O “tampão” em seu discurso de posse, uma mesóclise roubou a cena:
"Quando menos fosse, sê-lo-ia pela minha formação democrática e pela minha
formação jurídica." Poucos dias depois, cunhou "Procurarei não errar,
mas, se o fizer, consertá-lo-ei".
Mesóclise é a colocação do pronome oblíquo
átono no meio da palavra - tecnicamente, entre o radical e a desinência do
verbo. Só ocorre em formas verbais do futuro ("consertá-lo-ei") e do
futuro do pretérito ("sê-lo-ia").
Soar como um político da República
Velha parecia ser a intenção do “coiso” por temperamento ou para acentuar o
contraste com a desarticulação verbal de Dilma.
Com quatro meses de governo, voltava atrás: "Não uso mais mesóclise".
Era tarde para evitar a caricatura.
Queria ser o presidente da "ponte para o futuro".
Sê-lo-á? Parece improvável. Sê-lo-ia, não fosse Jo-es-ley.
Texto: Fragmentos de um artigo de Sérgio Rodrigues