, para o tal atendimento preferencial.

O desconforto de antes, já não me incomoda mais, depois que passei a incorporar a antipatia e a arrogância contida na máxima de Zagalo: “vocês vão ter que me engolir”. Não é fácil, pois às vezes, ou sempre, dói, tal qual o amargo da solidão, mesmo para quem fez do silencio e do isolamento a sua amiga e companheira.

Lembro do Walmor Chagas que experimentou os aplausos do público e da crítica durante toda a sua trajetória nos palcos e nas telas do país. Era recebido com pompas e circunstancias em todos os lugares onde se apresentava cercados de amigos e curiosos, bem mais esses. Viu com o passar do tempo este mundo ruir e ter como legado a solidão e a ausência daqueles que imaginava para sempre, sem lembrar-se da canção para quem o “prá sempre, sempre acaba”. E tudo terminou. Só que ele mesmo tratou de fechar a cortina num gesto de coragem, ou covardia, que só ele pôde avaliar, assim como o remorso e a omissão de quem lhe negou, a amizade, o carinho, a companhia.

Charge: Ziraldo

Do Caderninho ao Kama Sutra.


Mais uma vez, outra noite, insone ou não, ouvindo a Rádio Globo e os seus panoramas esportivos, transmissões de jogos (do Flamengo) ou o programa do Beto Brito e seu imenso e farto baú musical. Esta madrugada voltei a ouvir uma música de Erasmo cuja última audição deve estar datada na época da Jovem Guarda, a quarenta e lá vão pedras de anos atrás. Era o Caderninho e sua ingênua e pueril vontade de ser o receptador dos desejos e pensamentos de sua paixão na condição de ser o seu caderno; assim como o Chico, que quis ficar no corpo da amada feito tatuagem. São contextos e épocas distantes e uma poesia e um texto que intelectualmente não se tocam, nem sequer se tangenciam. São diferentes, mas iguais em minha admiração.

Tantos anos depois e, daquele Erasmo nem sombra. Desde que o Rei sentenciou “e que tudo mais vá pro inferno”, que Erasmo foi aos poucos descendo as escadarias opostas àquelas a que o Rei subia, até desaguar na rebeldia e na transgressão do rock. Graças a Deus! Então, daquela docilidade do Caderninho até o CD Sexo de 2012, muito rock rolou sob a ponte, como a faixa Kama Sutra deste disco, onde Erasmo lista as posições de fazer amor, recorrendo a verbos que não cabem (ou cabem!) muito bem numa frase musical, muito menos poética. Erasmo sim; é o cara!

Foto: O Rei, Wanderléa e Erasmo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Antonio Zambujo - Lábios que eu beijei.


Antonio Zambujo é um dos novos nomes da canção portuguesa, da qual o nosso samba canção é primo irmão, tal o mesmo lirismo, a dolência do canto, a saudade de alguém ou de algo que vem ser a essência do fado. O Antonio Zambujo em que pese manter estas características portuguesas, com certeza, procura caminhos inovadores para a sua música, inclusive com a aproximação de compositores e artistas brasileiros, a exemplo de Vinicius de Moraes, Ivan Lins, Roberta Sá e Caetano que é um admirador confesso do interprete português.

Essa aproximação com a nossa música já lhe rendeu a descoberta de compositores dos anos 30 e 40, alem de contemporâneos, como as gravações em seus discos de canções brasileiras, que são freqüentes, como A deusa da minha rua, Quando tu passas por mim, Poema dos olhos da amada etc. Neste vídeo ele canta de J. Cascata e Leonel Azevedo, a valsa Lábios que eu beijei, talvez o maior sucesso da carreira de Orlando Silva nos anos 30. O Zambujo é um interprete que faz jus à linhagem da música portuguesa. Grande voz!

Vídeo: Youtube

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Copa 2014 - Atraso nos estádios e na seleção.


Logo após ser defenestrado do comando do time do Palmeiras juntamente com seu balaio de 700 mil mensais de salário, Felipão deu uma entrevista em julho de 2012, à revista Isto É, em que, sem nenhum pudor, praticamente se oferecia a CBF como treinador da seleção brasileira de futebol. Mesmo que a seleção, bem ou mal, ainda tivesse um treinador, destes que comemoram de modo espalhafatoso vitórias contra Iraque, Egito, Costa do Marfim mas, de qualquer modo um treinador e, que ele não soube respeitar.

.Naquela entrevista além de confessar ser comum falar sem pensar, talvez por isso, tenha afirmado que "Ronaldinho fez a sua opção. Com 32 anos, não dá mais para pegar ele pela mão e levá-lo como se fosse um menino de 15". Bastou que Ronaldinho fizesse algumas boas partidas em 2012, pelo Atlético Mineiro, talvez para justificar a sua contratação e o salário no novo clube (num momento em que nenhum torcedor queria o pagodeiro em seu clube) para que Felipão fizesse constar o mesmo Ronaldinho, em sua lista na primeira convocação como treinador da seleção brasileira. Coerência continua não sendo a sua praia.
 
Foto: Felipão

Cachaça, cerveja, maconha e sexo; muito sexo.

Quando do lançamento em Salvador, no ano passado, não pude assistir já que meus interesses culturais não coincidiam com as minhas obrigações profissionais a quem sirvo. Mas, sabia que um dia veria, mesmo que através do mercado que não ousa dizer seu nome, assisti neste final de semana o super premiado filme Febre do rato do diretor pernambucano Claudio Assis, o mesmo realizador dos inquietantes Amarelo manga e do Baixio das bestas.

Febre de rato é uma expressão usada em algumas cidades nordestinas, mais especificamente em Recife, para designar o nível de irritação e descontrole de alguém em seu cotidiano ou diante de alguma situação. É neste estado, não de descontrole, pelo contrário, mas de frequente excitação em que se encontra Zizo (Irandhir Santos) poeta anarquista e libertário que imprime seus próprios poemas em uma gráfica montada no “muquifo” em que mora, frequentado por seus amigos, amantes, putas, travestis, sua mãe e quem mais chegar. As imagens ainda estão pregadas em minhas retinas graças à força de sua beleza suja, filtradas pela câmera e fotografia do mestre Walter Carvalho reveladas em preto-e-branco, ganhando esta força impactante que lhe confere todo o filme.

O poeta que produz e imprime os seus poemas é o mesmo que sai por sua comunidade fincada às margens dos rios que cortam Recife, bradando contra a miséria e o abandono a que são relegados por outra Recife que se ergue na outra margem dos rios e que lhe fecha os olhos, dá-lhe às costas pendurados em seus edifícios opulentos e indiferentes àquela vida encharcada de cachaça, cerveja, maconha e sexo, muito sexo, no mangue.

Há cenas de uma ousadia perturbadora, em que corpos desnudos, genitálias explícitas, putas velhas se embolam e se enroscam como cobras no cio, filmadas de um ângulo incomum para cenas assim, já que a câmera se posiciona acima dos atores, extraindo delas uma plasticidade de quadro renascentista e não de uma suruba no cabaré de Rosália.

Dizer que o filme é tão somente a atuação soberba de Irandhir Santos (Zizo), da fotografia de Walter Carvalho e da crueza das cenas idealizadas pelo Claudio Assis é pouco e não revelador e de não reconhecimento ao talento da jovem atriz Nanda Costa, do sempre correto Matheus Nachtergale, e dos convincentes Maria Gladys, Juliano Cazarré e Conceição Camaroti. Um grande filme, pena que caia naquele buraco negro do cinema nacional; bom, mas poucos vêem excetos as comédias de costumes protagonizadas por atores globais.

Foto: Nanda Costa e Irandhir Santos

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Saca rolha, o jornal ao contrário.



Pai expulsa filha de casa por ter saído com Neymar e não ter engravidado.
Fonte: Band News FM

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

É dando que se recebe e se enriquece.

 A mesma Constituição que estabelece direitos, que o estado deveria assegurar e nem sempre cumpre, é a mesma Lei Magna que criando a liberdade de culto, de crença, termina por permitir que vagabundos se apropriem desta liberdade religiosa para sairem por aí abrindo igrejas, como quem abre mercearia. Recente estudo da revista americana Forbes, especializada em bisbilhotar o patrimônio de bilionários ao redor do mundo tanto no meio empresarial, como no meio artístico, resolveu se debruçar sobre os picaretas nativos que oferecem o reino celestial em troca do dízimo entre outros achaques a incautos que se deixam seduzir pelo “blá,blá,blá” salvador e suas cantilenas ocas.

Todos os citados como os milionários pastores evangélicos brasileiros têm passagens pela Policia Federal, Ministério Público, Varas Públicas por ações deletérias contra freqüentadores de seus “cacete-armados”, remessa ilegais de dinheiro ao exterior, sonegações de impostos, apropriação de bens de terceiros e todo este receituário próprio dos 171 em geral.

O chefão da riqueza de origem celestial é o notório Edir Macedo, com um patrimônio estimado em 950 milhões de dólares, incluindo canais de TV, jornais, gravadora etc. A lista vai se desdobrando pela ordem de poder financeiro, vindo a seguir o pastor Valdemiro Santiago, misto de pregador e cantor sertanejo; Silas Malafaia o inimigo número um da comunidade gay; R.R Soares que não tem uma emissora de TV, mas sai comprando horários televisivos para os seus programas como quem compra banana em feira, já que dinheiro muito é pouco problema.

E finalmente, fechando a tampa do túnel celestial o casal da Igreja Renascer em Cristo do Bispo Estevam Hernandes e da fofa Bispa Sônia cujo milagre mais ruidoso foi entrar nos Estados Unidos com uma “grana preta” não declarada. O casal do pastoreio esqueceu de combinar o milagre com os agentes policiais americanos, pegando por isso alguns meses de prisão domiciliar, além da dupla ser obrigada a declarar a origem do dinheiro enfurnando nas bolsas Louis Vuitton do bispa chique.

A sua tristeza é a nossa alegria


A presença de Miguel Falabella como ator ou autor, em televisão, é sempre a expectativa de humor inteligente e de bom gosto na tela global, como foram os inesquecíveis e impagáveis seriados Saí de baixo ou Toma lá da cá. Pois, Falabella estará de volta como interprete e criador de personagens estranhos e bizarros a partir de quinta feira, dia 24, com o seriado Pé na Cova.

As histórias se darão em volta de uma família que administra uma funerária no subúrbio carioca de Irajá. Pela sinopse do programa não faltarão situações grotescas e de humor negro, envolvendo personagens semelhantes aos que habitam o estranho mundo da Família Adms, por exemplo.

Tendo como lema “a sua tristeza é a nossa alegria” a família coveira não medirá esforços para a sobrevivência da F.U.I – Funerária Unidos de Irajá recebida como herança de pai avós. É riso certo!

Foto: Marília Pêra

domingo, 20 de janeiro de 2013

A vida podia ser bem melhor, e será.


Hoje pela manhã, em casa de Maia, em Morro do Chapéu peguei na estante um de nossos livros Histórias de Piritiba e ri com a história que protagonizei no consultório do querido e saudoso Zé Almeida. O fato já era hilário e mais ainda o seu desfecho tendo “chegado em casa todo mijado e babando feito um cão raivoso”. Foi neste estado em que me encontrei após a sessão de tortura a que fui submetido na cadeira de barbearia que funcionava como o assento de trabalho naquele arremedo de consultório improvisado na sala de entrada de sua residência. Quem sabe não seja a vida uma colcha de retalhos feita de fatos que a memória guarda, às vezes não, mas costurando com o que é possível o que ficou de nós. Sem literatices, viver é melhor que sonhar.

Poderia voltar a relatar fatos que a memória ainda guarda, sabendo que o tempo urge e nos atropela pela inércia, pela falta de iniciativa em fazermos o que ainda somos capazes e que marcaria para desocupados como nós, parte do que tentamos ser. Voltar a viver na “cidade alegre”, ainda que temporariamente, repito isto como um mantra para dizer a mim mesmo que é passagem, poderia motivar a escrever sobre outros momentos de nossa infância e adolescência vividos ali. Mas não, viver aqui é um castigo que me machuca e maltrata e de onde sempre estou fugindo haja ou não uma oportunidade. Tudo aqui me incomoda, me enche de um vazio que não é físico, mas espiritual mesmo e que as lembranças que às vezes afloram nem sequer viram rascunhos de prováveis impressões. Tudo acabou, não vejo a hora de dizer: Fui!

Foto: Praça Getulio Vargas - Piritiba - Ba

sábado, 19 de janeiro de 2013

Dando munição ao "arrocha" e similares






Número recente da revista BRAVO, trazia uma longa entrevista com a cantora Marisa Monte que posou de modelo para uma bela foto que ilustra a capa desta edição. O entrevistador veio vestido e armado com as armas de Jorge, não para defender ou entrevistar, mas para encostar a grande artista na parede. Era nítido o intento do repórter de desmerecer os últimos trabalhos de Marisa, insinuando como fáceis, populares, comerciais, vendáveis (como se todos não fossem) abandonando uma possível elitização de seu trabalho. Ela, elegante, carismática, com um senso de preservação e exposição de sua imagem única no meio artístico, desmantelou o cara ao afirmar que queria vender tanto quanto Paula Fernandes. Prá quê? O entrevistador enfim se deu conta de que estava frente a uma artista popular, querida e, que almejava o grande público, mesmo que o grande público não passasse nem pela porta, muito menos pela bilheteria do TCA com ingressos a R$320,00. São contradições do “show business”.

Mas, aqui entre nós, os últimos discos de Marisa são um prato feito para o pessoal do “arrocha” e afins que “aboleriza” tudo que vê pela frente, seguindo um gosto popular que talvez Marisa não pretendesse, mas que deu munição. Desde Amor I Love You era audível que o motor da barca ia dar pane ou que o lucro e o estofo a sua conta bancária não era algo a ser desprezado e, se o meio era este que viesse os fins.

Marisa foi um sopro de juventude e bom gosto a nossa música em determinado período da canção popular, onde a mesmice era a tônica, mas como tudo foi levada de roldão pela crueldade capitalista. Marisa, como nós, sabe o preço do Leite Ninho, das mensalidades escolares, do preço da gasolina, da margarina, do curso de inglês, dos ingressos de cinema e teatro, das lojas da Oscar Freire deste mundo onde quem entrou não sai. Já que tá dentro, deixa estar!  

Foto: Marisa em estado de graça - Verde anil, amarelo, cor de rosa e carvão                               

Chove chuva, chove sem parar.


 

Acordei às duas da manhã, dormi, acordei, dormi e a chuva continuava intensa em toda a cidade de Morro do Chapéu, onde mais uma vez, prazerosamente, estou. A chuva tão ansiada por toda a região parece que desta vez chegou com a abundância esperada. Ainda não tive noticias da “cidade alegre” de onde vim, ontem, no final da tarde, mas creio que as águas rolaram tanto quanto aqui, conforme especulavam e acreditavam todos os institutos e tantos nordestinos.

Aliás, lembro que há bem pouco tempo atrás estas previsões do tempo eram levadas na galhofa, na chacota como algo que não merecessem qualquer confiança, assim como as pamonhas servidas em restaurantes árabes, tudo blefe, quando não exatamente ao contrário do que anunciavam. Em caso de previsão de dias de sol, desde já se podia ir preparando as galochas (onde foram parar as galochas?), meões, capotes, sombrinhas, bonés, chapéus que o toró ia cair. Se o tempo virasse e se apresentasse nas previsões como dias de chuva, tempo nublado ou chuvas esparsas, era senha para que o biquíni, maiô, sunga, sombreiro, isopor, frango assado, cerveja em lata pudessem ficar de sobreaviso que iríamos invadir a sua praia. Tudo mudou e, se a chuva vai cair é melhor não sair de casa. 

Foto: Chuva na Chapada

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A mão da limpeza.


Pode até ser coincidência, ainda que em termos de política as coincidências terminem sendo provocações banais. Mas, chama atenção a quantidade de restos de obra de que a cidade de repente está sendo vítima pela conduta de maus proprietários e péssimos cidadãos que vêem inundando as vias públicas com pedaços da madeira velha, restos de paredes, pisos e blocos quebrados, areia, brita impedindo a passagem de transeuntes e veículos. Sabe-se que em alguns casos estes “sujismundos” da coisa pública são ou foram adversários do grupo vencedor da última eleição, o que já coloca a questão como caso de polícia onde os maus elementos são chamados a apresentar explicações sobre seus desatinos perante a vida em comunidade.  

Por outro lado, não se sabe se a Prefeitura Municipal tem alguma lei ou código de posturas que regulamente e discipline a construção de prédios, casas, estabelecimentos comerciais e industriais com a expedição de alvará, concessão de licença e estabelecendo um ordenamento para estas construções. Em regra geral cabe ao proprietário o recolhimento de seus entulhos, restos de obras em um prazo mínimo de tempo, liberando as vias públicas das obstruções causadas por estes desconfortos. O não cumprimento do estabelecido implica em multa e até acionamento jurídico pela desobediência ao que determina o poder municipal.

Pelo sim, pelo não, esta sujeira tem a mesma origem das denúncias e infâmias atiradas dos palanques eleitorais contra os atuais vencedores do recente pleito municipal.

Foto: Ilustrativa  

Entre Sobral-CE e Petrópolis-RJ o bom senso.


Neste período pré-carnavalesco e mesmo pós, as estrelas do axé usam as suas armas de sedução e de ganância para ganhar o que não merecem, sempre tendo a complacência e a convivência de autoridades públicas que manuseiam e alocam recursos que não são seus, pois não são próprios, do modo mais indigente possível. Daí, dão de ombros como quem dissesse: danem-se.

E neste quesito, “não tô nem aí” a rainha do axé, Ivete Sangalo, reina absoluta em sua onipresença financeira e marqueteira. Esta camaleoa das artes e dos negócios é capaz de numa mesma noite aparecer na televisão diante de seus espectadores e adoradores, anunciando a venda de apartamento na casa do baralho; derrubando preços de uma loja de eletrodomésticos e, balançando uma cabeleira loura, incorporando uma delas, graças a uma tintura que ela jamais usará, mas recomenda.

Isto sem falar nos cachês milionários cobrados para qualquer aparição pública, como este cobrado para uma apresentação na cidade cearense de Sobral, um dos muitos municípios nordestinos esturricado pela seca na região, que pagará à rainha do axé a baba de R$650 mil reais na festa da inauguração de um hospital na cidade. Pelo visto neste hospital não faltará tão cedo antibióticos, gases, algodão, fios metálico, leitos, médicos, enfermeiros, talvez possa falta paciente, este “estraga prazer” sempre pronto a reclamar de tudo, menos do show de Ivete Sangalo, sem dúvidas.

Um pouco diferente da atitude do prefeito de Petrópolis – RJ que não repassará este ano para as escolas de samba da cidade a verba de 1 milhão de reais para os seus carros alegóricos, preferindo utilizar aquele montante na manutenção e reparo nas unidades de saúde pública do município. Os sambistas e carnavalescos que sairiam dependurados em carros alegóricos agora terão que mostrar o samba no pé e no chão, assim como o diretor do hospital de Sobral deveria mandar a rainha do axé “ralar nas ostras” de Itapoan e, dar melhor destinação aos tão caros recursos públicos a sua disposição.

Foto: Saúde Pública

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

À espera que o sertão vire mar.


Charge: Simanca

Deixa chover, deixa a chuva molhar.


De volta a “cidade alegre” vive-se a expectativa de chuva a partir de amanhã, quinta feira, que seria ou será uma chuva “arrasa quarteirão” com três dias seguidos de toró prá ninguém nunca mais reclamar. Do meu lado, também espero a chuva, mas pelo que se vê nos estados do Rio, Minas e São Paulo é melhor se acautelar prá invés de reclamar da sêca, da falta d’água, da destruição, não ter que lamentar a destruição provocada pelo excesso da chuva e seus estragos.

Mas, a chuva parece que resolveu oferecer um aperitivo. Acordei às quatro da manhã com a chuva batendo no telhado e escorrendo nas laterais da casa. Não pude fazer a caminhada matinal, mas que tudo seja pela chuva, pelo verde da paisagem, da oferta de alimentos, da abundânica da água e do clima mais ameno. Deixa chover!.

Foto: Ilustrativa

Ah, se eu fosse você, eu voltava prá mim.


Existem artistas, compositores ou cantores, que mantêm uma carreira modesta sem arroubos de genialidade, nem uma busca incessante pelos holofotes da mídia, mas que se eternizam na realização de um trabalho, uma música, que já seria suficiente para registrar seu nome na música brasileira, por exemplo. É o caso de Silvio César, surgido no pós-bossa-nova e que manteve com o movimento uma relação de reverência e de discípulo naquilo que era representativo da qualidade na melodia e nas letras bossanovista.

A sua composição Prá você, que esta madrugada voltei a ouvir no programa do Beto Brito na Rádio Globo – Rio é uma dessas canções que justificam a carreira de qualquer artista tanto pela singeleza da melodia, bem como por achados poéticos que muitos letristas buscam e nem sempre encontram. Prá você teve recentemente uma gravação de Gal que foi parte da trilha sonora de novela da Globo em que a doçura da voz da tropicalista casa com perfeição na emissão de versos como “se você não voltar/o que faço da vida/não consigo encontrar/a alegria perdida/eu não sei nem porque/terminou tudo assim/ ah, se eu fosse você/ eu voltava prá mim”.

Foto: Gal Costa