Quando o deputado Ulysses
Guimarães leu o verso acima, deu boas risadas e saiu à procura daquele
jovem poeta que havia lhe entregue um exemplar de suas poesias, em distribuição
pelos corredores do Congresso. Era Cacaso um dos poetas da geração
marginal que nos anos 70, bancava a edição de seus próprios livros, rodados em mimeógrafos
assim como seus colegas Torquato Neto,
Chacal, Ana Cristina César e Armando
Freitas Filho.
Eram livros de baixo custo vendidos em bares e universidades
e lugares outros inusitados para a comercialização daquelas obras, mas era a saída
naqueles tristes tempos para aquela poesia transgressora e marginal.
Mas, Cacaso além de
poeta, professor universitário foi também brilhante letrista de música popular,
sendo parceiro de grandes músicos como Francis
Hime, Cristovão Bastos, Edu Lobo, Djavan, Sueli Costa, Nelson Ângelo, Joyce
e imortalizando canções que ficaram em nossa memória musical.
São exemplos, Lambada de serpente (Djavan), Lero-lero Edu Lobo), Face a face (Simone), Dentro de mim mora um anjo (Fafá de
Belém), Meio termo (Elis), Toada (Boca Livre), Amor, amor (Betânia). Cacaso partiu aos 43 anos... “são as
trapaças da sorte/são as graças da paixão/pra se combinar comigo/tem que ter
opinião”.
Foto: Cacaso
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