O final da semana passada deu a Salvador um aspecto fantasmagórico, de cidade abandonada, por conta das comemorações da virada do ano. Muitos tomaram o caminho da Ilha ou da Linha Verde aqui mesmo na capital, outros tantos se aventuraram a enfrentar os engarrafamentos previstos da BR 324 em busca também de cidades litorâneas ou mesmo da Chapada Diamantina naquilo que ela tem de mais amplo, abrangente e acolhedor. O grande número de turistas que já se encontra na cidade não foi suficiente para preencher o vazio que ficou nas ruas, nos shoppings, nos supermercados, nos cinemas e em especial no trânsito. Tudo fluía com uma vagareza bem baiana como, aliás, deveria ser toda cidade em que as pessoas fossem respeitadas e razão de sua própria existência e, que o veículo não reinasse absoluto nas ruas, nas calçadas e pior, por cima dos transeuntes atropelados.
Fenômeno semelhante se dá em Piritiba após os festejos pela chegada do ano novo. A cidade que já vivia mergulhada em sua pasmaceira habitual, neste começo de ano está praticamente entregue às moscas, imagem que faz o maior sentido tal a quantidade delas em qualquer lugar que se chegue. Sorver um gole de cerveja com uma mosca se debatendo no precioso líquido como se fosse uma piscina é comum na maioria dos bares. Mas, muitos saíram em busca da civilização, outros procuraram as praias, o caminho da roça, os shoppings da capital, o assalto mais próximo enfim, foram, deixando para trás uma cidade vazia, a propósito, mais vazia.
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