“Você diz que depois deles, não apareceu mais
ninguém” é um verso da extraordinária canção “Como nossos Pais”, de Belchior,
que nos anos 70 fazia clara alusão a influência dos baianos tropicalistas,
naquele momento, na música brasileira. Aliás, esta composição, em que pese um
preciso painel dos nossos ídolos, não teria força e a beleza que tem se não
fosse a comovente interpretação de Elis,
que como tudo que ela tocou, coma uma rainha Midas, virou ouro e passou um pouco ser também autora da canção
Mas
voltando a Belchior a sua
constatação de que “o novo sempre vem” e que tudo é uma questão de observação,
de busca, de curiosidade, pois há novidade na praça, não dando razão à queixa
de que nada acontece. O tempo não para! “As coisas estão no mundo, só que
preciso aprender” (Paulinho da Viola).
Espectador do Canal Brasil, TV Cultura, Canal Bis, Multishow, TV Brasil entre outros, leitor dos cadernos de
variedades da grande imprensa e garimpeiro de música na internet, vejo que
surge uma geração musicalmente interessante, especialmente em São Paulo núcleo
da nossa vanguarda musical, ainda que o talento brote em qualquer lugar, mas carece de lá prá reverberar.
Nomes como Marcelo
Janeci, Ortinho, Tulipa Ruiz, Tiê, Karina Bhur, além de cantoras como Céu, Mariana Aydar, Nina Becker, Talma de
Freitas já com alguma visibilidade no panorama da nossa música. São
trabalhos que merecem uma audição, não apenas pelo sangue novo que representam,
mas pela originalidade do canto, das composições, dos arranjos e das claras
influências da Jovem Guarda é
Tropicalismo.
Abram alas que esta moçada pede passagem e provam que embustes como os sertanejos de butique e pagodeiros patrocinados são apenas um tropeço
na caminhada rumo ao futuro.
Foto: Tiê
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