Revendo o filme Tieta do Agreste, do diretor Cacá
Diegues, tanto tempo depois de seu lançamento, verifica-se a distancia entre
o que se vê na tela e o que se lê nas páginas do folhetim em 05 capítulos do
livro de Jorge Amado. Mesmo
levando-se em conta as linguagens distintas da literatura e do cinema
percebe-se a preocupação do autor com temas que tempos depois seriam tão evidenciados,
como a preservação ecológica e a corrupção que nos assola nos dias que correm.
Na verdade, a comédia em que se transformou o
filme Tieta do agreste não tinha essa
pretensão preservacionista ou denunciadora, e sim contar em suas duas horas de projeção
uma história engraçada e sensual. Nisto a presença da atriz Sônia Braga (Tieta) é perfeita em sua
exuberância de mulher brasileira, com seios fartos, quadris generosos e pernas esculpidas
sempre à mostra
Expulsa de casa pelo seu pai, um pastor de
cabras, em vista de seu comportamento sexual selvagem e insaciável, Tieta toma o caminho de São Paulo, para voltar 26 anos depois
rica e misteriosa em sua atividade de cafetina. A sua presença em Santana do Agreste vira a cidade de
ponta a cabeça e, dela não escapa nem o filho de sua irmã Perpétua (Marília Pêra),
o casto Ricardo, seu sobrinho. As
cenas são por demais “calientes”. Até a música de Caetano, A luz de Tieta, em que ele procura rima para Tieta e fica com "eta", "eta", "eta", faz todo o sentido.
A locação em Mangue Seco creio que deve ter funcionando à época como um vídeooclip
em publicidade para lugar. As cenas nas dunas e coqueirais são maravilhosas e
um convite para um passeio em qualquer ocasião. É possível também que a
especulação imobiliária se não estivesse encontrado nas autoridades ambientais um
freio em sua ação destruidora, pouco restaria ou quase daquele postal
inesquecível.
Foto: Ilustrativa
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