quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Tudo que o mestre mandar

 Charge: Simanca

Mascarada


A primeira vez que ouvi Mascarada, o bonito samba de Elton Medeiros e Zé Keti, foi na inesquecível minissérie global Anos Rebeldes, em que a saudosa Beth Lago mantinha um romance com um professor de sua filha e tinha aquela canção como trilha deste relacionamento. O pano de fundo da minissérie era a luta contra o regime militar, mas trazia várias tramas paralelas.

Lendo as 101 Canções que tocaram o Brasil, do jornalista Nelson Motta, o samba é um dos listados e acompanhado de uma pequena história, como acontece com todas as outras canções citadas. De acordo com o relato, o Elton Medeiros entregou a melodia ao Zé Keti, com a recomendação: não é bossa nova, nem samba-canção veja o que você consegue por como letra.

Zé Keti não fez feio, pelo contrário, a sua letra acompanha uma certa sinuosidade da melodia em suas frases musicais, que gravada pelo próprio Elton Medeiros e depois por Paulinho da Viola, passou despercebida. Muito tempo depois Emilio Santiago deu cores definitivas ao primoroso samba com um arranjo e uma interpretação perfeitas em sua voz. Ouçamos pois, Mascarada.

Vídeo: Youtube

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Eles disseram...


Se sou o problema, está resolvido – Geddel Vieira Lima – ex-ministro da Secretaria de Governo – depois de seu pedido de demissão

Heil Trump, Heil nosso povo, Heil a vitória – Richard B. Spencer – ativista – repetindo saudação nazista em encontro de simpatizantes

Eu posso ser doce, mas sou honesto – Marcelo Calero – ex-ministro da Cultura – referindo-se a Geddel Vieira Lima, que teria dito que o ministro por ser doce, não teria entendido as suas ponderações.

O eleitor que vende voto é muito mais responsável.  É o corruptor. Hoje só penaliza quem compra – Valdir Colatto – PMDB-SC – deputado federal – referindo-se às medidas de combate a corrupção.

Não. A conversa não é só institucional, não – Garotinho – ex-governador – em conversa gravada pela PF com o deputado João Carlos Bacelar - PR-Bahia, sobre o encontro que teria com o Ministro da Justiça.

Foto: Ilustrativa

Solidariedade

 Foto: Internet

Imprensa é negócio


Sábado, 26, todos os grandes jornais brasileiros e os pequenos também, em sua totalidade, mesmo com a maioria deles surfando na falta de credibilidade, em especial, política, deram com destaque em suas primeiras páginas a demissão de mais um ministro do governo golpista. É verdade que o assunto bateu de frente com a morte do líder cubano Fidel Castro que também ocupou estas mesmas primeiras páginas, mundo afora.

Ah, mas este monólito da imprensa nanica, com pretensões de não ser o New York Times dos trópicos, o Correio da Bahia, por razões de alinhamento político de seu chefe com o aprendiz de cacique, defenestrado, não só omitiu o fato, como noticiou em suas páginas internas que o presidente medonho recebeu a solidariedade de vestais tucanas, caso em que o solidarizado e os louva-a-deus das bajulações, se igualam em maus modos e más ações.

O jornal é uma espécie de pasquim oficial das obras municipais e atitudes políticas de seus donos e aliados, que não perde a oportunidade de silenciar quando o assunto é contrário aos interesses dos barões dessa imprensa e pretensos donos da cidade. Quanto aos leitores; ora os leitores.

Foto: Ilustrativa

Elis - O filme

Estreou quinta feira, dia 24, em todo país, o aguardado filme Elis, retratando a vida e a carreira da maior cantora brasileira de todos os tempos. Para os que não vivenciaram a sua trajetória musical, uma rica oportunidade de conhecê-la, para os seus admiradores e cultores, como eu, a volta ao começo de uma vida que ainda poderia estar entre nós não fosse a precocidade de sua morte aos 36 anos, em 1982.

Elis, o filme, tenta ser abrangente demais, desde a sua saída de Porto Alegre para o Rio, até a sua morte, fazendo com que os fatos se atropelem uns aos outros numa sequencia frenética em que fica claro a ansiedade do roteirista e diretor Hugo Prata em querer tudo ao mesmo tempo agora. Mesmo assim o saldo bom. Seus romances, suas brigas com empresários e gravadoras, entreveros com o meio militar, o alcoolismo, as drogas, seus incontáveis sucessos, sua família, companheiros e filhos, estão todos estes acontecimentos lá, onde quem reina mesmo é a deusa música e a sua voz inigualável.

O filme merece ser visto, talvez quem sabe numa minissérie global, já que o filme é uma produção das empresas Globo onde caberia tudo com os detalhes suprimidos ou acrescentados desnecessariamente, às vezes. O trabalho da atriz Andreia Horta como a cantora é perfeito em que pese as dublagens feitas, aliás, com perfeição, sem desmerecer a qualidade de interpretação da atriz que comove, emociona em alguns momentos tal a semelhança física com Elis

Outros bons atores como Gustavo Machado vivendo o canastrão Ronaldo Bôscoli ou Caco Ciocler como César Camargo Mariano, além de Lúcio Mauro Filho dando vida a Miéle, convencem. Elis vive!

Foto: Andreia Horta

sábado, 26 de novembro de 2016

Paulo César Batista Farias

Batatinha o saudoso sambista baiano disse em um samba que se fosse criado o Ministério do Samba, o seu ministro seria Paulo César Batista Faria, o querido Paulinho da Viola. A singeleza da homenagem de Batatinha que já foi chamado por Caetano como o Príncipe do samba, cabe perfeitamente para a elegância e a integridade artística desse incomum Paulinho da Viola. Foi o que se viu ontem na Concha Acústica do TCA um desfile de belos e inesquecíveis sambas e algumas curiosidades que ele ia revelando à medida que as suas composições iam sendo apresentada.

Um repertório tão vasto, em alguns minutos de show, foi compreensível a ausência para os seus admiradores e conhecedores de sua obra, os sambas antológicos como Bebadosamba, Coisas do mundo minha nega, Cantando, Pra ver as meninas, Roendo as unhas, Novos Rumos etc, mas em compensação pérolas como Sinal Fechado, Foi um rio que passou em minha vida, Por um amor em Recife, Nova ilusão, Vela no breu e mais, muito mais, em sambas seus ou de outros compositores.

Outra nota relevante naquela noite iluminada e de excelente música, foi a presença de um grupo de acompanhantes irrepreensível, com instrumentistas que tratam com carinho e competência os seus instrumentos. Outro dado alvissareiro foi a presença predominante de jovens, muitos jovens na plateia, cantarolando de modo respeitoso, como eu, um samba após o outro. O que me deixa sem qualquer constrangimento em comparecer a shows de rock. A boa música não tem hora ou lugar. 

Foto: Paulinho da Viola

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Seguindo só


Seguindo o caminho de Arnaldo Antunes e Nando Reis, o músico Paulo Miklos também abandonou os Titãs e, já prepara um disco solo para o próximo ano. Já está compondo músicas do novo disco em parceria com artistas como Céu, Silva e Guilherme Arantes.

Segundo ele não é um disco de rock essencialmente, mas de música brasileira. Espera contar com as participações dos ex-colegas que já seguem carreira solo. Boa sorte a Miklos

Foto: Paulo Miklos

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Fechando as contas


Após o fechamento de todas as contas, exceto aquelas que são irredutíveis a qualquer martelo, o Comitê Olímpico Internacional – COI apresentou os números dos Jogos Olímpicos – Rio – 2016, quando metade da população mundial acompanhou a programação de mais de 500 canais, em 350 mil horas de televisão. Superou em mais de 200 mil horas os Jogos Olímpicos – Londres-2012.

Mas, surpresa das surpresas, os Jogos do Rio foram os mais baratos da história olímpica. Parece que o buraco negro das contas esportivas ficará mesmo com a Copa do Mundo - 2014, além dos inesquecíveis 7 x 1.

Foto: Ilustrativa