sábado, 15 de abril de 2017

Unidos perderemos

Quando o deputado Ulysses Guimarães leu o verso acima, deu boas risadas e saiu à procura daquele jovem poeta que havia lhe entregue um exemplar de suas poesias, em distribuição pelos corredores do Congresso. Era Cacaso um dos poetas da geração marginal que nos anos 70, bancava a edição de seus próprios livros, rodados em mimeógrafos assim como seus colegas Torquato Neto, Chacal, Ana Cristina César e Armando Freitas Filho. 

Eram livros de baixo custo vendidos em bares e universidades e lugares outros inusitados para a comercialização daquelas obras, mas era a saída naqueles tristes tempos para aquela poesia transgressora e marginal.

Mas, Cacaso além de poeta, professor universitário foi também brilhante letrista de música popular, sendo parceiro de grandes músicos como Francis Hime, Cristovão Bastos, Edu Lobo, Djavan, Sueli Costa, Nelson Ângelo, Joyce e imortalizando canções que ficaram em nossa memória musical. 

São exemplos, Lambada de serpente (Djavan), Lero-lero Edu Lobo), Face a face (Simone), Dentro de mim mora um anjo (Fafá de Belém), Meio termo (Elis), Toada (Boca Livre), Amor, amor (Betânia). Cacaso partiu aos 43 anos... “são as trapaças da sorte/são as graças da paixão/pra se combinar comigo/tem que ter opinião”.

Foto: Cacaso 

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