sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O meu mundo é hoje


Confesso não ser um usuário permanente do Whatsapp, embora faça parte de alguns grupos do aplicativo sem uma participação efetiva, ou a mais discreta que se consegue ser. Quando não sou ignorado, a ponto de me perguntar o que é que eu tô fazendo aqui, pedir licença e partir ou nem isso. Nem sei se é uma questão dos grupos a que me filiei ou se é um problema meu, mas em geral é tudo muito chato, muitas mensagens de autoajuda, muita religiosidade, muita pretensão, piadas sem graça, difusa originalidade e por aí vai. Embora não seja só isso, há vida inteligente, aqui e ali, além da instantaneidade da comunicação.

É certo que a sua interrupção por algumas horas, por uma estranha determinação judicial, levou o país uma comoção nacional como se algo vital a nossa sobrevivência, como um tapete que fugisse dos nossos pés, tenha nos feito levitar feito zumbis nas casas e nas ruas. A solidão real a que nos levou o mundo virtual teve a companhia também desta solidão que este próprio mundo virtual criou, em que casais, amigos, grupos escolares sentam na mesma mesa de um restaurante ou bar e vivem em mundos não conectados já que cada um criou e vive em seu próprio mundo.

Foto: Ilustrada

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