terça-feira, 30 de maio de 2017

Doido por mesóclise


O “tampão” em seu discurso de posse, uma mesóclise roubou a cena: "Quando menos fosse, sê-lo-ia pela minha formação democrática e pela minha formação jurídica." Poucos dias depois, cunhou "Procurarei não errar, mas, se o fizer, consertá-lo-ei".

Mesóclise é a colocação do pronome oblíquo átono no meio da palavra - tecnicamente, entre o radical e a desinência do verbo. Só ocorre em formas verbais do futuro ("consertá-lo-ei") e do futuro do pretérito ("sê-lo-ia").

Soar como um político da República Velha parecia ser a intenção do “coiso” por temperamento ou para acentuar o contraste com a desarticulação verbal de Dilma. Com quatro meses de governo, voltava atrás: "Não uso mais mesóclise". Era tarde para evitar a caricatura. 

Queria ser o presidente da "ponte para o futuro". Sê-lo-á? Parece improvável. Sê-lo-ia, não fosse Jo-es-ley. 

Texto: Fragmentos de um artigo de Sérgio Rodrigues

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