Finda a leitura de Rita Lee
- uma autobiografia fica a estranha sensação de como sobreviveu essa pessoa
que embarcou em todas as “viagens” quase ininterruptas, excetuando os períodos de
internamento em hospícios e clínicas de recuperação para a limpeza do corpo e
da alma, para logo depois cair de boca no mundo. Isso durante e ao mesmo tempo
em que os filhos nasciam, a família crescia, os familiares morriam, os animais
que criava também e as trocas de domicilio eram frequentes. Uma atribulação só,
que seu franzino corpo resistia de forma heroica, digamos assim.
Merece destaque a separação dos Mutantes, um episódio cruel com ressentimentos talvez insuperáveis,
e a chegada de Roberto de Carvalho,
seu marido, guitarrista e responsável pela guinada musical de sua carreira. A
partir de sua chegada e seu comando choveram globos de ouro pelas vendagens dos
discos, trilha sonoras de novelas globais, especiais de televisão, cadeira
cativa nas paradas de sucessos e shows lotados aonde chegasse. Um sucesso questionado por seus admiradores onde modestamente me
incluo.
Com a chegada do “maridão” e deste brilhantismo de sua carreira, criou-se
um padrão de composição em que os sucessos saiam aos borbotões e onde os exemplos
não se esgotam. Estão aí na memória coletiva, Lança perfume, Doce vampiro, Caso sério, Flagra, Chega mais, Desculpe o
auê, Banho de espuma, Pega rapaz, Baila comigo e mais, muito mais.
Do meu
lado prefiro a sonoridade mais rock’n roll de sua carreira pós-mutantes com a
banda Tutti Frutti, e antes da
chegada do “guitarrista-marido”, cujos exemplos se encontram nos discos Fruto proibido, Entradas e bandeiras, Babilônia,
Atrás do porto tem uma cidade, além claro, dos discos da era Mutantes,
incomparáveis. Mas, Rita é uma estrela e pode o céu. Bacana.
Foto: Rita Lee
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