quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Valeu, tia!


Sábado, 21.01.12, em show no Circo Voador, casa de espetáculo do Rio, Rita Lee, para surpresa da platéia e de seus admiradores e seguidores, anunciou ser aquele o seu último show, aliás, o penúltimo já que a despedida dos palcos mesmo, se dará em Aracaju, dia 28.01.. Embora não seja o fim da carreira, já que um disco novo e de inéditas será lançado em maio, o afastamento dos palcos será mesmo definitivo, o que nós súditos da sua majestade roqueira, só temos a lamentar. As alegações vão de cansaço e até insinuações sobre o seu estado de saúde sempre presente na mídia. Ela, no entanto, diz que após os 67 anos, brincalhona como de costume, tem em verdade 64, disse estar cansada de viagens e de toda esta engrenagem do “show business”.

Embora conheça e siga a carreira de Rita desde os Mutantes, dos festivais da Record e do seu envolvimento com os tropicalistas, poucas vezes assisti um show desta que é o símbolo do rock no país. Lembro de uma apresentação sua com Gil no Balbininho no show “Refestança” que fechava a trilogia iniciada por Gil, com o cultuado “Refazenda” e o não tão bem aceito “Refavela”. Enquanto o pau quebrava com a censura fechando o cêrco sobre os artistas mais engajados, Gil de volta do exílio, desbundava de vez, rebolando e cantando com Rita “quanto mais purpurina melhor”, para o ceticismo e espanto de seus até então fieis seguidores. As patrulhas ideológicas não perdoavam.

Outra vez que vi Rita foi no teatro Iemanjá, no Centro de Convenções, no show “bossa and roll” em que ela vertia para arranjos bossanovistas e acústico, seu repertório rock and roll e clássico dos Stones e Beatles. Um show bem comportado conforme se vê, mas uma faceta de Rita pouco conhecida e não menos agradável, ainda que surpreendente. Rita Lee será sempre lembrada pela sua breve permanência nos Mutantes e por discos como Fruto proibido, Babilônia, Lança Perfume, Mania de você, Saúde e inumeráveis sucessos. Vida longa a Rita, mesmo distante dos palcos, mas se espera sempre dentro dos estúdios de gravação. Quem sabe o fim, seja também recomeço.

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