domingo, 24 de dezembro de 2017

Nem tudo está perdido

Ontem, ao passar pelo corredor da Vitória encontrei um gari cantando músicas de antigos (e bota antigo nisso) carnavais, que não existem mais. Mas o interesse no fato é que músicas como Jardineira, Alá lá lá ô, Linda Morena, Cidade Maravilhosa, As Pastorinhas eram parte do repertório do jovem servidor púbico em serviço, enquanto recolhia folhas secas no chão.

Fiquei ao lado, sem que ele me visse, observando onde tudo aquilo poderia durar. Depois de algum tempo me aproximei e disse-lhe da minha surpresa ao constatar que uma pessoa tão jovem como ele, pudesse estar cantando um repertório que talvez os pais dele devessem ser crianças quando estas canções foram compostas ou já com algum tempo de execução.

Ele me respondeu que era o que gostava e o que ouvia em sua casa, ao tempo em que começou citar Orlando Silva, Carmen Miranda, Braguinha, Lamartine Babo como compositores e cantores que ele admirava. A cada citação desses nomes ficava em mim a certeza que ao lado das canções que entoava existia um conhecimento prévio dessas figuras importantes da música brasileira.

Nem tudo está perdido. Menos um que não foi tragado pelas águas barrentas do pagode, como tantos de sua faixa etária e condição social.    

Foto: Ilustrativa

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