quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O sertão vai virar mar. Da bandidagem!

Em qualquer estudo realizado por um instituto de pesquisa passar de 23º lugar para a 7ª colocação é uma ascensão que merece comemoração e elogios. Festa esta que pode representar a redução do analfabetismo, um admirável índice de desenvolvimento humano, baixo percentual de mortalidade infantil entre outras mazelas próprias dos países subdesenvolvidos. Mas se este ranking reflete a escalada da violência em nosso estado, por exemplo, dá vontade de sentar no meio-fio e chorar. Pois é este quadro desolador que o Instituto Sangari em parceria com o Ministério da Justiça retrata em recente pesquisa sobre a violência nas principais cidades brasileiras. A redução dos índices de criminalidade em estados potencialmente violentos como Rio e São Paulo, contrasta com o aumento desta mesma violência em estados como Bahia, Alagoas, Maranhão e Pará, como se a barbárie de lá migrasse prá cá e, com certeza sim.

Recente estudo publicado pela Folha confirma, hoje, a existência em vários estados do Nordeste de núcleos de uma organização criminosa nascida nos presídios paulistas e cariocas que, fugindo da repressão maciça naqueles estados procuraram outras paragens para suas ações. Para não divagar muito sobre a explosão criminosa em nosso estado, basta ficar com aqueles, entre outros crimes praticados, que dizem respeito aos assaltos a banco em todo interior da Bahia. São ações de uma ousadia surpreendente, armas de grosso calibre e quantidade sempre numerosa de bandidos que costumam paralisar a cidade alvo de suas investidas. Nestes locais que hoje se tornaram preferidos por estas gangs, se roubavam armazéns, postos de gasolina, padarias, imagens de santo, muitas galinhas e moças casamenteiras, quando havia moça e ainda mais casamenteira. Mas o tempo virou e, o que era uma atitude romântica tipo Robin Hood, Padre Dimas ou Charles Anjo 45, desaguou num tiroteio, explosões de caixas eletrônicos, carros possantes, armas pesadas, pessoas seqüestradas e feitas reféns, um inferno astral e as cidades em estado de torpor.

Próximas daqui, sinal de que eles não tardarão em nos fazer uma indesejada visita, os municípios sedes de Cafarnaum e Tapiramutá são cartas mais que conhecidas no baralho da bandidagem. Eles já estão tão acostumados com as suas presenças em agencias de Correios e Bancos que nem reagem mais com espanto e medo, mas com a serenidade ou resignação de mulher de malandro para quem uma bordoada a mais é simplesmente uma porrada a mais.

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