Voltei, cansado de esperar sentado por
improváveis pedidos de breve retorno ou de manifestos “diet e light”, isto é,
com zero em assinaturas ou garranchos reivindicando a minha volta, nada disso,
voltei porque aqui é o meu lugar, onde exercito, sem qualquer pudor, o meu
português ruim.
Voltei para fazer o que escrever me proporciona, a exorcização
de meus demônios em elucubrações diárias ou delírios e indignações coletivas com
que a vida brasileira nos amedronta e assusta a cada dia.
Voltei pra continuar revelando belezas
escondidas em uma fotografia, numa música, num verso de um poeta popular ou
anônimo, para blasfemar, me indignar, sentar no meio-fio e chorar de tristeza
ou de alegria com aquilo que vida poderia ter sido melhor, e não é, mas será, como
aprendemos em nosso dia a dia cristão.
Voltei como Davi aculturado, cutucando com a vara curta, talvez um cipó, os
emergentes, os cadáveres insepultos, os deslumbrados, os Golias donos do mundo e, rindo de nosso belo quadro político e
social, pois rir é mesmo, ainda, o melhor remédio. Voltei!
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