O time do Santos e seus torcedores poderiam passar as festas de final de ano sem este presente de grego, ou melhor, espanhol, que o Papai Noel catalão atirou sobre os meninos da Vila. Tava escrito que naquele domingo o time santista não deveria sair da Vila Belmiro, não atravessar a rua, oceanos, espaços aéreos, ondas de japoneses em busca de autógrafos, nada, o melhor lugar era mesmo a cama, não importa se em cima ou em baixo dela. Quem sabe assim teria perdido a aula que o Barcelona ministrou a um rival, que poderia ser qualquer outro menos o time da Vila Belmiro.
Mas, quis os astros corintianos, palmeirenses, peruanos e chilenos que o adversário do time espanhol naquele manhã sombria de domingo fosse o Santos, “aquele quem dá bola agora”, como quer o seu hino oficial. Alguém não avisou que não pisasse no chão devagarinho, mas com a altivez que um dia foi marca de nosso futebol. Mas não, quais colegiais obedientes, assistiram embasbacados o desfile de atletas diferenciados, únicos, geniais em seu toque e posse de bola que lhes permitiriam fazer os gols que quisessem a hora que quisessem. 4 x 0 parece um placar modesto diante de tanta superioridade, tanta técnica, de tanto show de bola ante o complexo de vira-lata do time santista.
O recém-findo campeonato brasileiro em que verdadeiras bombas de mediocridade como Vasco ou Corinthians poderiam vir a ser o Campeão de 2011, pouco importando qual, é o retrato da pequenez futebolística que atravessamos. As eliminações na Copa Libertadores para times peruanos e chilenos demonstram esta inferioridade que não é de agora, mas que se viu elevada a enésima potência diante de um Barcelona professoral em gramado japonês, neste domingo inesquecível, sim inesquecível, para os adeptos do bom futebol.
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