quarta-feira, 2 de março de 2016

Como nossos pais

“Você diz que depois deles, não apareceu mais ninguém” é um verso da extraordinária canção “Como nossos Pais”, de Belchior, que nos anos 70 fazia clara alusão a influência dos baianos tropicalistas, naquele momento, na música brasileira. Aliás, esta composição, em que pese um preciso painel dos nossos ídolos, não teria força e a beleza que tem se não fosse a comovente interpretação de Elis, que como tudo que ela tocou, coma uma rainha Midas, virou ouro e passou um pouco ser também autora da canção 

Mas voltando a Belchior a sua constatação de que “o novo sempre vem” e que tudo é uma questão de observação, de busca, de curiosidade, pois há novidade na praça, não dando razão à queixa de que nada acontece. O tempo não para! “As coisas estão no mundo, só que preciso aprender” (Paulinho da Viola).

Espectador do Canal Brasil, TV Cultura, Canal Bis, Multishow, TV Brasil entre outros, leitor dos cadernos de variedades da grande imprensa e garimpeiro de música na internet, vejo que surge uma geração musicalmente interessante, especialmente em São Paulo núcleo da nossa vanguarda musical, ainda que o talento brote em qualquer lugar, mas carece de lá prá reverberar. 

Nomes como Marcelo Janeci, Ortinho, Tulipa Ruiz, Tiê, Karina Bhur, além de cantoras como Céu, Mariana Aydar, Nina Becker, Talma de Freitas já com alguma visibilidade no panorama da nossa música. São trabalhos que merecem uma audição, não apenas pelo sangue novo que representam, mas pela originalidade do canto, das composições, dos arranjos e das claras influências da Jovem Guarda é Tropicalismo

Abram alas que esta moçada pede passagem e provam que embustes como os sertanejos de butique e pagodeiros patrocinados são apenas um tropeço na caminhada rumo ao futuro.   

Foto: Tiê

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