quarta-feira, 30 de abril de 2014

Vingança!

Não é justiça. É vendetta.
O que Joaquim Barbosa faz com Genoino e Dirceu não tem nada a ver com o conceito de justiça em si – um ato em que existe ao menos uma parcela de uma coisa chamada isenção, ou neutralidade, para usar uma palavra da moda.

Barbosa é movido por um ódio infinito.
A precariedade do sistema jurídico brasileiro é tamanha que se dá a um homem poder para fazer o que Barbosa vem fazendo, com uma hipócrita base de fatos que são fabricados para que a perseguição tenha ares legais.

Joaquim Barbosa provavelmente esteja frustrado. O sonho de virar presidente naufragou miseravelmente. Só a mídia queria, além dele próprio e de um punhado de fanáticos de direita.

As declarações de Lula sobre o conteúdo político do Mensalão também não devem ter ajudado no humor de Barbosa. Sua obra magna, aspas, corre um sério risco de se desfazer em impostura.

Joaquim Barbosa é hoje uma fração do que pareceu ser, e amanhã será ainda menor, e o que sobrar provavelmente se cobrirá de ignomínia para a posteridade.


Texto: Fragmentos do artigo do jornalista Paulo Nogueira
Charge: Bessinha

República das bananas.

A banana que o torcedor espanhol jogou contra o Daniel Alves, como sendo a comida preferida dos macacos e por tabela chamando o próprio jogador brasileiro de macaco e, que tanta celeuma causou e causa mundo afora, pela atitude discriminatória contra o nosso patrício, pode não ter sido tão racista assim. Como já fomos os maiores produtores de bananas do mundo, quem sabe tenha sido uma homenagem ao nosso país pelo seu bananal e, não propriamente uma ofensa.

Acontece que não somos mais os campões da banana, fomos perdendo aos poucos, como tudo, para os países africanos e mesmo para nossos vizinhos da América do Sul, como o Equador, e hoje ocupamos o ainda honroso terceiro lugar, deixando o trono de rei das bananas, para se contentar com o cetro de segundo príncipe bananeiro. Uma espécie de vice da banana, que certo time local tanto ironiza, achando que a glória maior é ser o campeão da banana. Há males quem vêm pra males mesmo.

Foto: Ilustrativa

Saudade de Itapoan, me deixa.

Itapoan amanheceu debaixo de saraivadas de fogos espocando sobre suas casas feias, suas praias sujas, seu caótico trânsito e sua endêmica violência em homenagem ao baiano ilustre Dorival Caymmi. Apenas os fogos homenageiam o grande Dorival, já que a descaracterização do cenário que ele cantou como ninguém não lhe cabe, mesmo que vida tivesse, pois de competência das esferas governamentais cuidar bem da cidade e do estado para os quais foram eleitos, também pela população de Itapoan.

Abstraindo Caymmi desta incompetência de poder, Itapoan lhe renderá homenagens por todo o dia, que começou com a alvorada e irá prosseguir com o café da manhã; lançamento do selo dos Correios pelo seu centenário; exposição; palestras; cortejo do Abaeté até a Praça que leva seu nome; shows, à noite, no Pelourinho com a participações de artistas baianos. 

O encerramento das festividades ocorrerá no Farol da Barra com um espetáculo onde Daniela Mercury receberá Danilo Caymmi e Virginia Rodrigues, para juntos ou individualmente percorrerem o repertório do eterno Dorival. “Me traga boas notícias/daquela terra/toda manhã/E joga uma flor no colo/de uma morena de Itapoan”.

Fotos: Lagoa de Abaeté - Itapoan

A Copa será aqui, mas não será daqui.

As transmissões pelos canais abertos ou fechados das TVs dos campeonatos, torneios e copas dos clubes espanhóis, alemães, ingleses, italianos ou portugueses mostram que a Copa do Mundo será aqui, mas não ficará por aqui. O que nos salva ou alimenta nossas poucas esperanças é que a seleção daqui não joga aqui, pois se dependesse de jogadores, times e jogos medíocres como Flamengo x Corinthians ou Fluminense x Palmeiras em recentes participações pelo Campeonato Brasileiro, estávamos antecipadamente perdidos É como se houvesse um fosso intransponível entre nós e eles, os times europeus.

O jogo de ontem, pelas semifinais da Liga dos Campeões da Europa entre Bayren de Munique e Real Madrid é prova do desnível, da desigualdade que enfrentaríamos na Copa do Mundo, se parte do poderio destas equipes europeias não tivessem a participação de jogadores brasileiros que formarão a nossa seleção. Ainda que o Bayren de Munique demonstrasse no jogo de ontem uma apatia e um desencontro de atitudes se comparado ao Real Madrid, poderia ter sido o vencedor e finalista da Liga contra o Atlético de Madrid ou Chelsea que disputam hoje a outra vaga para a grande final. 

São equipes milionárias, com jogadores extraordinários e demonstração de que o melhor futebol do mundo é praticado por lá, e darão provas disso atletas como Bale, Di Maria, Robben, Ribéry, Schweinsteiger, Xabi Alonso, Sérgio Ramos, Mário Gotze, Benzema e Cristiano Ronaldo e, que alguns deles estarão presentes aqui na Arena Fonte Nova.

Foto: Real Madrid

terça-feira, 29 de abril de 2014

Bananas prá dar e vender

Foi e deverá continuar sendo, sempre, uma unanimidade a condenação a qualquer atitude racista, xenófoba e contrária às minorias, como se revelou nas redes sociais em todo o mundo, a repulsa ao gesto do torcedor espanhol, ofendendo o lateral direito do Barcelona. A banana atirada contra o atleta e instantaneamente consumida por ele, numa atitude reflexiva admirável, absorvendo o insulto e transformando o gesto numa resposta altiva dirigida ao insolente torcedor, foi como se dizia no tempo da vovó, um “tapa com luva de pelica”.

Já quanto ao gesto de Neymar em aparecer, imediatamente após a agressão, com uma hashtag #somos todos macacos ganhou logo o apoio e a seguidores nas redes sociais por ser também ele, vítima de grosserias semelhantes, mas lhe faltar nas palavras, nas orações, o mesmo brilho que consegue com os pés nos campos de futebol. Causou estranheza, não reprovação, até porque em termos evolutivo da raça humana, defendida por Darwin, somos todos macacos mesmo e infelizmente também, racistas.

O sucesso do “somos todos macacos” hoje já se sabe que foi ideia de uma agência de publicidade ligada ao jogador Neymar, que havia preparado o vídeo como uma precaução e uma resposta às novas agressões raciais que o jogador poderia vir sofrer. Não foi com ele, mas com o colega e amigo, Daniel Alves, e então o momento exato para lançar a hashtag que de cara absorvida. Sim, somos todos macacos! 

Foto: Ilustrativa 

Domingo no Parque

Dentro do programa Música no Parque estará se apresentando no Anfiteatro Dorival Caymmi, no Parque da Cidade, no Itaigara, em Salvador, domingo dia 04 de maio, a cantora paulista Tulipa Ruiz, representante das mais expressivas no panorama da nova música brasileira. Tulipa já contabiliza dois discos gravados e muitos elogios junto ao público e crítica.

Assim, como Céu, Tiê, Malu Magalhães, Marcelo Jeneci, Karina Bhur, Márcia Castro, Filipe Catto, Ana Cañas, Roberta Sá entre outros nomes, Tulipa Ruiz não é mais uma promessa, mas voz, atitude e composições próprias que vieram dar liga a este permanente caldeirão em ebulição que é a música brasileira. Domingo, 11 horas da manhã, todos os caminhos levam ao Parque da Cidade e, é prá lá que vou e lá estarei na esperança de um dia luminoso de sol, que espero não nos falte.

Foto: Tulipa Ruiz

Pronta pra explodir!


Charge: Aziz

Só vale o que está escrito.

Acerca de 15 dias, o ex-presidente Lula convocou os blogueiros independentes e com grande número de visitantes em suas páginas, alem de serem jornalistas com desempenho nos mais diversos órgãos de imprensa do país, para uma entrevista em seu Instituto, em São Paulo. A grande imprensa, ou aquela que se considera como tal foi justamente excluída do bate-papo, até por que para ela expressar seu desapreço e seu ódio pelo Partido dos Trabalhadores e seus expoentes, tanto faz ouvir como fazer que ouviu para mentir, difundir calúnias, fazer julgamentos, decidir sentenças, induzir ao erro como é de seu mau costume por todos estes anos.

Mas, mesmo assim, a sua ausência motivou um chororô, uma queixa e uma mágoa que seus colunistas ou aqueles que alugam ou formam suas ideias ao gosto do patrão não se conformaram e, partiram para o ataque, trincheira, aliás, que nunca abandonaram e é o seu oficio degenerado de todos os dias. O Globo, democrático e sensível, como sabemos, foi o que demonstrou maior incomodo com a falta de convite para a entrevista com o ex-presidente e, saiu à caça (o termo é mais que apropriado) dos jornalistas participantes para fazer uma entrevista e, por conseguinte uma reportagem sobre esta conversa de Lula com os blogueiros. 

Todos eles conhecedores do caráter da publicação se negaram a qualquer contato com o jornalão carioca, mas se prontificaram a responder, por escrito, as perguntas previamente remetidas pela sua redação e que seriam publicadas também em seus “blogs” para evitar qualquer distorção no que foi dito, alias escrito por aquela publicação. 

As perguntas eram de uma cabotinice própria de quem imagina deter o monopólio da verdade ou de sua capacidade em repercutir o que quer que seja, e vão desde como chegou ao Instituto, quem paga o seu salário, por que foi convidada para a entrevista, se filiado ao algum partido político, o que acha do governo Dilma e coisas muito mais do tipo interrogatório policial, que propriamente uma entrevista cujo objetivo era chegar ao possível financiamento destes "blogs" por órgãos do governo federal, como esta mesma grande imprensa, canalhamente, insinua. Mas, “vale o que está escrito”.  

Foto: Ilustrativa

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Bananas para quem quiser

Mais uma atitude racista nos campos de futebol e, mais uma vez partindo de torcedores espanhois. E outra vez, tendo como vítima o lateral direito do Barcelona, o baiano Daniel Alves, que segundo ele afirma são mais de 11 anos sofrendo com estas provocações covardes. Se atituides enérgicas não forem tomadas contra estes canalhas que infestam os estádios de futebol, nestes países do velho mundo civilizado, do qual a Espanha é apenas mais um triste exemplo, gestos assim continuarão a manchar o esporte por uma conduta discriminatória incompatível com a diginidade da pessoa humana. 

Não se tem noticia da identificação destes torcedores, em qualquer campo de futebol, inclusive por aqui, como se houvesse um acobertamento ou um descaso das autoridades com uma punição, a mais severa possível, contra estes marginais, travestidos de desportistas.

O inesperado gesto de Daniel Alves ao pegar a banana que lhe foi atirada por um torcedor do Vilareal, e comê-la, quando se preparava para a cobrança de um escanteio, surpreendeu pelo ineditismo da resposta à altura ao desastrado torcedor. Não há espaço para gestos complacentes ou de mera lamentação, mas procurar sempre descaracterizar a pretensa ofensa, como quem dá de ombro, enquanto a procissão dos insensatos passa. “Somos da crise, se ela vier, bananas para quem quiser” 

Foto: Daniel Alves 

domingo, 27 de abril de 2014

Pro dia nascer feliz.

Manhã de chuva fina no sertão, amenizando as altas temperaturas dos últimos dias e trazendo a esperança de água nas cacimbas, açudes e barragens da região. Não gosto de chuva, mas a chuva não deve ser simplesmente uma questão de gosto, vai muito além. Símbolo da fertilidade, da abundância, da fartura, a chuva é vida, em que pese os incômodos de sua presença perturbadora em certos momentos de seu ciclo, mas indispensável como a música em nossas vidas e, que assim seja por toda esta semana que se inicia:
Senhorinha – Mônica Salmaso
De conversa em conversa – João Gilberto
20 e poucos anos – Filipe Catto
Como nossos pais – Elis
Flores – Titãs
Amizade sincera – Renato Teixeira
Nada por mim – Marina Lima
Efêmera – Tulipa Ruiz
Um pro outro – Lulu Santos
Mascarada – Emílio Santiago

Foto: Mônica Salmaso

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Quem é Filipe Catto?

A primeira vez que vi e ouvi Filipe Catto, foi em uma apresentação no programa estudio i da Globo News, apresentado pela simpática Maria Beltrão, onde foi entrvistado por uma bancada fixa que faz parte do programa e cantou músicas de seus poucos discos gravados. Confesso ter ficado impressionado com o seu timbre de voz que, sem a sua imagem ao violão ou em play back, poderia nos levar a Ney Matogrosso ou ecos de Elis em sua interpretação sempre muito personalíssima, segura e de total entrega às canções. Uma figura, um mistério que sempre há de pintar por aí, neste universo musical predominantemente composto por vozes femininas, formado por intérpretes ou compositoras, mas que Filipe não desafina, nem destoa.

A sua discografia, por enquanto se resume a dois discos, Folêgo e Cabelos, olhos & furacões, mas que soa como se tivesse bem mais, tal a sua originalidade e a sua capacidade em transformar canções conhecidas e outras esquecidas, ganharem modernidade e força, graças ao seu talento de excelente intérprete. Um claro exemplo disso é a exaurida, chata e brega, Garçon, do detestável Reginaldo Rossi, que Filipe transpõe para o universo do tango, com direito a bandoneon no arranjo que remete ao Cabaré de João Bosco e Aldir Blanc; muito bom. Outros exemplos podem ser encontrados em regravações de Ave de Prata, de Zé Ramalho, gravado no primeiro disco de Elba Ramalho ou 20 e poucos anos, do mais que chato, Fábio Junior e 2 perdidos de Dadi e Arnaldo Antunes que parecem feitas para a voz de Filipe que assim se apropria de sucessos, recriando-os.

Mas, não só de regravações está sendo construída a carreira de Filipe Catto, mas de músicas que serão identificadas de agora em diante por sua voz, já que não haverá comparações a serem feitas e, mesmo que haja a sua voz se mostrará soberna, original e agradável até pela própria indefinição de seu timbre. Este jovem gaúcho, de 23 anos, chegou prá ficar.

Foto: Filipe Catto

Invasão holandesa.

Segundo a FIFA foram vendidos fora do Brasil, mais de meio milhão de ingressos para os jogos da Copa entre torcedores de 186 países. Se fosse uma conferência da ONU, para tratar de assunto de grande relevância, talvez não se tivesse uma afluência tão grande de chanceleres para um encontro que só o futebol consegue arregimentar. Que a Copa será um sucesso, não se duvida, um sucesso em meio ao caos e, dentro dos parâmetros desta bagunça genuinamente brasileira.

É nossa maneira de organizar “o que não tem mais jeito, nem nunca terá”, mas só a nos cabe atirar pedras, farpas e espalhar protestos por todos os locais de jogos e festas, como aquele irmão, tio ou primo a quem aconselhamos, criticamos, falamos mal, mas não permitimos que terceiros e alheios venham fazer o mesmo. A nós, o que nos é de direito ou imaginamos ser. 

Portanto, é inadmissível e ofensivo o que uma grife holandesa, Coolcat, vem fazendo ao estampar camisetas com grosserias sobre o nosso país, assim como com a Espanha, alvos iniciais desta campanha insidiosa e antidesportiva, invadindo o campo onde se deve dar a disputa, as brincadeiras e sarros.

Foto: Camiseta da grife holandesa Coolcat

Quem vem pra beira do mar...

Os 100 anos de Dorival Caymmi, cujas homenagens começaram o ano passado e continuarão em 2014, ano de fato de seu centenário, com shows, exposições, espetáculos teatrais e o lançamento do disco Caymmi Centenário. Projeto de seu filho Dori Caymmi este disco terá a participação de seus dois outros filhos Nana e Danilo além da presença de Caetano, Chico e Gil, interpretando as canções do nosso “Buda Nagô”, o inventor de uma Bahia Musical, cantada mundialmente.

A Prefeitura de Salvador se integra a estas comemorações, promovendo na próxima quarta feira, dia 30 de abril, data de aniversário do imortal Caymmi, um grande show no Farol da Barra com Daniela Mercury cantando as músicas de Caymmi, tendo as participações especiais de Danilo Caymmi e Virginia Rodrigues. Aliás, Salvador terá uma semana que promete musicalmente, já que no domingo, dia 27, na Praça Cairu, em espetáculo gratuito com as participações de Alcione, Martinho da Vila, Diogo Nogueira e Roberta Sá, em um projeto da linha de cosméticos Nívea, e que indiretamente também renderá aplausos ao mestre Dorival pelo seu centenário, já que todos eles, sambistas, de algum modo beberam ou bebem nas águas do mar da Bahia que Caymmi imortalizou.

As reverências são mais que justas e merecidas, pois se há alguém cuja obra é marcada por uma incomum originalidade, ela é toda a discografia de Caymmi. Antes de Dorival, nada existia em termos de canções do mar, as canções praieiras, cujos exemplos admiráveis são O mar, O bem do mar, O vento, Coqueiro de Itapuã, Suíte dos Pescadores, Quem vem pra beira do mar, Caminhos do mar, É doce morrer no mar, e mais, muito mais. Do mesmo modo que não deixou seguidores, apenas uma legião infindável de admiradores e cultores de sua pequena mais preciosa obra, “porque não há sonho mais lindo, do que sua terra não há”

Foto: Dorival Caymmi

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O caos da Copa.

Não se sabia, mas podia se prever, já que tudo por aqui, histórica e desavergonhadamente, transpira “bola”, lobby, propina e, que debaixo daquele “oba oba” ufanista que resultou na escolha do Brasil o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014, havia mais coisa entre o céu e a terra que os aviões de carreira. A noticia de que houve grana da CBF, do Governo Federal ou de onde quer que tenha saído, estas milhares e milhares de gotas da transpiração nacional para a honraria de sediar o grande evento, era previsível por tudo que vemos e vivemos tristemente.

Mas, para os mercadores e vendilhões da FIFA têm sido uma grande e amarga grana, ante um grande vexame que esta Copa do Mundo por aqui tem tudo para significar. Já bastaria as visitas daquelas autoridades, à frente o Senhor Jérôme Valcke, quase que semanais aos estádios inacabados e, que serão entregues no mesmo instante que os torcedores e operários se atropelarão com a entrada e a saída destes estádios que insistem em contrariar qualquer cronograma. Uns chegando com bandeiras, charangas, camisas coloridas e outros com rotos macacões, capacetes, ferramentas, buscando o caminho de casa.

O Estádio de Brasília, que ficará na história não apenas pela sua inutilidade, mas por ter custado dois bilhões de reais em suas obras, não possui sinal de internet, este nó de pescador que embaralha ainda mais os serviços de comunicações das emissoras de outros países que estarão por aqui cobrindo a Copa do Mundo. A julgar pelas carroças que estamos habituados a trilhar em termos de telefonia como Vivo, Oi, Claro, Tim entre outras indigências que, se os japoneses e coreanos soubessem não viriam aqui.

Foto: Estádio Nacional de Brasilia

Crônica urbana

Pichação em um tapume em volta de uma obra na Ladeira da Barra expressa o desapreço da cidade por esta figura que não hesitou em arrastar toda uma corporação para a ilegalidade de uma greve, cujos interesses particulares se sobrepõem aos da população que se imagina tenham jurado defender.

A propósito o Jornal Metrópole de sexta feira passada detalha de modo jocoso o Plano de Carreira pelo qual aquela figura de triste lembrança luta, faz greve, descumpre o que acordou, paralisa rodovias, aterroriza toda uma cidade, mas de olho no carreirismo político, após a sua expulsão da Polícia Militar em 2006:

Soldo de Soldado da PM em 2006: R$1.264,97
Salário de Vereador: R$15.031,75
Salário de Deputado Estadual: R$20.042,34
Salário de Deputado Federal: R$26.723,13.

Fonte: Jornal Metrópole


quarta-feira, 23 de abril de 2014

De volta prá casa.

Charge: Simanca

Salve São Jorge guerreiro!

Em toda casa tem um quadro de São Jorge
Em toda casa onde o santo é o protetor
Num barracão, num bangalô de gente nobre
Há sempre um quadro deste santo Salvador

Quem é devoto é só fazer uma oração
Que o guerreiro sempre atende
Dando a sua proteção

Por isso mesmo não devemos esquecer
A grande data, dia 23 de abril
Vamos cantar com alegria e prazer
Porque São Jorge é o padroeiro do Brasil

Samba: Padroeiro do Brasil (Ary Monteiro e Irany de Oliveira)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mau começo, Vitória

A estréia do Vitória no Campeonato Brasileiro 2014 foi melancólica. Não pela derrota por 1 x 0, para o Internacional, o que dá a impressão de que foi um jogo disputado e o resultado mínimo pode levar a esta crença, mas não, o Inter jogou como quis e os gols não se sucederam por um destes mistérios do futebol. 

A apatia do time, a falta de garra, de disposição nos condena desde então a esta luta inglória, que sempre coube aos clubes nordestinos cujas participações se limitam a não voltar à Serie B, sem nada mais a aspirar. Triste e, isto é só o começo. As mudanças com relação ao time de 2013, que tanto nos orgulhou, não foram tantas assim, para justificar esta queda abrupta no rendimento da equipe. Que as novas contratações possam a nas trazer de volta a esperança perdida nesta partida inicial do Brasileiro. À luta Leão!

Foto: Vitória

Cidade vazia

A prisão do líder do movimento grevista dos policiais militar reascendeu no sábado estopim de que a greve voltaria, agora em protesto contra a prisão decretada pelo Ministério Público Federal e executada pela Policia Federal. A prisão se deu em um resort de Guarajuba enquanto o líder e seus iguais se preparavam para em churrasco regado a show de arrocha e muita cerveja, segundo se supõe. A justiça jogou na fervura.

Um clima de medo se espalhou na cidade, imaginando viver novas horas de angústia e abandono com a volta da greve, o que acabou não se confirmando, apesar de uma onda intensa de boatos que varreu a cidade. As ruas e shoppings vazios, alem das praias, conferiam a cidade um ar fantasmagórico, de cidade abandonada como naqueles filmes de faroeste em que a população se refugia em suas casas temendo um novo duelo, um novo embate. 

Feriados são sempre benvindos, prolongado então tornam-se bem melhores para os que saem em busca de novas paragens, novos horizontes, não para os que ficam, marcando com a sua presença a vida lenta e o seu existir com os espaços sem a ocupação de seus dias normais e iguais, ante este desigualdade passageira.

Foto: Largo de Santana - Rio Vermelho - 18.04.14

domingo, 20 de abril de 2014

Pro dia nascer feliz!


Na esperança de um inicio de semana de paz, arranhada que foi na semana que passou, trazendo de volta aos seus locais de origem, todos aqueles que muito justamente foram celebrar os dias santificados, o sentido da Páscoa, junto aos seus familiares e amigos longe de seus lares, mas igualmente abençoados onde estiveram.
 
- Por um amor no Recife - Paulinho da Viola
- Saudade de amar - Adriana Calcanhoto
- Quase - Maria Betânia
- Pão e poesia - Moraes Moreira
- Samba de Verão - Caetano Veloso
- O nome do mar - Jussara Silveira
- Pois é, seu Zé - Márcia Castro
- Todo amor que houver nesta vida - Cazuza
- Todo sentimento - Chico Buarque
- Certeza da beleza - Telma Costa 
 
Foto: Jussara Silveira 

Bahia de quase todos os pecados.


Em 1927 o escritor Gilberto Freire esteve em Salvador e em carta ao também pernambucano, Manoel Bandeira, descreve a Bahia de todos os santos e quase todos os pecados em um relato que teria despertado uma inveja boa ao grande poeta.

"Bahia de todos os santos (e quase todos os pecados), casas trepadas umas por cima das outras, casas, sobrados, igrejas, como gente se espremendo pra sair num retrato de revista ou jornal; igrejas gordas (as de Pernambuco são mais magras), toda Bahia é uma maternal cidade gorda, como se dos ventres empinados dos seus montes dos quais saíram tantas cidades do Brasil, ainda outras estivessem para sair".

"Eu detesto teus oradores, Bahia de Todos os Santos, teus ruisbarbosas, teus otaviosmangabeiras, mas gosto de tuas iaiás, tuas mulatas, teus angus, tabuleiros, flor de papel, candeeirinhos, tudo à sombra de tuas igrejas, todas cheias de anjinhos bochechudos, são joões, são josés, meninozinhos deus e com senhoras gordas se confessando a frades mais magros do que eu".
 
Foto: Salvador - Bahia
Texto: Nelson Cadena

Quem é que vai pagar por isso!

As 43 horas de pânico vivida pela cidade em razão da greve dos policiais militares deixou um rastro de destruição que a cidade não merecia, muito menos a sua população. Fruto da intransigência, do personalismo politico de candidatos despreparados, mas ávidos de poder em cargos do legislativo, que levam a aprovar no dia seguinte o mesmo texto que foi reprovado no dia anterior, pondo fim a paralisação desastrada. Prova de que o caráter reivindicatório quase inexistiu, sobrando a exposição midiática para falsas lideranças sindicais, ou melhor associativas, já que aos policiais militares é vedada a sindicalização, mas que burlam a legislação com a falácia de associações, mas dotadas do mesmo sentido politico daqueles.

A maldade da greve começa desde a sua decretação no inicio dos feriados da semana santa, tumultuando, como era o seu objetivo, o lazer de famílias e trabalhadores em merecido descanso. Chama a atenção a sincronia entre exato horário do inicio da greve e o começo das depredações por vândalos e marginais em bairros populares da cidade, como se aguardassem apenas o sinal para dar a largada aos arrombamentos, saques, incêndios num cenário de terror que amedronta e envergonha.

Do mesmo modo que entristece a falta de civismo, de profissionalismo, de educação de maus policiais que não hesitam em enxovalhar a centenária instituição em troca de seus imediatos interesses, largando a população que juraram servir ao abandono do quanto pior melhor. As sanções e punições que já começaram, devem prosseguir até mesmo como indicativo de que o meio militar não pode servir de estofo, de base para alavancar carreiras politicas de elementos nitidamente despreparados para viver em democracia, destituído dos princípios básicos de convivência social, de respeito ao próximo.
 
Fotos: Ilustrativas

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Nem seca, nem inunda.

Nova pesquisa de opinião publicada hoje, e desta vez a cargo do Instituto Vox Populi sobre a eleição para a Presidência da República, e os resultados não mostram grande alteração no desempenho dos candidatos, em relção às últimas pesquisas divulgadas, do IBOPE e Datafolha. A Presidente Dilma continuaria ganhando a eleição no primeiro turno com 40% dos votos válidos, já que os demais candidatos juntos e misturados não alcancariam nada mais que 26% dos votos.

Mas, o que chama a atenção é a carroça de Dudu e Marinão que empacou nos 8 ou 10 por cento e dali não sae, nem a pau. Criam fatos, criam chapas, dizem bobagens aos empresários, aumentam o volume das críticas à Presidente, falam o que não entendem de economia, fazem cara de mau, riem, gargalham e, o trem não anda. O que seria a grande novidade desta eleição, a parceria do socialista de resultado com a ecologista amazônica, que tem um olho na floresta e o outro no agro-negócio, não deslancha; nem seca, nem inunda. Uma coisa! 

Caricatura: Marina Silva.
Fonte: Blog Amoralnato.

Globo Esporte Clube Bahia


Deixei faz tempo, de assistir o Globo Esporte da TV Bahia, com conteúdo local, trazendo as notícias dos clubes do estado, mais precisamente dos clubes da capital, sabe-se quais. Assisto o BA TV e logo em seguida procuro no controle remoto algo assistível e desisto, a não ser que queira ser inuandando com as paixões de corintianos saídos das arquibancadas onde os malucos se concentram. Nem a beleza, nem a simpatia de Renata Fan conseguem amenizar o terror daquela gritaria corintiana a pretexto de “jogo aberto – debate”, ainda que o sangue não tenha jorrado, nem a pancadria civilizada dos debatedores tenha de fato se consumado.

Mas, deixemos os corintianos com a delegacia mais próxima e nos concentramos com os não menos torcedores do globo esporte clube bahia, seus apresentadores e seus comentaristas. Como deixei de ver o programa me detenho na premiação dos melhores do campeonato de 2014, promovido pela emissora e com a participação direta, claro, dos seus jornalistas-torcedores. A decisão é minha de não ver o programa e não vou sugerir a torcida rubronegra que também deixe de vê-lo, já que a sua grande maioria como eu, já deve ter percebido para que lado os ventos do programa vão.

Escolher Marquinhos Santos como o melhor treinador é um contrasenso da premiação, logo ele que foi crucificado durante todo o campeonato e esteve sempre à beira da demissão do cargo por não conseguir impor um padrão de jogo ao time. Fato que a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro só irão confirmar. Demerson como quarto zagueiro, atacante Rahyner (Quem é Rahyner?) o volante Uelliton, que se quer jogou três partidas seguidas é piada tricolor, que os dois contemplados rubronegros poderiam ter sacado e devolvido os troféus aos autores da disparatada premiação. Fora Globo Esporte Clube Bahia!

Foto: Juan (Vitória) - O melhor lateral esquerdo do Campeonato Baiano 2014.


Fomentadores do caos.

Qualquer órgão de imprensa, o Comando da Policia Militar, o serviço de informação do Governo do Estado têm em seus arquivos, seus controles, o áudio de um líder grevista dos policiais militares, em 2012, orientando seus colegas a impedirem o trânsito de ônibus, caminhões e carretas na BR 101, com destino a Salvador, usando a força, furando pneus, incitando claramente a violência contra aqueles que ousarem seguir o seu destino. Era uma espécie de piquete ao contrário, em que a população, os trabalhadores (mesmo!) se davam ao trabalho sujo de impedir a todo cidadão o direito constitucional de ir e vir, que normalmente é feito pelos grevistas e não por aqueles que sofrem as consequências da greve.

Mas, eis que em 2014, nova greve da PM, novo ano eleitoral e, quem aparece no comando do movimento grevista? O mesmo líder de 2012, com sua dicção tão atrofiada quanto a sua compreensão ao direito de sua categoria em fazer greve, só que desta vez fantasiado de vereador do PSDB, o mais hostil dos partidos ao partido do governador ou em qualquer escala de poder sob a tutela daquele partido político. O Governador do Estado então é alçado à condição de Dragão da Maldade contra os santos guerreiros policiais militares grevistas, parafraseando a alegoria política do filme genial de Glauber Rocha.

O que vem ocorrendo em Salvador é prova de que a insensatez e a insanidade grevista, até por quem constitucionalmente não é permitido fazer greve, é inimaginável, tamanha a fúria por 30 dinheiros a mais em seus soldos. Expõe a população, o comércio, ao comprometimento de todas as suas atividades vitais ao dia a dia da cidade, como se a eles não coubessem o papel de zelar pela segurança e a integridade física daqueles que bem ou mal lhes garantem o sustento de suas famílias. Se bem, que com ou sem greve, por omissão ou ineficiência, estamos onde sempre estivemos, nas mãos de Deus, já que nas destes fomentadores do caos nada mais temos a esperar.

Foto: Ilustrativa

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sucessão, um novo olhar

Charge: Chico Caruso

A Paixão de Cristo - Farol da Barra


Domingo pela manhã andando pelo Farol notei a montagem de um gigantesco palco em frente a se de Clube Naval em um período nada usual para grandes eventos musicais, já que se tratava do inicio das festividades religiosas da Páscoa. Na parte externa e no fundo do palco uma enorme faixa esclarecia a finalidade da montagem e do evento que ali se realizaria, A Paixão de Cristo, cuja encenação, nos últimos anos, sempre ocorria na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.

A mudança de local obedece a programação da segunda edição do Festival Artes do Sagrado que envolve uma serie de atividades culturais, como consertos, visitas a museus religiosos, apresentações de corais, alem de uma rota gastronômica pelos diversos restaurantes da cidade. O acesso à encenação da Paixão de Cristo se dará mediante a troca do ingresso por dois quilos de alimentos não perecíveis nos postos de troca espalhados pela cidade. 

O papel de Cristo caberá ao ator baiano Jackson Costa, a exemplo do que já ocorrera em outras montagens que começa hoje e ira até domingo e tem a direção de Paulo Dourado. Sexta ou sábado estaremos por lá. Aleluia!

Foto: Jackson Costa e a saudosa Regina Dourado

terça-feira, 15 de abril de 2014

Balada do lado sem luz

Ouvir o novo disco de Gil, Gilbertos Samba me levou a buscar alguns discos de sua extensa obra musical e composições suas gravadas por outros artistas. Assim, voltei a ouvir Balada do lado sem luz gravada por Maria Betânia em 1976, no disco Pássaro Proibido. Aquele ano representa o início da excursão e lançamento dos Doces Bárbaros e mais precisamente da prisão de Gil em Florianópolis após uma blitz policial no hotel onde os artistas estavam hospedados e, onde também foi econtrado um inocente cigarro de maconha em poder de Gil e do baterista Chiquinho Azevedo. 

Prato feito, naqueles anos de tremenda e repressiva caretice policial, para um delegado espalhafatoso querer mostrar serviço e brilhar como uma estrela, tanto quanto os artistas, suas vítimas. O tempo tratou de esquecê-lo.

Mas, a prisão de Gil motivou os versos da música gravada por Betânia, a Balada do lado sem luz, que trata deste lado sombrio vivido por aqueles que por um instante tem a sua liberdade tolhida, a luz apagada, o vazio. São versos bonitos e de grande expressividade como: "Hoje eu canto a balada do lado sem luz/Subterrâneos  gelados do eterno esperar/Pelo amor, pelo pão, pela libertação/Pela paz, pelo ar, pelo mar/Navegar, descobrir outro dia, outro sol".

Youtube: Balada do lado sem luz - Betânia

Bola que segue.

Parabéns aos campeões estaduais de 2014. Internacional, Atlético Goianiense, Cruzeiro, Londrina, Ituano, Flamengo, Figueirense e mais aqueles que serão conhecidos no próximo domingo, já com o Campeonato Brasileiro em andamento, coisas da CBF.

Quanto ao Flamengo, o nosso Mengão, um parênteses ou dois pontos: É comprensível o chororô dos vascaínos e do seu bacalhau do Porto, procedente da Noruega. O gol foi imedimento, sim, mas um lance com aquela quantidade de jogadores na área, com a rapidez da jogada e da quase fulminante cabeçada de Wallace na trave, tudo ao mesmo tempo, era impossível a observação do bandeirinha ou do juiz para não validação do gol. 

Não houve má fé, até porque era contra o Vasco, se fosse a favor do Ituano seria possivelmente marcado a irregularidade do lance. É assim que anda o futebol, onde nem sempre os melhores são contemplados com o título, ainda com que com uma campanha irretocável durante o campeonato.

Foto: Flamengo Campeão de 2014

Lambança aérea.

O Presidente da Infraero sugere “tapear” as obras dos aeroportos que não serão concluídas no tempo certo, para receber o fluxo de visitantes para a Copa do Mundo, fazendo um remendo aqui, outro ali na tentativa de encobrir a incompetência das autoridades (ir)responsáveis. Se há algo a ser considerado é a sinceridade ou o cinismo de quem teve todo o tempo do mundo para dotar os aeroportos com as condições mínimas de ampliação e modernização de suas instalações e, não fizeram ou não foram capazes de tocar estas obras e a sua operacionalidade no cronograma que se supõe existiu.

Mas, o pior estava por vir. Ante a repercussão do ato falho da autoridade em relação a “tapear” as obras do Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, afirmando que por um erro de expressão acabou dizendo o que não disse, numa verdadeira lambança aérea. Então foi expedida uma nota que fala em “etapear” e não “tapear”, só piorando o vexame sem nada dizer, pois em certas situações o melhor a fazer é sair de cena e não prolongar a luz do refletor,  em que a coxia e não a boca de cena é o lugar certo para atores medíocres. Teatro de segunda conforme se vê. Eita Copa, Eita Copa

Foto: Ilustrativa

A comilança santificada.

Todo período que antecede os feriados da semana santa o fato se repete. Estive sábado na Feira de São Joaquim para fazer compra dos ingredientes da comilança baiana para aqueles dias santificados, onde o jejum seria bem mais apropriado que a mesa farta dos quitutes à base do dendê, quiabo e camarão. Pois, são estes mesmos componentes, alem da castanha, amendoim e, gengibre que de repente atingem preços bem diferentes daqueles praticados nas semanas que passaram sem os reflexos da ganância. 

E nada adianta reclamar se quiser comer gostoso, a não ser cair nas mãos dos "coitadinhos" barraqueiros que reclamam dos fornecedores, que por sua vez põem a culpa nos pescadores e, estes acabam por jogar o fardo no mar, na maré, na rainha das águas, nas correntezas de março, na lua enfim, é papo para lunáticos mesmo e, resta recolher o que for necessário à ceia da Páscoa.

Vencido fui tomar uma cerveja em uma das barracas da parte nova da Feira, que está senda revitalizada e, quem sabe voltar a ser visita obrigatória dos nativos ou dos visitantes da cidade. Música de má qualidade, ameaçando romper os tímpanos dos frequentadores, por um carrinho de som que percorria todas as barracas, vendendo CDs piratas e espalhando em sua reluzente chaparia uma frase lapidar: “se sua estrela não brilha, não tente apagar a minha”. Senti Nietzsche estrebuchar no túmulo e cofiando o bigode matutou: “como não pensei isto antes”.

Foto: Ceia baiana.

Um dia de cão.


Encontrei Salvador, sexta feira passada, paralisada por mais uma manifestação de motoristas, reclamando ou reivindicando qualquer coisa. Desta vez foi o não pagamento por parte dos empresários do setor de transporte, da gratificação pelos serviços prestados por ocasião do Carnaval. Este ou outro pretexto, pouco importa a motivação, pois o que fosse traria o caos como sabemos e, eles, os motoristas, sabem muito mais de sua capacidade de tumultuar a vida da cidade.

Como sempre acontece, a classe dos motoristas dos transportes coletivos têem plena consciência de sua importância na locomoção de trabalhadores como eles, que não possuem uma mobilização sindical tão forte como a deles, e pagam o preço por um serviço vagabundo como o que oferecem à cidade. Deseducados, grosseiros, desrespeitam pontos do trajeto, tratam a população do mesmo jeito que seus veículos enferrujados, caindo aos pedaços, infestados de baratas, sujos, desprovidos de qualquer manutenção, verdadeiras latas de sardinhas onde se comprimem 70 ou 80 passageiros quando deveriam transportar os 45 recomendados

Parte da má qualidade pode ser creditada aos empresários que exploram o setor, mas até que se suportaria tal sacrifício se pelo menos a população tivesse um atendimento e um tratamento digno, que estes maus profissionais que nos conduzem jamais serão capazes de oferecer. 

Foto: Ilustrativa

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Beatles ou Noel Rosa.

São mesmo “coisas nossas” como canta Noel Rosa, em um de seus sambas magistrais ou mais uma manifestação de nossa subserviência cultural ou as duas coisas ao mesmo tempo. O certo é que a Secretaria de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro convidou o jornalista Ruy Castro, colunista da Folha, para assistir ao relançamento do livro do jornalista Henrique Rodrigues, O Livro Branco, que são contos inspirados na obra dos Beatles, cujo título remete ao famoso algum de capa do quarteto londrino.

Rui Castro, talvez não tão beatlemaníaco como eu, mas igualmente admirador da bela obra de Noel Rosa saiu-se com esta: “Não seria mais coerente a prefeitura convidar para o lançamento de um livro de contos inspirado em músicas de Noel Rosa ou de qualquer compositor carioca? Ou vamos esperar que a Prefeitura de Liverpool faça isto?” Apesar de um tanto ranzinza, o Ruy tem lá suas razões. 

Desenho: Noel Rosa (de Elifas Andreato)

Vexame carioca.

A eliminação de Flamengo e Botafogo, ontem à noite da Copa Libertadores - 2014, por clubes mexicanos e argentinos que não fazem parte do universo de conquistas daquele troféu,  é a confirmação da decadência do futebol carioca e do baixo nível do futebol que se pratica por aqui. Em São Paulo, a possibilidade de um modesto clube do interior, o Ituano, conquistar o titulo de campeão paulista deste ano, contra o Santos, o único dos quatro grandes clubes classificado reforça a tese do nivelamento por baixo.

O campeão brasileiro de 2013, o Cruzeiro veio conseguir, também ontem, a classificação para a próxima etapa da Libertadores, após golear por 3 x 0 o pior time de sua chave, ante um começo fraco e com derrotas inesperadas e sem muita expectativa de ficar com uma das duas vagas. Enfim, conquistada, Deus sabe o que será de agora em diante, quando o nível das equipes melhora e disputa vai se afunilando entre os clubes de melhor qualidade técnica.

As razões são várias e estão aí para serem analisadas e buscadas as soluções, que vão desde o amadorismo das diretorias dos clubes, aos altos salários pagos a jogadores “meia boca” e principalmente aos investimentos diminutos nas divisões de base, uma das saídas e a fonte de renda destes mesmos clubes.

Foto: Ilustrativa