quarta-feira, 30 de março de 2016

Uma seleção paraguaia


O pior da seleção é saber que não há material humano melhor que aqueles que entram em campo ou esquentam o banco de reservas. Há entrega, há garra, comprometimento, não como uruguaios e argentinos, mas eles também não têm, um anti-herói como Macunaíma, para quem hora de dormir, dormir; hora de comer, comer; hora de trabalhar; pernas pro ar que ninguém é de ferro. É o que temos; nunca mais o que tivemos.

Uma questão antropológica, que não vale, nem cabe aqui, para ficarmos tão somente na cortesia animal do nosso (lá deles!) treinador. Um jogador medíocre, um ser humano raivoso e um técnico que o mais desinformado dos torcedores percebe que daquele mato e daquela mente jamais sairá algo como padrão de jogo, sistema tático, preparação coletiva.

O Paraguai merecia melhor sorte, a vitória, assim como o Uruguai, que por pouco não veio no final da partida. Enquanto o treinador esbravejava, pronunciava palavras inteligíveis, e claro, carradas de palavrões, lamentando o descumprimento de sua orientação nos vestiários: “façam o que vocês sabem”. Alguns sabem, mas às vezes momentaneamente esquecem, ninguém é de ferro.

Foto: Ilustrativa

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