terça-feira, 21 de março de 2017

Voltei, aqui é meu lugar

 Nunca, jamais, se viu uma ressaca carnavalesca assim. Nem nos meus melhores momentos de folião experimentei não mais que uma semana para que fragmentos das marchas e frevos deixassem minha memória; nada mais que uma semana para que a saudade da folia se dissipasse no torvelinho dos dias quaresmais; sete dias eram suficientes para que aquele amor de carnaval fosse tragado pelas cinzas da quarta feira.

Mas, desta vez, vivi a tensão pré e pós-operatória que uma intervenção cirúrgica causou em mim, mesmo que fosse alentado para a simplicidade do procedimento, nada que envolvesse anestesia e o nosso órgão vital pudesse ser revestido de qualquer normalidade, causando esta minha ausência neste espaço, cercado destas abobrinhas.

Tinha esta satisfação a dar imensa legião de meia dúzia de três ou quatro amigos, fieis cavaleiros desta jornada que nos acompanha ao longo do nada, que é tudo pelo carinho e prazer, sem necessidade de gestos tresloucados de se atirar de seus colchões, sofás, cadeiras de praia ao chão, atentando contra o conforto de seus merecidos momentos da mais pura ociosidade. 

Pois, voltamos ao nosso lugar, com o coração renovado, procurando o ritmo perdido, o humor envergonhado nestes dias insanos, a alegria do bom papo e da beleza da canção escondidas em algum lugar. Vida, louca vida, aí vamos nós, traveis!

Foto: Pessoal

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