Era uma aula de História,
mas aberta ao público, em uma encenação sábado pela manhã da Inconfidência Mineira. Por iniciativa
da querida Prof. Leonor Macedo, que lecionava a matéria na 3ª serie do Ginásio, teríamos que por em julgamento
a figura de Joaquim José da Silva Xavier,
o Tiradentes em um juri com a
completa reprodução de um tribunal nas pessoas de um juiz, promotor, advogado
de defesa, corpo de jurados e o plenário composto por visitantes e alunos das
demais series que se interessassem pelo drama.
Os personagens foram escolhidos e o assunto estudado por várias
semanas em especial pelo promotor Noquinha
e o advogado de defesa, o querido e saudoso, Carlos Alberto Barreto Sampaio. A mim foi dado o papel de Tiradentes ou por semelhança com a seu
figura franciscana ou pela conveniente mudez do personagem durante toda a
encenação, fazendo jus portanto a minha timidez, quem sabe...
O juiz (seria Carolino!)
após as instruções protocolares deu inicio ao juri concedendo a palavra ao
promotor. O próprio, Noquinha, tinha
a sua disposição todo um histórico escolar conhecido, em que a figura de Tiradentes é mostrada como traidor da
coroa, um inconfidente dos interesses portugueses, enfim o “cão chupando manga”
conforme a versão oficial.
Mas, a defesa estava a caminho na voz tonitruante do advogado Carlos Sampaio que ecoou
por toda sala e arredores com a eloquência conhecida e conhecimento nem tanto,
mas a ênfase e a contundência dos argumentos disponíveis fazia a versão possível
ou pretendida. Tiradentes foi
absolvido e por fim proclamou a escravidão, conforme aquele samba amalucado do Stanislaw Ponte Preta, o Samba do criolo doido. A história é uma
história!
Foto: Ilustrativa
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