Era o inicio das festas populares em Salvador, em 04 de dezembro, corrente,
dia de Santa Bárbara. O Largo do Pelourinho, às 10 horas, não
cabia mais ninguém para a missa campal que seria celebrada em louvor a Iansã, no palco-altar armado em frente à
Fundação Casa de Jorge Amado. Mas o
fluxo do Largo em direção ao Terreiro de Jesus, dando a impressão
aos que chegavam como eu, que tudo estaria na mais absoluta calma, na paz dos
cemitérios incompatível, pois, com o fervor do povo de santo e o povo do samba
e da latinha de cerveja.
A missa já havia começado e os cânticos eram
intercalados entre um hino da congregação católica e outro de cantigas dos
orixás do candomblé, ambos acompanhados por atabaques e suas classificações,
dando ritmo ao afoxé para evocações religiosas pela multidão que se comprimia
no Largo.
No calçadão em frente a casa de Jorge Amado, já se vislumbrava no adro
da Igreja de Nossa Senhora do Rosário
dos Pretos os andores que sairiam em procissão, tão logo terminasse a missa
solene, encerrando as celebrações religiosas pelo dia de Santa Bárbara, embora
as comemorações profanas não tinha hora para acabar.
E como se diz em festas de altas-rodas, a medida
que os andores deixavam a igreja, “tava todo mundo lá”. Primeiro o andor de São Cosme e São Damião, seguido por São
Jorge, São Sebastião, São Miguel, São Lourenço e mais até ela surgir
gloriosa em seu andor de flores vermelhas e brancas. Procurei me revestir das
precauções necessárias e segui a procissão, sem esquecer o incidente que fui
vítima em uma das comemorações ao dia de Iansã,
ao lado do mercado de Santa Bárbara,
na Baixa dos Sapateiros.
Foto: Ilustrada
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