terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O orixá fujão

Domingo, dia 21, foi inaugurada no Espaço Cultural da Barroquinha, a exposição Orixás da Bahia, após trabalho de restauração, que coincidiu com a programação do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, e está aberta para visitação gratuita de quarta a domingo.

Essas figuras fazem parte do acervo do Museu da Cidade, ao lado da Fundação Casa de Jorge Amado, no Largo do Pelourinho e há muito tempo fechado para reforma que nunca foi concluída, pelo menos os orixás foram.

Um colega de trabalho, certa feita foi deslocado de suas funções bancárias para gerenciar, cuidar na manutenção do Museu da Cidade, em meio a estes orixás entre outros objetos da religiosidade africana, em especial o candomblé. O colega, não era o que podia se chamar de destemido, corajoso, pelo contrário, não nasceu prá ser herói.

Um dia, notou que um dos orixás, morador do segundo pavimento do Museu, na distribuição feita pela sua diretora por todo prédio, apareceu misteriosamente no primeiro andar. Ele estranhou a presença da criatura, e telefonou para a diretora, procurando saber se houve alguma mudança na distribuição das peças do museu, ao que a diretora negou, tampouco autorizou qualquer intervenção nos locais em que os orixás estavam assentados.

Só lhe restou, com a ajuda de dois seguranças, levar o orixá fujão para o seu lugar de origem que era o segundo andar. Qual o quê! Tomado por uma força descomunal o orixá não se abalava daquele lugar, por mais que os três homens tentassem levá-lo escada acima até o seu canto no imenso salão. 

No mesmo dia o colega voltou ao posto onde estava lotado, pedindo pelo amor de Deus que lhe tirassem daquele lugar mal-assombrado. E assim foi feito e, nunca mais voltou ao Museu, nem sequer passou em suas proximidades. “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.

Foto: Ilustrativa

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