Domingo, dia 21, foi inaugurada no Espaço Cultural da Barroquinha, a
exposição Orixás da Bahia, após trabalho
de restauração, que coincidiu com a programação do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, e está aberta para
visitação gratuita de quarta a domingo.
Essas figuras fazem parte do acervo do Museu da Cidade, ao lado da Fundação Casa de Jorge Amado, no Largo do Pelourinho e há muito tempo
fechado para reforma que nunca foi concluída, pelo menos os orixás foram.
Um colega de trabalho, certa feita foi deslocado
de suas funções bancárias para gerenciar, cuidar na manutenção do Museu da Cidade, em meio a estes orixás
entre outros objetos da religiosidade africana, em especial o candomblé. O
colega, não era o que podia se chamar de destemido, corajoso, pelo contrário,
não nasceu prá ser herói.
Um dia, notou que um dos orixás, morador do
segundo pavimento do Museu, na distribuição feita pela sua diretora por todo
prédio, apareceu misteriosamente no primeiro andar. Ele estranhou a presença da
criatura, e telefonou para a diretora, procurando saber se houve alguma mudança
na distribuição das peças do museu, ao que a diretora negou, tampouco autorizou
qualquer intervenção nos locais em que os orixás estavam assentados.
Só lhe restou, com a ajuda de dois seguranças,
levar o orixá fujão para o seu lugar de origem que era o segundo andar. Qual o
quê! Tomado por uma força descomunal o orixá não se abalava daquele lugar, por
mais que os três homens tentassem levá-lo escada acima até o seu canto no
imenso salão.
No mesmo dia o colega voltou ao posto onde estava lotado, pedindo
pelo amor de Deus que lhe tirassem
daquele lugar mal-assombrado. E assim foi feito e, nunca mais voltou ao Museu, nem sequer passou em suas
proximidades. “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Foto: Ilustrativa
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