Estive em Salvador na semana da Lavagem do Bonfim e logicamente estive lá no Comércio, na quinta feira, dia 12 de janeiro. Desde os meus tempos “banebianos” que aprendi a admirar, me emocionar e me encharcar com a passagem do cortejo rumo à Colina Sagrada. Bater na tecla que tudo mudou é uma dessas obviedades que não vale a pena repetir por mais saudosista que se seja. Mudou, como tudo e não há como consertar, resmungar, bradar, a não ser seguir a primeira e “armengada” batucada que passar e fazer de conta que é assim, sempre foi assim e deixar o coração mandar.
Mesmo sem os tiros, já há algum tempo, sem os cavaleiros, sem as carroças conforme exigência da Sociedade Protetora dos Animais em proteção aos burros (não todos), sem as bicicletas que sem razão fugiram, mas com o povo e sua alegria baiana que nada detém. Com este vazio daquelas manifestações populares que eram características da Lavagem, os políticos, em ano de campanha, tomaram conta de parte do cortejo para fazer o seu proselitismo político de olho nas eleições de outubro deste ano. Todas estas figurinhas da cena política baiana estavam lá e comemoraram, cada qual ao seu modo, a enorme (?) receptividade de sua pessoa junto a um possível eleitorado. Grampinho, então, do alto de seu metro e meio estava exultante com o sucesso popular, antes de ser abalroado pela multidão que quebrava, ralava o “tchan”, a “tcheca” e mais que houvesse prá ralar, levantava poeira, a saia, a blusa, baixava o short movida a latas e latas de cerveja quente. Era o que se tinha à mão e, o resto ficava por conta da proteção de Oxalá.
Foto: Alberto Coutinho/Secom
Foto: Alberto Coutinho/Secom
Esta foto é de minha autoria. Por favor coloque o crédito: Alberto Coutinho/Secom
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