“Casa no Campo” é dessas canções que ficaram tão associadas à voz de Elis que chega parecer ter sido composta por ela e para ela e não pelo Zé Rodrix e Tavito. E como tal, se Elis não ganhou a autoria ficou a aura de sua interpretação insuperável, como em quase tudo que Elis tocou. Casa no Campo seria o paraíso daqueles que se desencantaram com o rumo de suas vidas e de seu país, nos anos 70, dos que não desbundaram ou partiram para a luta armada, preferindo recolher os cacos do movimento hippie e acreditar na constatação de John Lennon que “O sonho acabou”. Nada mais restava que não “o silêncio de línguas cansadas”, “plantar e colher com a mão a pimenta e o sal” para finalmente “plantar meus amigos, meus discos, meus livros e nada mais” em uma Casa no Campo.
Voltando a ouvir um dos shows de Betânia, em DVD, encontrei no repertório a canção Casinha Branca do compositor Gilson. A composição de Gilson, Casinha Branca, traz a mesma proposta de Casa no Campo quanto à busca da reclusão rural, do afastamento da civilização urbana, como meios de encontrar a paz, a verdade das coisas simples, naturais: “Eu queira ter na vida simplesmente/Um lugar de mato verde prá plantar e prá colher/Ter uma casinha branca de varanda/Um quintal e uma janela para ver o sol nascer”. Simples assim!.
Aproveitei o ensejo para ouvir a bela canção interpretada pela Elis.
ResponderExcluirCom certeza, erro de digitação : plantar e colher com a mão a pimenta e o sal
Pode crer, foi erro de digitacão. Só que ficou uma leitura do mal, quando a cancão é do bem.
ResponderExcluirAbracos.