sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Salve o "Vila" cinquentão!

O “Vila Velha” foi o primeiro teatro que frequentei em Salvador, quando cheguei por aqui para fazer o cientifico no Colégio da Bahia. Ainda vi em muros e prédios, como o do Mosteiro de São Bento, fragmentos dos cartazes que anunciavam o espetáculo “Nós, por exemplo,”, que marcaria o início de carreira de jovens talentos da música brasileira como Caetano, Gil, Gal e Betânia.

Cheguei depois do acontecimento, mas dos anos 70 em diante estive presente em grande parte de sua programação de shows e peças que agitaram a vida cultural de uma Salvador, ainda provinciana. Foi lá o Desembarque dos bichos depois do dilúvio universal, show onde os Novos Baianos, numa zona generalizada com destruição do cenário entre outras maluquices, se despediam da cidade e partiam para o “sul maravilha” em busca da consolidação de uma carreira, vitoriosamente conquistada. 

Alí também os jovens e talentosos atores do grupo carioca Asdrúbal trouxe o trombone com Regina Casé, Luís Fernando Guimarães, Evandro Mesquita, Patricia Travassos encantaram por vários dias, plateias seduzidas pela ousadia e pela linguagem coloquial, própria de quem fala para os seus iguais, jovens tambem, em Trate-me leão. E shows musicias, muitos e em vários momentos de sua história.

Pois é esta história que este ano completa, cinquentenário, renovado desde que o diretor Márcio Meireles assumiu a sua direção e foi, e é responsável por espetáculos modernos e de sucessos de bilheteria, como aqueles protagonizados pelo Bando de Teatro Olodum, uma de suas muitas criações. Parabéns ao Vila cinquentão!

Foto: Teatro Vila Velha

Trilhos urbanos

Por conta da cortesia de uma casa em temporada de verão, concedida a um familiar, passamos um veraneio inesquecível na praia de Cabuçu, município de Saubara, pequena e aprazível cidade do Reconcâvo Baiano. Na verdade não era simplesmente uma casa, mas um casarão, frente ao mar, com uma incontável quantidade de dependências, quiosque, churrasqueira, varandas e um caseiro que a cada final de tarde pescava camarões para o nosso “happy hour” diário. Mordomia que nos deixou, além das crianças, desacostumados quando da volta a Salvador, findo o convescote saubarense.

Como estavámos bem próximo a Santo Amaro, município desmembrado e criado a partir da área terreitorial de Saubara, fazíamos as nossas compras de manutenção domésticas lá. Numas destas permanências em Santo Amaro andamos por ruas e locais citados por Caetano, santamarense ilustre, em sua bela composição Trilhos Urbanos. Avistamos o cais da Araujo Pinho, e lá o tamarindeirinho onde o imperador fez xixi, preservados como a memória do poeta. Bem como a Rua da Matriz, tudo são lembranças e registro que os poetas carregam pela a vida inteira, mesmo sem nunca mais voltar por lá, o que não se dá com Caetano, sempre de volta em visita a sua Santo Amaro, diferente de nós que nunca mais voltamos a Saubara, como gostaríamos.

Foto: Praia de Cabuçu em Saubara

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Tragédias urbanas.

  • Imagem aérea mostra gruas sendo usadas para retirar a estrutura da passarela e os veículos atingidos das pistas da Linha Amarela

    • Ontem, enquanto esperava o atendimento na fisioterapia, assisti algumas vezes, como já tinha visto pela manhã outras tantas, as mesmas ou novas reportagens sobre a queda de uma passarela, no Rio, após o impacto da mesma com uma caçamba desgorvenada e as mortes de 05 pessoas. Evidente que a perda de uma vida, duas, dez, cem são sempre lamentada em quaisquer circunstancias, em especial de modo tão cruel, tão imprevísivel.

      No entanto, não foi menos trágico o acidente na estrada de Alagoinhas a Inhambupe em nosso estado, com 13 mortes decorrentes da queda de um trator que era transportado em uma carreta, ter se soltado e atingido um ônibus em movimento. Evidente que uma fatalidade como foi o acidente no Rio, praticamente no mesmo dia ou um dia depois, mas sem a repercussão televisiva dada à tragédia carioca. 

      O foco entre um e outro acidente é ainda vestígio de um provincianismo jornalístico na cobertura das grandes redes de televisão do país, em que os acontecimentos ganham importancia a partir do local de suas ocorrências e não pela dimensão da tragedia, independente do número de vítimas; vidas são bens, dádivas se perdidas tornam-se irrecuperáveis.  

      Foto: Ilustrativa 

      quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

      Terra à vista e à prazo


      Um tempo em que a “cidade alegre” nascia e, não era ainda um ponto no mapa do estado, mas o quilômetro 638 da Via Férrea Leste Brasileiro há muito desativada não sobrando sequer os dormentes ou trilhos, restando, no entanto, como a marco, a Estação de Trem cujas instalações foram preservadas e adaptadas como um arquivo cultural da cidade.

      O documento de 1937 funciona como um marketing, um comercial na venda de lotes de terra pelos seus fundadores e grandes proprietários, para o surgimento de um povoado que daria lugar a nova cidade, em que pese as dificuldades criadas pelo municipio de Mundo Novo na emancipação da próspera vila, onde estava localiazada as suas terras. O resto é história!

      Foto: Ilustrativa

      terça-feira, 28 de janeiro de 2014

      O "Rock in Rio" da roça vai começar!

      Uma ou outra banda do pop nacional, uma atração internacional que ninguém conhece, um medalhão da MPB para dar alguma respeitabilidade ao evento e está formado o terreiro para as estrelinhas decadentes do axé, o mau cheiro da má música dos pagodeiros, as previsíveis duplas de sertanejos de boutique, os representantes desta coisa chamada sertanejo universitário (à distancia) se exibirem nesta mistura indigesta de que é feito o Festival de Verão em Salvador-Ba.

      Começa amanhã, dia 29, até sábado, dia 31, no Parque de Exposição, em Itapoan, (não deixa de ser sintomático o local) a celebração do que há de pior em nossa música.

      Foto: Festival de Verão

      Sem fantasia.

      Os três primeiros discos iniciais da carreira de Chico foram gravados na RGE, sem um nome para identificar cada LP, apenas volumes I, II, III. Do quarto em diante, talvez os mais representativos de sua sempre brilhante trajetória foram distribuidos pela Universal Music, que já foi Phillips, Polygram entre outras designações. Daqueles discos primeiros tenho especial predileção pelo Volume III tal a quantidade de pérolas como Carolina, Januária, Roda Viva, O Velho, Ela desatinou, Retrato em branco e preto, Até Pensei e mais, para um mesmo disco. Um transbordamento de talento e de poesia. 

      Uma música daquele disco, entretanto, sempre mereceu a minha atenção pela singularidade do diálogo entre um homem e uma mulher na canção Sem Fantasia, entoada por Chico e por Jane Morais, ela pertencente a um grupo vocal denominado Os Três Morais. Depois de algum tempo de caso com a MPB, a cantora Jane descambou para uma coisa pavorosa como a parceria Jane e Herondy, dupla sempre presente em qualquer antologia que se faça do brega e do mau gosto. Jane por certo sentiu doer o aluguel do apartamento, as contas de condomínio, telefone e energia, cartões de crédito e foi embalar as dores de amor da patuléia.

      Mas, Sem Fantasia encontraria no show Chico e Betânia, de 1975, a interpretação precisa dos dois intérpretes, dando a dimensão daquela busca e espera pela pessoa amada na teatralidade de Betânia e do comedimento de Chico, numa gravação primorosa. Em um especial de Chico para a Band, também nos anos 70, ele recebeu Caetano como convidado naquela canção e, ele cheio de trejeitos, olhares, insinuações, mas, não menos convincente como o intérprete feminino, fez o dueto com Chico, ocupando a voz que Betânia fazia naquele show, conforme registro do Youtube

      Vídeo: Chico e Caetano

      segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

      O Balneário Oásis do Tareco.

      O munícipio de Morro do Chapeu tem uma riqueza natural e ambiental que embora sem o devido cuidado público para com este manacial de beleza, seus habitantes sentem-se orgulhosos e envaidecidos com o potencial turístico da cidade. Ontem, por exemplo, fomos com familiares rever o Balneário do Tareco, a meia hora da sede, formado por um conjunto de piscinas de águas termais e corrente, perene em qualquer época independente das estações de chuvas. Serviço de bar, restaurante, espaço para criança, campo de futebol, quiosque espalhados em extensa área verde, mesas sob árvores frondosas transformam local em aprazivel área de lazer.

      A frequência não se restringe a população morrense, mas a visitantes de municipios vizinhos ou próximos como Cafarnaum, João Dourado, Amércia Dourada, Irecê e a todo aquele que procura nos finais de semana um momento de descontração e alegria na presença de familiares e amigos. Voltamos no meio da tarde, visto o calor que fez no domingo, impróprio para a pele alva e sensível de Julinha. Em breve estaremos de volta.

      Foto: Tareco

      sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

      Laços de Família - Julinha aos 09 meses.


      Os primeiros dentinhos, os primeiros passos, os primeiros tombos, quedas, sustos de todos nós. O crescimento que tanto queremos e esperamos são etapas que lentamente vamos deleitando e nos enchendo de saudades do ontem que passou, buscando a alegria de amanhã já vivenciada agora. Bjs, do vovô bobo.

      Foto: Shirley e Julinha

      O melhor do mau humor.


      - O melhor amigo do homem é o uísque. O uísque é o cachorro engarrafado. Vinícius de Moraes
      - Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e, mesmo assim, ainda gosta de você. Kim Hubbad
      - Quando o sujeito é uma besta e não é capaz de fazer nada, faz filhos. Nelson Rodrigues
      - Um repórter de rock é um jornalista que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para pessoas que não sabem ler. Frank Zappa
      - A minha única restrição aos cigarros é a de que eles já não vêm acesos. Fran Lebowitz
      - (Ao passar mal no avião e a aeromoça perguntar-lhe se estava sentindo falta de ar):
      Não, eu estou sentindo falta de terra. Milton Campos

      Fonte: Coletânea de Ruy Castro

      Ele voltou, o vinil voltou novamente...


      Há vinte anos quando do surgimento dos CDs, uma nova modalidade de gravação sonora, imaginava-se a morte para sempre dos saudosos LPs, os bolachões. Mas, eles resistiram e não se deram por vencidos, pelo menos entre os colecionadores e adoradores de seu formato e de sua sonoridade. O certo é que foram encher prateleiras das lojas de sebo, reduto destes mesmos colecionadores locais ou americanos e europeus em busca de novidades pré e pós-bossa nova, à proporção que os ouvintes de música iam trocando o velho formato pelos modernos CD’s.

      Já falei aqui neste espaço do fim que tiveram e estão tendo os meus queridos LPs, que embora adepto num primeiro momento da novidade dos CDs, sempre senti falta do manuseio de algumas obras de arte no formato de capas de LPs, nas dimensões de 32cm x 32cm, de sua ficha técnica, do cheiro do invólucro de plástico que protegia o vinil, da facilidade da leitura de suas letras, músicos, arranjadores, estúdios de gravação etc. Com o CD tudo isto se perdeu, pelo aprisionamento destas características em seu minúsculo espaço, 13cm x 13 cm, além da perda da qualidade na reprodução de certos sons, audíveis no vinil e pasteurizado no CD, segundo ouvidos muitos sensíveis entre os quais não me incluo, direcionando meu lamento para forma, já que o conteúdo sonoro melhorou.

      Mas, os vinis estão voltando, ainda que verdade eles nunca tenham ido embora, pois mesmo com as gravações no novo formato alguns artistas bancavam a produção de cópias de seus discos para uso pessoal ou para brindes a colecionadores e amigos. Agora, no entanto, a volta se dá em escala industrial, através da Polysom, no Rio, a única gravadora em vinil sobrevivente no país e, responsável pelo lançamento de novos discos neste formato ou reprodução de cópias de discos originalmente gravados e comercializados em CDs, agora transformados em LPs. O ano passado já foram produzidos em torno de 70 mil LPs com reprodução de discos de Tom Zé, Chico Sience, Secos e Molhados, Los Hermanos, Jorge Ben (África Brasil e Tábua de Esmeralda) ou discos que já são lançados nos dois formatos como os casos de Cavalo do Rodrigo Amarante ou Nunca tem fim do Rappa

      Seguindo a trilha da volta dos LPs, as empresas do ramo de eletrônica já estão incluindo em seus estoques a venda dos toca-discos, essenciais para a reprodução dos velhos novos vinis. Os colecionadores agradecem, mas não abandonam os sebos, nunca se sabe a preciosidade que pode se esconder por lá. 

      Foto: Ilustrativa

      quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

      O cara não era ele.

      Recebi um email, um tanto contundente, sobre o possível plágio do Rei com a musiquinha chinfrim, “Esse cara sou eu”. Mesmo sem ter procuração do Rei para defendê-lo de seus desatinos musicais, seus boleros açucarados a partir dos anos 80, além de sua pouco edificante posição quanto às biografias não autorizadas, o Rei não cometeu o pecado de plagiador. 

      Desta vez não, é bom que se diga. O vídeo anexado ao email que comprovaria o plágio do Rei sobre uma música de Elvis Presley é uma montagem grosseira, cheia de furos, primária mesmo. A imagem é mesmo do Rei do Rock, já gordo, papudo e com todos os brilhos a que teve direito em sua indumentária, enquanto andou pelos palcos do mundo. Mas a voz, quanta diferença!

      Alguém com um cruso de inglês não concluído no EBEC e uma voz de passageiro lesado ao pedir o próximo ponto é sobreposta à imagem de Elvis sem qualquer compromisso com a sincronia dos lábios e a pronúncia, desmonta a farsa que queriam imputada ao Rei. 

      Foto: Elvis Presley

      O Maranhão é meu, eu vi primeiro.


      Charge: Simanca

      A primeira Copa que ouvi.


      O rádio era os nossos olhos e ouvidos do mundo, já que televisão era algo muito distante por aqui onde nos encontrávamos de calça curta, bola de pano e chinelo de couro. Embora o Brasil já vivesse às voltas com o novo invento da televisão, as imagens da Copa do Mundo de 1958, na Suécia nos chegaram muito depois, em filmes e vídeo tapes com imagens desfocadas e em preto e branco, mas suficiente para imortalizar a primeira conquista como campeão mundial de futebol.

      Como já havia registrado no primeiro exemplar da serie Histórias de Piritiba, a Copa do Mundo na Suécia nos chegou através do serviço de”alto falante” da bomba de gasolina de Seo Miro, em frente onde hoje resiste o abrigo, na Praça do Comércio da cidade alegre, que um dia foi símbolo da modernidade em serviço de bar e de lazer.

      A tecnologia que fazia ecoar por toda a área a voz dos locutores esportivos, diretamente dos estádios suecos através de suas emissoras de rádio, era amplificada ao volume possível da criatividade do proprietário da bomba de gasolina de Seo Miro e a sua casa de peças, graxas e óleos, O Parafuso. Alí, uma plateia cativa se sentava em volta da torre onde se encontrava o “alto falante”, como se estivesse em torno de um campo de futebol. As ondas do rádio iam e vinham como o mar, em momentos que não deviam ir, pois, em ocasiões assim, Garrincha avançava, driblava, deixando dois marcadores no chão, enquanto nós esfregávamos as mãos, coçávamos a cabeça sem saber qual o desfecho que Garrincha havia dado ao lance e onde a bola teria ido parar. 

      Claro que no gol, como saberíamos segundos depois, talvez um minuto, quando o locutor informava o placar que nos beneficiava mais uma vez. A final seria contra os donos da casa e por serem os anfitriões, em que pese a nossa campanha, não poderia haver menosprezo nem comemoração antecipada, mesmo que tudo fosse, como era, favorável a nossa seleção, mas sem descuido.

      Com descuido ou não a Suécia abriu o placar, 1 x 0 e, o espanto se espalhou pela praça em volta do “alto falante”,  interrompendo por alguns instantes a passeata programada com o Brasil Campeão. Mas eis que Vavá busca o empate e logo depois nos põe à frente do placar, recuperando a autoestima momentaneamente ferida e reorganizando a festa que parecia comprometida, para no final arrastar as chinelas, levantar a poeira pelas ruas de barro da nossa cidade. Salve a seleção que encantou os nossos ouvidos de menino, para sempre.

      Foto: Brasil Campeão - 1958

      quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

      Elis vive!


      “Não há nada como o tempo para passar” e com ele lá se vão 32 anos que Elis nos deixou, em 19 de janeiro de 1982. A sua presença, no entanto, está onde esteja uma voz, uma canção, um desafinado e um violão. Elis continua pairando sobre tudo e sobre todos nós seus eternos seguidores. Se por um lado nos conformamos com a sua partida física, nos embriagamos a cada diante de sua paixão, sua voz, sua busca obsessiva pela perfeição, até em momentos que uma derrapada era assimilável, a morte ainda não. 

      Elis vive em Atrás da Porta, O cantador, Como nossos pais, Águas de março, O bêbado e o equilibrista, Só tinha que ser com você, Corsário, Rebento, Maria, Maria, Gracias a la vida, Romaria e mais, sempre mais. 

      Vídeo: Youtube (Atrás da Porta)

      Imagina na Copa...


      Nova inspeção da FIFA aos estádios da Copa do Mundo de 2014 e novos vexames. O atraso nas obras dos estádios sedes continuam a desafiar o mais irresponsável dos administradores, atolados em verbas complementares, valores estratosféricos, mortes de operários, quedas de guindastes, inspeções do Ministério do Trabalho e nada caminha dentro do cronograma. 

      Esta FIFA deve andar resmungando pelos seus salões na Suíça, “onde foi que eu errei” ao receber os mimos e afagos das autoridades brasileiras, além de supostos envelopes lacrados com juras de amor entre outras indecências, “ao levar a Copa para lá”. A Suíça mesmo já bradou a sua insatisfação em ter que jogar na Floresta Amazônica numa declaração que é um misto de menosprezo e desconhecimento de nosso país. Porem, com o futebolzinho que se joga na Suíça nada como um amistoso com a tribo Yanomamis, num gesto de civilização e boa educação prá suíço aprender. Nós do lado de cá, esboçamos um riso de canto de boca, “vocês não sabem o que lhes esperam no Catar, em 2022”, além do calor de matar.

      Mas, nem tudo são estádios pelo metade, pois as obras de infraestrutura que foram exigidas às cidades sedes, como ampliação de aeroportos, vias de mobilidade urbana com facilidade de acesso aos locais dos jogos, rede hoteleira, modernização de portos serão em sua maior parte concluídos após a Copa e adotados para o evento alguns arranjos tão conhecidos do jeitinho brasileiro. Vocês não perdem por esperar.

      Foto: Arena da Baixada - PR

      Olha o carnaval aí, gente!

      E essa Globeleza hem, ... não sei não. Escolhida em concurso nacional, no qual duas baianas eram fortes concorrentes, teve como vitoriosa uma mulata carioca num resultado isento, imparcial, sério, mas nem por isso menos carnavalesco. E assim, já está protagonizando a vinheta com que a TV Globo anuncia a sua programação para o carnaval deste ano, programação que se resume ao desfile das escolas de samba de São Paulo e do Rio e flashes de algumas capitais. Enquanto isso o carnaval carioca explode mesmo nas ruas do Centro e na Zona Sul longe das câmeras globais, assim como em Salvador e Olinda indiferente aos olhos do plim, plim, plim.

      Mas, sem tirar os olhos da nova Globeleza vê-se que de frente, nestes tempos de silicone, as duas jaboticabas que ela ostenta desnudas poderiam ser substituídas por um par, como direi, mais formoso. Do mesmo modo que a mania e tara nacional já associada a uma serie de frutas voluptuosas, faria todo sentido a troca das duas graviolas por frutas mais volumosas formando um conjunto do qual ela é desprovida. Afinal, o carnaval é brasileiro e carioca e não da Etiópia ou Blangadesh, como mostrou por muito tempo Valéria Valenssa e mais recentemente Aline Prado furacões de sedução e sensualidade. Olha o carnaval aí, gente!

      Foto: Globeleza 2014

      terça-feira, 21 de janeiro de 2014

      O IPTU daqui e o de lá

      A Prefeitura de Salvador instituiu em setembro do ano passado, um recadastramento de imóveis na cidade, com o objetivo de atualizar os dados cadastrais das propriedades urbanas, pois defasados diante do crescimento da cidade. Vendeu-se a ideia que o tal recadastramento serviria também para equacionar os valores da cobrança do IPTU com redução significativa em sua cobrança. Formaram-se filas imensas na Secretaria Municipal da Fazenda atendendo ao chamamento municipal para esta atualização de dados, na esperança de que houvesse de fato uma redução dos valores até então cobrados.

      Passaram-se os meses e afinal veio no inicio deste ano a revelação do que vai ocorrer com o IPTU 2014. Em determinados bairros de classe média, como exemplo Patamares, o aumento poderá chegar a 500%, mas mantendo uma média de 35% a 25%. Em termos reais a prefeitura espera arrecadar com o imposto este ano, algo em torno de 800 milhões, algo bem superior aos 300 milhões do ano passado. Estes números e percentuais tem como objetivo mostrar a docilidade da mídia local em vista da popularidade desfrutada pelo Prefeito Netinho se omite nas críticas e discussões surfando nesta onda de otimismo que embriaga a cidade.

      Diferente do que experimenta o Prefeito Hadadd, em São Paulo, que embora com política mais clara e específica a cada calasse social e, da localização dos imóveis não residenciais, para a cobrança do imposto, tem sobre si a fúria de uma mídia hostil onde a sua condição de petista é suficiente, para que o mundo desabe sobre a sua cabeça. 

      Foto: O Prefeito e o IPTU   

      Nós que amávamos a Jovem Guarda.

      A nossa memória afetiva musical ficou mais pobre ontem, 20.01.14, com o desaparecimento de Márcio Antonucci, aos 68 anos, que com o irmão Ronald formou a dupla Os Vips, responsável por grandes sucessos da Jovem Guarda e das nossas jovens tardes de domingo. 

      Os Vips assim como as duplas Deny e Dino, Leno e Lílian eram participantes do primeiro time do movimento musical, juntamente com o Rei, Erasmo, Wanderlea, Golden Boys, Renato e seus Blue Caps, Eduardo Araujo, Silvinha e outros mais. Com repertório basicamente formado por versões de músicas americanas, como grande parte do que se ouvia na Jovem Guarda, Os Vips tiverem com A Volta (estou guardando o que há de bom em mim...) de Roberto e Erasmo, o grande sucesso de sua carreira.

      Como é sabido, a exceção do Rei, poucos foram os sobreviventes da Jovem Guarda, que finda a euforia do movimento, mantiveram uma carreira até os dias de hoje, e não foi o caso de Márcio que andou pela TV Globo, Record e SBT como produtor musical de alguns dos programas daquelas emissoras. Descanse em paz!

      Foto: Os Vips

      Joguem o piano na rua!


      A prática comum e “isperta” de reduzir o valor do imóvel para fins de tributação seja no registro de imóveis ou nos impostos federais, estaduais e municipais, como o IPTU, pode trazer dissabores futuros para o proprietário. É o caso do valor venal de um imóvel, por exemplo, que o poder público determina para efeito de tributação e de venda, mas que mantém um descompasso grande em relação ao valor do mercado. Como o mercado tem a suas nuances, suas manhas e marés, e o poder público apenas a sua fúria arrecadadora eles só se encontraram no infinito ainda que longe de qualquer paralelismo.

      Todo este blá, blá, blá imobiliário vem à tona ao lembrar um fato recente envolvendo o sambista lamê, Benito de Paulo, e a sua mansão em São Paulo. Localizada em uma área próxima da linha de expansão dos trilhos do metrô, o imóvel avaliado em mais de 4 milhões de reais, teria que ser desapropriado pela prefeitura afim de que as obras metroviárias seguissem seu curso subterrâneo. Acontece que pelo valor constante do cadastro municipal, para a tributação do IPTU e de seu valor venal para compra e venda só alcançaria a cifra de 600 mil reais. 

      O sambeiro estrilou e subiu nos saltos de suas botinas. “Com esta grana, só posso comprar um quarto e sala. E onde é eu vou botar o meu piano?”. Pois é, a música brasileira viveu mais este dilema, onde colocar o piano do sambista de ternos reluzentes, brilhos, pulseiras e colares sem que o metrô paulista e as propinas de Siemens e da Alstom sofressem solução de cobrança.

      Foto: Benito de Paula.

      segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

      Prá não esquecer a truculência do "malvadeza"

      Orlando Garcia foi um importante e com­petente jornalista políti­co da Bahia, já falecido. Ele pagou um preço alto pela amizade que devo­tou a ACM. Na ferrenha briga do Jornal da Bahia contra o então governa­dor, Garcia publicou em sua coluna no Diário de Notícias uma nota que dizia que ACM lia o Jor­nal da Bahia diariamen­te para ver quem anun­ciava e dava suporte ao jornal. Daí em diante, o Jornal da Bahia foi se apagando, e Garcia ganhou a fama de ser o braço armado de ACM.

      Fonte: Jornal Metrópole

      Ecos da Lavagem I


      Um dos costumes, ou de sua falta, verificado nas festas populares de Salvador, sempre foi dado pelos marmanjos que indiferentes à presença de mulheres, velhos e crianças em sua volta, encostam-se em qualquer pé de muro e ali mesmo satisfazem as suas necessidades, potencializdas por latas e latas de cerveja. Carnaval, festa de largo qualquer aglomeração popular, contando ou não com os insuportáveis sanitários quimicos são preteridos pelo velho e habitual pé de muro, em mais este espetáculo de incivilidade baiana.

      De algum tempo prá, as mulheres também entraram na roda do xixi público. E como somente o pé de muro não satisfaz, por razões compreensíveis, contam com a solidadiredade de outras companheiras que fazem um círculo em sua volta numa prática já conhecida como “cabaninha”. Não escondem tudo, mas parte da grosseria motivada pelo alivio da bexiga dilatada por doses generosas de cerveja, água mineral entre outros líquidos.   

      Foto: Sanitários químicos

      sábado, 18 de janeiro de 2014

      Ecos da Lavagem.

      Há tempos que a Lavagem do Bonfim funciona como termômetro da popularidade ou rejeição de políticos em anos eleitorais. O exemplo mais claro deste uso foi dado e sempre lembrado pelo ex-senador e ex tantas coisas como o velhote ACM e sua truculenta carreira política onde convivia na mesma pessoa o amor e o ódio de seus adoradores e detratores..

      Novos tempos, outras formas de estreitamento entre a política, seus atores e seu público foi revivido na Lavagem deste ano onde o prefeito ACM Neto experimentou a glória da aceitação popular, sendo ovacionado, abraçado e fotografado em todo percurso do cortejo. Com uma administração simples, mas voltada pela recuperação da cidade arrasada em oito anos pelo ex-prefeito, cujo nome nem merece ser lembrado, o Prefeito Neto ataca pontos de estrangulamento em certas vias da cidade, como o trânsito, estacionamentos, desativação de linhas de ônibus, corredores preferenciais para ônibus e bicicletas e a limpeza urbana. 

      A sua obra da maior visibilidade é a requalificação do Porto da Barra, vítima de um longo processo de degradação num dos cartões postais da cidade, mais visitado por turistas e moradores da cidade de São Salvador. Como estampou em manchete o jornal Metrópole, desta sexta feira, ACM Neto foi o “muso da lavagem”, título confirmado por quem esteve presente na Lavagem deste ano.

      Foto: Jornal Metrópole 

      sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

      Todos os caminhos levaram ao Bonfim

      Assim como nós, dezenas, centenas, milhares de pessoas fizeram o mesmo trajeto, até a colina do Bonfim. Ou pelo menos tentaram como eu, que deixei os companheiros de caminhada no Largo da Calçada, após uma feijoada com tudo que os naturalistas não têm direito, como tento ser, e fui. Mas, repetir, renovar a emoção de ver e estar junto a tantos que com fé ou sem ela marcharam ou dançaram em nome do Senhor do Bonfim, já que contava apenas a pureza de coração de meninos.

      Bonito de ver baianas e freiras, o arcebispo e o pai de santo, o espírita e os esotéricos e, claro, graças a Deus a ausência dos marginais da religiosidade, os evangélicos que são muito mais caso de policia que do ecumenismo pretendido e conseguido em alguns momentos. Os vagabundos de Jesus, os meliantes do cristianismo, por mais que quisessem não seriam vistos, até como vaiados que são a sua performance diária. Fora Edir Macedo!

      quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

      Que República é essa!


      Charge: Simanca

      A Bola de Ouro 2013


      Mesmo sem concorrer ao prêmio mais disputado da noite, a exceção de Marta como a melhor atleta de futebol feminino, ganha pela goleira da seleção alemã, a noite foi verde amarela tal a número de celebridades do mundo da bola que estiveram presentes em Zurique, na Suíça, ontem. A começar pela bela Fernanda Lima mais uma vez chamando a atenção e os olhos do mundo em um modelo mais comedido prá fundamentalista iraniano nenhum botar defeito, não que o outro tivesse, muito pelo contrário, tudo era acerto e exuberância.

      Foi bom rever Amarildo, o substituto de Pelé na Copa de 62, de quem pouco ou nada se falava, até pelo fato de morar na Itália, além do reconhecimento, afinal, de Pelé como o grande astro do mundo do futebol e homenageado com a Bola de Ouro de honra, sob os aplausos de pé e demorado da numerosa plateia.

      Enfim, a justa premiação a Cristiano Ronaldo como o melhor jogador do mundo em 2013 e que provavelmente, salvo alguma contusão, estará presente na Arena Fonte Nova em 13 de junho, enfrentando a Alemanha e seu caminhão de craques. Quanto ao gol mais bonito do ano concedido a Ibrahimovic, o modesto astro da seleção da Suécia, para quem uma Copa do Mundo sem a sua presença é inadmissível, e cujo gol, apesar da feitura, em mil tentativas dificilmente se repetirá uma se quer, foi também merecido. O Brasil espera por todos os premiados, mesmo com os estádios pela metade.

      Foto: Amarildo e o lendário time do Botafogo em 1962

      terça-feira, 14 de janeiro de 2014

      Indignação e revolta!


      Constrangido e envergonhado volto a falar da invasão de minha página no facebook e de mensagens canalhas dirigidas a familiares e amigos em meu nome. Talvez desnecessário dizer, mas preciso como desabafo, como alivio ao meu coração ferido, aos amigos, familiares, novos amigos que me conhecem o suficiente e a maioria mais intimamente possível ao longo da minha vida, em minha incapacidade ao proferir tamanhas indignidades.

      Fui no domingo à tarde alertado por minha filha, Camila, do que estava ocorrendo com a página e que tomasse algumas providências para que me resguardasse de novos ataques. Só então vi tomar conhecimento da grosseira, da torpeza que fui vítima e que todos nós estamos expostos nas redes sociais, independente do grau de exposição, como no meu caso que uso muito pouco, mas que não me livrou da leviandade.

      Quando aqui mesmo neste espaço escrevi um post “Pai, afasta de mim este facebook”, parecia estar prenunciando que a desgraça estava a galope e, não demorou. Mais uma vez, ao lembrar o que li como sendo autor involuntário daquelas baixezas, peço a cada um desculpas e, cabisbaixo chorar, como estou agora. 

      Foto: Ilustrativa

      domingo, 12 de janeiro de 2014

      A força dos ventos.

      Ontem, em um posto de gasolina, na entrada de Morro do Chapéu, enquanto aguardávamos o almoço, entre uma gelada e outra, chamou a atenção de todos uma imensa carreta, maior que o maior dos trios elétricos, transportando lentamente, uma gigantesca peça de aço comprida e branca. Eram as primeiras hélices das torres de geração de energia eólica que estão sendo montadas no distrito de Vila Feliz, no município de Morro do Chapéu.

      A Bahia já possui mais de 130 licenças prévias de projetos, sendo o do Morro o mais adiantado em fase de implantação, pois beneficiado por sua altitude de mais de 1.100 m acima do nível do mar e sujeito a várias correntes de ar que irão gerar uma energia renovável e não poluidora como é a energia eólica. Fico a imaginar a força dos ventos capaz de girar hélices como a que vimos passar, gerando energia que será acumulada em baterias e própria para uso doméstico ou industrial conforme rede de distribuição.

      Parques semelhantes estão implantados em Campo Formoso, Sento Sé, Camaçari, Igaporã, Casa Nova que nos faz lembrar do furacão Katrina para fazer girar tantas hélices gigantescas como aquelas que estão sendo instaladas em Morro do Chapéu. É a força dos raios e das tempestades de Iansã.

      Foto: Torre de geração de energia eólica


      sábado, 11 de janeiro de 2014

      Os frutos da terra.

      Esta semana algumas vezes acordei com o barulho da chuva sobre o telhado. Pensando bem, barulho não é uma associação condizente com a chuva. Barulho é rock, chuva é sinfonia, nos leva a um prelúdio de Chopin, um solo de Baden, um acalanto de Caymmi, enquanto molha o telhado, escorre na bica, lava a nossa alma, encharca a terra, espalha o verde e a fartura na mesa. 

      Fartura representada pelo viço e o verde do espinafre, da língua de vaca, da palma cortada bem miúda, que embora independa da chuva é benéfica ao seu cultivo; do molho de alface, dos grãos de andú, mangalô, feijão verde e fava, tudo aquilo que a chuva nos traz de alimento e prazer.

      Também resistente à chuva, mas igualmente bela em sua plasticidade e seu verde matizado de amarelo e vermelho de seus frutos, como as cores das mangueiras nos quintais de cada casa da cidade. Beleza igual àquela do quintal de Dona Cristina que insensível ao nosso desejo, ante a exuberância de seus frutos, a manga, não dava, não vendia, nem permitia qualquer aproximação de seu quintal. Mas, não desistíamos, já que a sua madorna após o almoço era a toda a baixa de guarda que precisávamos para escalar o muro de seu quintal e nos embrenharmos pelos galhos de sua mangueira e recolher a quantidade possível de manga-mamão, para o desespero dela ao acordar. 

      Dona Cristina nunca soube o doce de suas mangas, nem o doce da solidariedade e da partilha, ela que talvez estivesse mais próxima do azedume do tamarindo que da doçura de suas/nossas mangas.       

      Foto: Ilustrativa                        

      sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

      Radiografia de um "traíra"

      ... Os enternecedores olhos verdes do companheiro governador de Pernambuco, neto do lendário Miguel Arraes, subitamente se tornaram opacos, aquele seu sorriso franco ganhou um esgar de falsidade. Aquele seu espírito de realizador, na verdade não passava do cínico oportunismo de um aproveitador mal agradecido, que ganhou todos os mimos do papai presidente e da mamãe presidenta, mas cuspiu no prato em que comeu.

      ... Eduardo Campos cometeu o maior dos pecados que pode cometer um tutelado do poder: anunciou a sua intenção de tentar a sua carreira solo, de candidatar-se à presidência da República fora do regaço paterno, deu uma guinada à direita. Transformou-se em instrumento da burguesia e não passarão nem 7 dias nem 7 noites para tornar-se, pasmem todos, num coxinha reaça, que é o maior e mais profundo dos insultos que o novo dicionário ideológico pós marxista foi capaz de produzir neste começo de século.

      ... Além da danação do fogo eterno a que condena o desertor, o texto, que Eduardo Campos chamou de “ataque covarde”, antecipa as fortes emoções que o alto nível e a delicadeza do debate programático sobre os problemas brasileiros nos proporcionará na campanha eleitoral de 2014.

      Texto: Fragments do artigo Sandro Vaia
      Foto: Eduardo Campos

      Eles põem os olhos grandes sobre nós.


      A bisbilhotice americana ao redor do mundo, denunciada pelo agente arrependido da CIA, Edward Snowden , encontrou por aqui armas poderosas de grande poder de destruição, além do arsenal de laquê armazenado nos esconderijos do Palácio do Planalto e para uso exclusivo da presidente.

      Entre eles, segundo discrição dos órgãos de segurança americana para quem, qualquer um que ostente barba, não beba Coca Cola, expila odores além do suportável e use roupa de marca desconhecida, é um terrorista em potencial e, sobre ele todos os olhos paranoicos da CIA, como:

      ELBA RAMALHO – Arma sônica. Elba Ramalho é hoje um dos Dispositivos Auditivos de Longo Alcance mais poderosos do mundo. Em condições atmosféricas ideais é capaz de debilitar uma cidade do porte médio, como Topeka ou Duluth; se acoplada a Tetê Espíndola pode se tornar letal, mormente se estiver municiada do repertório de Zé Ramalho.

      JOSÉ SARNEY – Arma de esfacelamento legislativo, infiltrado no Congresso, será capaz de destruir uma democracia representativa em 90 dias. Possui meia-vida de pelo menos 80 anos, durante os quais escreverá pelo menos sete livros de poesia, com o intuito não só de abalar o edifício do Parlamento como também o da literatura.” 


      Fonte: Piauí
      Charge: Tiago Silva

      quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

      Ao tapetão, o chão.

      O Rei do Tapetão, o Fluminense, pode ir de fato para o lugar devido aos tapetes, o chão, onde merecidamente deve estar com a conquista imerecida de uma vaga na Serie A do Campeonato Brasileiro após ser rebaixado por incapacidade técnica de buscar em campo, o lugar obtido nos tribunais.

      O Ministério Público de São Paulo vai instaurar inquérito contra a CBF e STJD sob a alegação de que a Portuguesa deveria ser comunicada da suspensão de seu jogador antes da partida que gerou toda a demanda, e não após a sua realização como ocorreu. E isto é só o começo, já que um número cada vez crescente de torcedores tambem irá recorrer à justiça, para ver assegurado o direito do clube paulista em disputar o campeonato brasileiro, na Série A, lugar que lhe é devido.

      Surfar na onda justiceira que se espalhou pelo país, com a prisão de mensaleiros, ainda que num processo onde o ódio e o revanchismo, aleradeado com a histeria conhecida da grande imprensa, tenham sido a tônica, com muita baba na túnica, tem que se acreditar que a justiça mesmo, possa um dia se instaurar no país. Peitar a CBF, o decadente futebol carioca, é mais que preciso, é urgente, tarde a justiça ou não e assegure de vez à Portuguesa o seu lugar de direito na primeira divisão. É preciso acreditar, não naquela justiça partidarizada e caolha, mas em lampejos justiceiros que possam começar pelo futebol. Por que não?

      Foto: Torcedores da Portuguesa

      Falou e não disse.



      “Quando se tem o álibi, de ter nascido ávido, e convivido inválido, mesmo sem ter havido”.
      Djavan

      Quem for capaz de entender a frase, o seu significado, o mais profundo emboloramento poético contido no verso, o âmago da questão como se dizia em tempos de antanho, também pode se considerar apto a discorrer em qualquer auditório, seminário, sanatório, sanitário sobre a Teoria da Relatividade. E ainda pode concorrer, pelo blog, a um exemplar da mais nova obra (mesmo) do LobãoManifesto da Nada na Terra do Nunca. O que quer dizer: o nada, premiando coisa alguma. 

      Foto: Surrealismo - Salvador Dalí