sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Bola cheia para a Arena Fonte Nova

Ao contrário do Aeroporto 2 de Julho, em Salvador, a Arena Fonte Nova foi muito bem avaliada pelo Ministério do Esporte, através do Sistema Brasileiro de Classificação, que afere aos itens como conforto, segurança, acessibilidade e condições sanitárias e de higiene  a concessão das 05 bolas, ou o nível excelente de classificação

Dos 155 estádios que participaram da vistoria, apenas 13 tiveram a pontuação máxima, entre eles a Arena Fonte Nova, que serve como referencia aos demais estádios do país.

Foto: Ilustrada

Um aeroporto desclassificado

O aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, foi avaliado pelos usuários como um dos piores aeroportos do Brasil, segundo pesquisa da Secretaria de Aviação Civil. O aeroporto Afonso Pena, de Curitiba foi o mais bem avaliado por passageiros de todo País no último trimestre de 2015.

Os terminais de Galeão, Cuiabá e Salvador foram os piores avaliados entre os 15 aeroportos pesquisados, ficando com notas abaixo de 4. A pesquisa se baseou em 48 indicadores de qualidade, dos quais 37 estão ligados à infraestrutura, gestão e serviços oferecidos ao cidadão. 

Foto: Ilustrada

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Tem samba no Pelô

O Carnaval dos 100 anos do samba, no Pelourinho, promete. Já na abertura, dia 05, sexta feira, no palco principal, em frente à Casa de Jorge Amado, uma grande atração marcará presença. Trata-se de cantor e compositor Paulinho da Viola, que subirá ao palco às 20 horas para duas horas de apresentação. No mesmo dia, às 22h30, terá ainda a apresentação do sambista baiano Riachão, Carla Visi e Claudete Macedo.

A cantora Paula Lima se apresentará no sábado com Larissa Luz e Karla da Silva, e Zezé Mota dia 07, domingo, dentro do projeto Toda mulher é Chica da Silva. Ela dividirá o palco com Ganhadeiras de Itapuã. No mesmo dia, terá mais três artistas: Alexandre Leão, Moreno Veloso e Targino Gondim. Para quem é do samba, o Circuito Batatinha é uma boa opção de diversão.

Foto: Paulinho da Viola

Urucubaca


Charge: Cau Gomez

Carnaval oficial

Continua a busca por espaço e cobertura da imprensa entre a Prefeitura de Salvador e o Governo do Estado, tendo como pano de fundo a folia carnavalesca. 

Hoje o prefeito ACM Neto recebe jornalistas às 9h, no Palácio Thomé de Souza, para apresentar a programação final do Carnaval de Salvador e fazer o lançamento do guia e do site oficiais da folia.

No mesmo horário o governador do estado, Rui Costa, também recebe a imprensa, no Hotel Sheraton, para falar dos investimentos do governo no Carnaval de Salvador e do Estado. O clima político da folia, tá quente.

Foto: Ilustrada

Faz tempo que o mundo acabou

Ter a terceira população carcerária do mundo, perdendo apenas para Estados Unidos e China, ter grandes cidades como Rio, São Paulo, Vitória, Maceió entre outras, em que o tráfico e o crime já se sobpuseram às autoridades policiais, ver incluída três cidades baianas como as mais violentas do mundo, parece um pesadelo, mas é apenas a insegurança de nossos dias. 

As declarações oficiais tentando minimizar os fatos, as estatísticas, servem apenas como confissão de uma luta perdida, da incapacidade governamental de erradicar um mal que se alimenta de seu próprio veneno numa espiral de horror e medo.

Por outro lado, assistimos um Ministro da Saúde, por incapacidade administrativa ou por gaiatice, afirmar que “sexo é para amador e gravidez para profissional” ou “torcer para que as mulheres peguem a zika antes da idade fértil, aí ficariam imunizadas pelo próprio mosquito” nos dá a dimensão de quem é o responsável primeiro pelo combate ao mosquito “aedes aegypti” e a gama de doenças que traz a infectação por sua picada. 

Seguindo este corolário desastrado, para quem o silêncio é menos perturbador que suas declarações, o ministro por fim joga a toalha, afirmando que o Brasil perde feio para o mosquito da dengue. Só Deus pode nos salvar desses administradores e de seus políticos, sem política.

Foto: Ilustrada

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Os Moraes e Os Moreira

Os Moraes têm um encontro marcado com os Moreira em uma rua dos Barris num bloco que já vai para o seu terceiro carnaval e reúne admiradores do “novo baiano” Moraes Moreira

De diferentes pontos da Rua General Labatut, nos Barris, na próxima quarta feira, dia 03, alas do bloco sairão tocando músicas do homenageado, até se encontrarem no meio do caminho para a celebração, a festa. Uns com a camisa Moraes e outros com a camisa Moreira

Foto: Ilustrada

No feijão de Alaíde

O Bloco do Galo vai rufar seus tambores, esquentar seus tamborins amanhã no restaurante da querida Alaíde do Feijão, no Pelourinho, numa prévia do que será o carnaval do bloco, neste que será o seu sétimo ano de desfile.

Reduto da esquerda baiana, o Bloco do Galo já se consolida como uma agremiação carnavalesca maior até mesmo que a Mudança do Garcia, que tem em seu currículo muito mais carnavais. Botando o Galo na rua.

Foto: Alaíde do Feijão

Ano novo, roupa nova

Em noite de festa na Arena Fonte Nova, o Vitória em sua primeira apresentação em 2016, enfrentou o time chinês Tianjin Quanjian, da China, e aplicou uma goleada de 5 x 1 e exibiu o seu novo, o terceiro, uniforme que esperamos lhe traga bons resultados nesta temporada.

O placar não diz muito, tal a fragilidade do time chinês, mas que confirma a dificuldade de Wanderlei Luxemburgo, que embora nadando em dinheiro, com o seu milionário salário, terá que se virar como mágico prá fazer aquela galera dos olhos puxadinhos enxergar mesmo o que seja o futebol.

Foto: Novo uniforme do Vitória

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Trono de estudar

Após as ocupações das escolas públicas que tomaram conta de São Paulo contra o fechamento de 94 escolas protagonizado pelo governador Geraldo Alckmin-PSDB, ele se viu acuado com a adesão de um número sempre crescente de estudantes e recuou em sua desastrada decisão

O movimento contou com o apoio de vários setores da sociedade como o do meio musical através do cantor e compositor Dani Black, presente na chamada Virada Ocupação, que compôs Trono de estudar em apoio ao movimento e ganhou reforços de peso: Chico Buarque, Maria Gadú, Felipe Catto, Zélia Duncan, Pedro Luís, Dado Villa-Lobos, Paulo Miklos, Arnaldo Antunes, Lucas Silveira (do Fresno), Tiê, Helio Flanders (Vanguart) e Tiago Iorc entre outros 18 artistas que embarcaram na gravação.

Vídeo: Youtube

Cachoeira do Agreste

É compreensível que nesta época de muita chuva em que as águas rolam com uma abundancia, às vezes, assustadora, o destaque que se dá na região à Cachoeira do Ferro Doido em Morro do Chapéu, com seu conjunto de 04 quedas d’águas com mais de 100 metros de altura. 

Mas, o Morro em termos de belezas naturais é bem mais que o Ferro Doido, como são também apreciáveis e belas as Cachoeiras do Agreste, Ventura e Domingos Lopes cujas águas correm em meio a uma flora diversificada e colorida por bromélias, orquídeas e sempre-vivas. Vale a pena uma visita, após a estiagem deste período chuvoso.

Foto: Cachoeira do Agreste - Morro do Chapéu-Ba

Artistas a espera de um baculejo da policia

A requalificação do Rio Vermelho, que ficou muito bacana e deve se transformar na mais nova área de lazer da cidade, com direito a um mirante para se apreciar o pôr do sol, mesmo em volta dos bares, restaurantes, teatros que fazem o charme do simpático bairro, ainda não foi inaugurada, o que ocorrerá em breve.

O problema é proteger os equipamentos dos maloqueiros, vândalos, estes artistas incompreendidos e carentes de um “baculejo” da policia, na falta de uma vaga nas escolas de belas artes, como meio de preservar os equipamentos urbanos, como a igrejinha do Rio Vermelho que já recebeu a visita indesejada destes cretinos.

Foto: Ilustrada

Inútil, a gente somos inútil!

Prá você, ou nós que tanto reclamamos da inoperância dos vereadores, de qualquer Câmara, de qualquer cidade, meros badulaques legislativos para ornar o sistema democrático, aí vão exemplos do que essa gente bem remunerada, cercada de mordomias, carros oficiais, verbas para as mais variadas insignificâncias oferece em troca para a sua cidade.

O prefeito de Salvador, ACM Neto, acaba de  sancionar, após aprovados pela Câmara de Vereadores, leis que instituem o 23 de setembro como  Dia Municipal da Ikebana Sanguetsu, o Dia do Fisco, em 21 de setembro e o Dia do Ouvinte para o dia 25 do mesmo mês. O que essa gente tem com o mês de setembro para tantas homenagens é tarefa prá quem tem tempo tão inútil quanto eles. Mas, quem souber o que vem a ser Ikebana Sanguetsu, me avise.

Foto: Câmara de Vereadores de Salvador

Uma imagem

Soldados indianos marcham durante as comemorações do Dia da República, em Nova Deli, na Índia.
Foto: Estadão

A volta da TV Pirata

A partir de amanhã a TV Pirata estará de volta, no Canal Viva, todas as quartas feiras, às 21,30 horas, horário de Brasília. Prá quem era cadeira cativa como espectador da impagável turma que invadiu a televisão brasileira com um humor inovador e revolucionário, crítico e mordaz, é um alento diante do marasmo e da falta de criatividade dos atuais programas de humor. Nada escapava ao crivo irônico e debochado da turma, nem mesmo os programas da emissora que servia de abrigo a sua trupe, a TV Globo

A TV Pirata estreou em 1988 com Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Ney Latorraca, Louise Cardoso, Débora Bloch, Diogo Vilela, Cláudia Raia, Guilherme Karan, entre outros atores no elenco. Os programas de humor que se seguiram à TV Pirata beberam em sua fonte, tanto Casseta e Planeta, já que alguns dos redatores da TV Pirata vieram a ser membros dos Cassetas, quanto Vai que cola, Hermes e Renato, e alguns outros menos votados. 

Foto: TV Pirata

Olhando nuvens vagabundas

Depois do Pequeno Príncipe, os primeiros livros que li foram Cadeira de balanço, de Carlos Drummond de Andrade e Ai de ti, Copacabana, de Rubem Braga que se tornaram responsáveis pela instituição da crônica como gênero em nossa formação literária e assim permanecem. Drummond, no entanto deu passos adiante em seu versejar universal até ser considerado um dos nossos maiores poetas desde Gregório de Mattos. 

Mais de 30 anos depois voltei a ler “Ai de ti, Copacabana”, de Rubem Braga, através de um exemplar retirado na biblioteca do Morro do Chapéu. O prazer da leitura despertado pelas crônicas do segundo filho mais importante de Cachoeiro de Itapemirim - ES, o primeiro é o Rei, continua o mesmo, onde a simplicidade de fatos do cotidiano são transformados em belas lições de humanismo e valorização da vida. As crônicas que era e são pequenos relatos de acontecimentos diários abrigados nas páginas dos jornais, ganharam status literário através da singeleza e momentos de rara poesia pelo cronista Rubem Braga.

O documentário Rubem Braga – olho nuvens vagabundas, visto recentemente no Canal Brasil traz depoimentos de amigos e pessoas que conviveram com ele em relatos curiosos e bem-humorados que revelam a sua docilidade de espírito, uma ingenuidade quase infantil aprisionada em um sujeito carrancudo, cara de poucos amigos e movido a doses e doses de uísque. Do alto de sua cobertura em Copacabana cuja vista para o mar foi se perdendo à medida que a especulação imobiliária ia erguendo suas palafitas chiques, como uma muralha frente ao Atlântico, o velho Braga praguejou contra a outrora “Princesinha do mar”:

 “Ai de ti, Copacabana, porque a ti chamaram Princesa do Mar, e cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras; e deste risadas ébrias e vãs no seio do noite”.
“E os escuros peixes nadarão nas tuas ruas e a vasa fétida das marés cobrirá tua face; e o setentrião lançará as ondas sobre ti num referver de espumas qual um bando de carneiros em pânico, até morder a aba de teus morros; e todas as muralhas ruirão”
Ai de ti, Copacabana, porque os badejos e as garoupas estarão nos poços de teus elevadores, e os meninos do morro, quando for chegado o tempo das tainhas, jogarão tarrafas do Canal do Cantagalo; ou lançarão suas linhas dos altos do Babilônia”.

Foto: Copacabana

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Eles disseram...

Eu tinha de tratar com todo mundo, com empresário, com jornalista, com puta, com viado. Geddel Vieira Lima – Deputado Federal – PMDB-Ba – Explicando porque decidiu intermediar interesses da OAS.

O Brasil tem que voltar a ser um objeto de desejo – Luis Carlos TrabucoPresidente do Bradesco – Em discurso no encontro de autoridades financeiras em Davos  

Como é possível, pelo segundo ano consecutivo, todos os 20 candidatos na categoria de ator serem brancos – Spike Lee – Cineasta – Sobre os indicados ao Oscar em 2015

Jamais disputaria uma prévia eleitoral com o Maluf. Preferiria uma disputa com MarcolaJosé Luiz Datena – Apresentador de TV – Que concorreria a Prefeitura de São Paulo pelo partido de Maluf

O jogador faz o gol e faz o sinal da Independente. Não faz para ser agradável, faz porque tem medo – Leco – Presidente do São Paulo – Confessando que ajuda as torcidas organizadas com dinheiro e ingressos.

Foto: Oscar

Rio 2016 - Bens e serviços

Empresas brasileiras estão conseguindo abocanhar a maioria dos contratos para fornecer bens e serviços nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio. De R$ 1,8 bilhão gastos pelo comitê organizador do evento, as nacionais ficaram com 72%, ou R$ 1,2 bilhão.

Do total de fornecedores, 991 são brasileiros, o que corresponde a 79% do total. E 259 são estrangeiros. As empresas brasileiras são responsáveis por 75% dos grandes contratos.

Os dados são da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que firmou convênio com os organizadores dos jogos para incentivar a participação das companhias nacionais. Os setores mais demandados foram os de infraestrutura temporária, metalmecânico, gráfico, tecnologia da informação, equipamentos e produtos esportivos e médicos, móveis, audiovisual e serviços.

Foto: Ilustrada

As invasões bárbaras

Os blocos de samba que desfilam na quinta feria de Carnaval no Circuito Osmar (Campo Grande – Praça Castro Alves) não gostaram nada desta invasão dos "axezeiros", Ivete Sangalo e Bell Marques que, num patrocínio do Governo do Estado e cachê de R$840.000,00, sairão em um trio sem cordas, para o folião pipoca, no mesmo dia dos sambistas.

O simpático Bloco Alerta Geral com sede no São Raimundo, Politeama, através de seu presidente abriu a boca: "Não somos contra o desfile para o folião pipoca. Ao contrário, apoiamos o Carnaval democrático. Mas suamos para conseguir esse espaço e nos firmamos como diferencial da quinta. Não é justo que, agora,  grandes nomes, que já têm espaço ilimitado nos demais dias, interfiram na nossa programação". Tá certo!

Foto: Alerta Geral

Tabuleiro baiano

É fato a popularidade do Prefeito ACM Neto em Salvador, cuja reeleição parece liquidada tal os seus altos índices da aceitação de sua administração com ampla maioria na cidade. Mas, a base governista acredita que não se ganha nada de véspera ou antecipadamente e, vai partir pro jogo sem esperar prá ver.

São nomes certos, ou quase, na disputa pela Prefeitura de Salvador, o indeciso senador Walter Pinheiro que até então não aceita a ideia e vive a dúvida quanto a troca de partido, deixando o PT; a outra senadora baiana Lídice da Mata, pelo PSB e a deputada federal do PCdoB, Alice Portugal. Não pior das hipóteses pode dar segundo turno.

Foto: Prefeitura de Salvador 

Rua Ramalhete

O programa O Som do Vinil do Canal Brasil, apresentado pelo baterista dos Titãs, Charles Gavin, trouxe esta semana o compositor Tavito. Participante do lendário grupo Som Imaginário, criado para acompanhar Milton Nascimento,  Tavito também integrou o grupo mineiro do Clube da esquina

Mas, Tavito será lembrado sempre pela parceria com Zé Rodrix, em Casa no Campo, grande sucesso na voz de Elis, e também por Rua Ramalhete, um sucesso seu que fala da esperança dos Beatles, de um dia, aparecerem por aqui, prá “tocar as canções que a gente quer ouvir”, como tantos beatlemaníacos sonhavam no final dos anos 60.

Vídeo: Youtube

Certeza da beleza e do medo

As recentes imagens da Cachoeira do Ferro Doido, em Morro do Chapéu, através de vídeos e fotos postadas por familiares e amigos mostram a exuberância da natureza e sua beleza bruta e crua, despertando ao mesmo tempo contemplação e medo. A explosão de uma torrente d’água sobre enormes depressões geológicas que segundo alguns estudiosos poderiam tratar-se de milenares origens vulcânicas, constrói o cenário assustador, onde a beleza está sempre na distancia regulamentar entre a observação e o perigo.
A natureza e preocupações ecológicas deixam de ser cuidados com matinhos, plantinhas, lagoas, e cachoeirinhas para se manifestar em expressões gigantescas de destruições através de vulcões, maremotos, tufões, tsunamis, terremotos feito um berro silencioso do ventre da terra contra os ataques sofridos pela mãe terra por séculos e séculos, amem.

Faz lembrar cenas de Deliverance (Amargo Pesadelo), filme de 1972 em que um simples passeio de barco, por homens civilizados, pelo rio que iria desaparecer para construção de uma barragem, se transforma numa aventura inimaginável a proporção que se avança rio abaixo. Não que seja esta a temática do filme, que é excelente, mas as cenas do rio, correntezas, desafios, luta pela sobrevivência em um meio hostil, são de tirar o fôlego. Assim como contemplar a Cachoeira do Ferro Doido, de longe ou em vídeos e fotos clicadas por aventureiros. 

Fotos: Cachoeira da Ferro Doido

sábado, 23 de janeiro de 2016

O novo Barravento

O antigo Barravento, tradicional bar e restaurante na orla da Barra, foi demolido em 2013, para abrigar outro empreendimento na mesma linha, mas com outra direção, o Bar Brahma. Passados muitos meses o que restou, do que seria, foram muitos entulhos cercados de tapumes e nada mais, além do silêncio sobre o antigo e o novo projeto.

O qüiproquó enfim, foi parar na justiça, com o retorno aos antigos proprietários do Barravento que agora ressurgirá em projeto do arquiteto Sidney Quintela contemplado com bar, restaurante, espaço para crianças e acesso para a praia. As obras estão com término previsto para novembro deste ano. Salvador, penhoradamente, agradece.

Foto: Maquete-Novo Barravento

Botando prá quebrar


Charge: Angeli

É meu, ninguém tasca eu vi primeiro

A disputa com lances infantis entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Salvador para demonstrar quem mais investe na organização e programação do Carnaval 2016 tem como pano de fundo as eleições deste ano e as de 2018. 

Após o anúncio de que este ano o Carnaval seria ampliado, começando oficialmente na quarta feira de 03 de fevereiro, o Governo do Estado retrucou que o contingente policial não era suficiente para atender a demanda da ampliação de dias como também de novos locais de festas em diferentes bairros da cidade.

Outro motivo dessa queda de braço, entre Governo e Prefeitura, prá ver quem investe mais na festa foi a contratação milionária dos cantores Ivete Sangalo e Bell Marques pelo estado, para puxar um trio sem corda na nova abertura do Carnaval, promovida pela Prefeitura

Novos lances surgirão até as eleições, onde o metrô se apresentará como a grande obra do candidato do Governo do Estado para a Prefeitura de Salvador. O folião, não necessariamente eleitor, agradece a folia, venha de onde vier. 

Foto: Ilustrada

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A noite do meu bem

O mais novo livro de Ruy Castro, "A Noite do Meu Bem", traz a história e as histórias do samba-canção, com informação de qualidade e precioso trabalho de pesquisa, que é uma das características de seus trabalhos anteriores. 

Em “Noite do meu bem”, Ruy descreve a cidade do Rio de Janeiro, desde o "Rio Colonial" até chegar ao tema principal, a partir de 1946, período em que os cassinos foram fechados e boates foram surgindo para acolher o "samba suavizado pela canção".

Mais uma vez, o escritor exerce seu poder de recriar ambientes, ressuscitar pessoas e colocar o leitor diante delas. Assim, o biógrafo do samba-canção promove, mesmo no silêncio, a audição de belas músicas. Só lendo para crer.

Fonte: Folha SP

Chorando no pé do caboclo


O jornalista e antiquário João Pedrosa diz que não foi o medo do processo que Chico Buarque ameaça abrir contra ele que o levou a pedir desculpas por chamar o cantor e compositor de "ladrão" em uma rede social. "Eu realmente me arrependi. Foi um momento de ódio".

"Eu não sou contra pobre. Houve prosperidade social no governo Lula. Mas há cinco anos estamos indo para o abismo".

Foto: Jornalista João Pedrosa

As meias-entradas

Evidente que algo deveria ser feito para moralizar e disciplinar o uso de meia entrada em espetáculos artísticos e esportivos. O sistema de concessão de carteira de estudante estava de tal modo contaminado por irregularidades que as entidades estudantis, produtores culturais, e órgãos governamentais chegaram a um consenso quanto à distribuição do beneficio. 

Era uma queixa pertinente dos produtores de espetáculos teatrais e musicais que alegavam ser alto preço dos ingressos em conseqüência da anarquia que havia com a venda indiscriminada de meias-entradas para produções que se deslocavam de um estado a outro com altos custos. Além de produções locais que não conseguiam na bilheteria nem 30% do que foi investido na produção. 

Então, a nova Lei, já em vigor desde o final do ano passado, estipulou em 40% do total dos ingressos alocado como meia-entrada beneficiando estudantes devidamente filiados a uma entidade estudantil de reconhecimento nacional, jovens de baixa renda e estudantes de escola públicas, deficientes físicos, além de aposentados e idosos acima de 60 anos. 

A semana passada, em Salvador, tentei assistir no Teatro Castro Alves a apresentação única de Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci, no show Dia a dia, lado a lado, comprando ingresso através do site “ingressorapido” e fui informado que as meias-entradas já tinham sido esgotadas. Aí, não há saída, a não ser crer na informação, mesmo com a descrença acumulada há anos quanto a seriedade da bilheteria do TCA, diante de cambistas, a sua frente, com volumes vergonhosos de ingressos há pouco esgotados.

Foto: Ilustrada

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Vem pra Caixa você também


Charge: Cau Gomez

O mal-assombrado aeroporto de Salvador

Pense num absurdo e Salvador apresenta um. Esta é uma frase que ronda há décadas certas curiosidades de nossa cidade, pouco importa se no meio político, empresarial, artístico, social ou administrativo, sempre haverá algo que ao ser dito, haverá um desaprovação silenciosa, como um balançar de cabeça diante da incredulidade despertada. 

O aeroporto de Salvador, é um desses exemplos que vai se tornando, com o passar dos tempos, em mais um insondável mistério baiano. Instalações precárias, acesso difícil, serviços de amador, preços estratosféricos e uma reforma sem previsão de término, em que pese os anos decorridos. Isso sem pecado e sem juízo e sem ninguém responsabilizado. Uma verdadeira assombração. 

Foto: Ilustrativa

Geni decide processar Chico Buarque

Desatinada com as injúrias que vem sofrendo ao longo das décadas, Geni resolveu processar Chico Buarque. “Nunca namorei nenhum nego torto do mangue ou do Cais do Porto. Cadê as provas de que eu dou para qualquer um?”, questionou, indignada, com um pote até aqui de lágrimas. “Semana passada, enquanto saía de um restaurante no Leblon, jogaram pedras em mim”, desabafou.

A ação provocou reações em cadeia. “Nunca levei nada do Chico”, alegou a Rita. “O bom disco de Noel já era meu”, se defendeu. Bárbara, Carolina, Cecília, Ana de Amsterdam e Joana Francesa também buscaram reparação judicial. “Cansamos de ser mulheres que só dizem sim”, disseram em uníssono. Em nota à imprensa, Chico Buarque pediu desculpas à Geni. “Não fui eu, foi meu eu lírico”, defendeu-se o compositor.

Fonte: The Piauí Herald

Uma imagem

Fila para entrar no Centro de Convenções Nacional para a cerimônia de abertura do 12º Congresso Nacional do Partido Comunista do Vietnã, em Hanói
Foto: Estadão

A velha Nova Estação da Lapa

Sempre crítico com relação à Estação da Lapa e o seu péssimo estado de uso e conservação nota-se agora que as obras iniciadas o ano passado e com previsão de entrega em 29 de março, aniversário de Salvador, dão mostra de que poderá ser, enfim chamada de uma digna estação de transbordo de passageiros. 

Escadas rolantes em funcionamento, acesso ao metrô em ótimas condições, lojas em restauração, sanitários com vigilância e climatização, redefinição de pontos de ônibus, ligação direta com os shoppings Lapa e Piedade entre outras melhorias, conferem ao cidadão a utilização de suas dependências sem lhe causar vergonha ou constrangimento.

Do mesmo modo com o que acontece com o metrô, já em fase de operação com a cobrança de tarifa, a existência de um batalhão de orientadores e grande fiscalização, visando garantir a preservação da estrutura, o mesmo deverá ocorrer com a nova Estação da Lapa como precaução contra os vândalos e depredadores. Não há bons administradores sem cidadãos zelosos do seu patrimônio público.  

Foto: Metrô - Estação Lapa

Elis vive

Antes de ontem, dia 19, completaram 34 anos da partida de Elis para algum lugar onde se é apenas lembrança e uma voz que ainda ecoa com a mesma força de sua presença entre nós.

Se os nossos ídolos já não são mais os mesmos pela força que suas ausências fazem, eles, no entanto, continuam a ser luz e referência na trajetória de muitos dos novos artistas, também talentosos, ousados e inovadores. Mas, fica mesmo a impressão deixada pela imagem “que depois deles não apareceu mais ninguém”. 

Foto: Elis

Já é carnaval, cidade!

A cidade já está há alguns dias como um canteiro de obras para o Carnaval-2016. Camarotes, arquibancadas, iluminação, postos policiais e de saúde além de um grande barracão para acolher a tropa de policias em serviço na Avenida Sete e adjacências, montado no estacionamento do São Raimundo.

Mas a coisa ferve mesmo é no circuito Barra- Ondina onde são montados os camarotes mais disputados e mais caros de toda a festa. Além dos estúdios das emissoras de TV e rádios cuja ostentação rivaliza com o dos camarotes que oferecem mimos como pista de dança, salão de beleza, academia de ginástica, shows de artistas e Dj’s, restaurantes, sauna, bares, pista de patinação e por aí vai. Não sei onde é que o carnaval entra nesta história, com toda essa mordomia à beira-mar

Foto: Ilustrada

No olho do furacão

Não me surpreendeu a inclusão da “cidade alegre” como uma das 100 piores para se viver no Brasil. A pesquisa foi baseada em dados oficiais dos ministérios do Trabalho, Saúde e Educação e leva em conta indicadores de uma qualidade de vida, inexistente, que só os que vivem por aqui sabem dessa indigência. A desigualdade entre as 100 melhores e as 100 piores é um dos tantos abismos existentes entre as regiões sul e norte, que mais uma vez joga em nossa cara, um sul próspero e saudável contra um norte/nordeste entregue a própria sorte.

Num primeiro momento pensei que os pesquisadores tivessem vindo constatar “in loco” esses fossos, o que seria impossível em mais de 5 mil municípios, o que até alivia a posição da “cidade alegre” no ranking da pobreza. A sociabilidade não entrou em questão, pois aí então o tombo seria maior, já que não haveria quantificação para a cafonice, para a arrogância dos novos ricos, para as botas sujas de lama de quem lida com bois magros e vacas idem, com a mesma desfaçatez com que transita como bípede, traindo os velhos e as velhas companhias.

Afinal, estar no mesmo balaio que Baixa Grande, Cansanção, Arataca, Lamarão, Queimadas entre outras nulidades, não parece condizer com o nariz empinado, a ausência do menor vestígio de vida em comunidade, a vaidade tosca de quem finge viver no melhor dos mundos. Mas, o que doe mesmo é ficar abaixo de Baixa Grande, logo eu que achava ser Baixa Grande o lugar de fato onde o vento tinha feito a curva, antes de virar o olho do furacão.

Foto: Ilustrada

Destino tem razão

Um dos bons momentos do novo CD de Zélia Duncan é a faixa Destino tem razão, uma composição sua com Xande de Pilares, entre outras faixas também da dupla em que a parceria se mostra como uma química perfeita, em música e letra.

Destino tem razão é acompanhada por um arranjo à base de cavaquinho e violões, com uma percussão discreta que é um convite para arrastar os moveis da sala ou sair para a rua e dançar, afinal já é carnaval. Bem bacana!

Vídeo: Youtube

Dia de São Sebastião - 20 de Janeiro


Charge: Aroeira

Presos letrados

Elogiável a aprovação de três detentos de penitenciárias baianas em cursos da Universidade Federal da Bahia após seleção do SISU e notas significativas no ENEM. Os três baianos não são os únicos em termos nacionais, já que também houve aprovações, também elogiáveis, em universidades do Piauí e Paraíba.

São exemplos de uma ressocialização possível e de uma volta ao convívio social após o cumprimento das penas a que foram condenados. O detento da Paraíba, por exemplo, foi aprovado em primeiro lugar para o curso de Letras, que deverá cursar mesmo cumprindo a pena de 31 anos pelos crimes de roubo e estupro. . 

Foto: Ilustrada

Carnaval chapa branca

A notícia de que o Governo do Estado vai pagar aos cantores Ivete Sangalo e Bell Marques a importância de R$840.000,00 para cantar em um trio sem cordas, no primeiro dia de Carnaval em Salvador, repercutiu bem mais fora daqui que aqui mesmo. Não que falte oposição jornalística ao governador e sua gestão, mas por que envolvia nomes de proa desta dita música baiana, onde artistas e mídia de entretenimento se relacionam com uma familiaridade e uma bajulação própria dos intocáveis.

Uma gente sem qualquer senso critico, sem qualquer analise de uma realidade hostil, mesmo nestes dias de carnaval, mas cuja atuação é medida pelos convites recebidos para camarotes destas celebridades. Em geral são jornalistas movidos por um “open bar”, por uma festa privada, um aniversário, uma excursão fora do estado, como acompanhante e, cujo relato do que viu é tão inexpressivo e desimportante quanto um saco de pipoca vazio. Não se cospe no prato que se come, quando não se é isento.


Foto: O Governador e Ivete Sangolo

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Antes do mundo acabar

Entre os discos lançados no final do ano passado chamam a atenção os discos de Zélia Duncan e Roberta Sá por serem discos de samba, no melhor estilo Beth Carvalho, elas que são cantoras cujos repertórios, embora bem brasileiro, não reverenciam tanto o samba, como desta vez. Principalmente Zélia Duncan que pode ser considerada uma cantora pop, como Vanessa da Mata, e que já integrou, por breve tempo, a banda de rock os Mutantes ocupando a voz feminina que já foi de Rita Lee, lá pelos anos 60.

A Roberta Sá também já flertou o samba em um disco excelente Quando o canto é reza, com repertório exclusivo do compositor baiano Roque Ferreira e o acompanhamento luxuoso do Trio Madeira Brasil, mas não é uma cantora de samba, mesmo que o samba não seja território exclusivo de ninguém, nem de João.

Mas, tanto o CD Delírio, de Roberta Sá, como o Antes do mundo acabar de Zélia Duncan são discos de samba, como costumam ser os bons discos de samba. Só que Zélia se saiu melhor na incursão, com um repertório quase autoral e parcerias diversas com Xande de Pilares, Ana Costa, Arlindo Cruz cujos resultados são muito bons, além da regravação de sambas de autores como Paulinho da Viola, Moacyr Luz e Dona Ivone Lara. Um bom disco, que deve ser degustado agora no novo ano.

Foto: Ilustrada

Toda sexta feira, todo mundo é baiano


Na verdade era quinta feira, e nem todos eram baianos, embora fôssemos maioria. Mas, ali naquela muvuca profano-cristã de quinta feira passada, na Lavagem do Bonfim, não faltaram americanos, argentinos, espanhóis, franceses, italianos, alemães cujos passos desengonçados e as expressões de prazer e alegria eram provas de suas identidades. 

Éramos todos baianos, com a “piriguete” na mão, camisa branca enxugando o suor dos rostos brancos ou marrons, o incorrigível xixi nas paredes e nos becos do percurso, a boca lambuzada de acarajé, chapéu panamá ou boné, de tênis ou chinelo todo mundo era baiano.

Meu compromisso com os amigos de onde partimos em grupo no Politeama era chegar até Calçada, conforme previsão do que agüentariam os calos e cravos, os dedos contorcidos pela artrite, não me levariam mais adiante. A previsão não se confirmou, pois de repente estávamos no Largo de Roma, de onde já se avistava o Caminho de Areia e a Sagrada Colina. Não dava prá voltar atrás, era seguir e seguir, chegar ao adro, amarrar a fitinha no gradeado em volta e, pedir proteção a Senhor do Bonfim, nosso Pai Oxalá.

Mas, era chegada a hora de voltar e, como voltaria aquele mundo de gente cansada de cerveja e exultante no cumprimento de sua fé, com todas as ruas do Comércio interditada para ônibus, taxis e veículos em geral. Nos viramos como podemos, se arrastando no percurso de volta até quase São Joaquim, onde nossos pés, levitando, sem tocar no chão foram saudados com a presença de taxis em circulação, digamos, normal. Dali seguimos até os bares da Mouraria, onde fomos arriados feitos pacotes, na espera do reforço alimentar de petiscos, moquecas e...cervejas.

Foto: Ilustrada