segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Lampião, aquele machão, era frutinha.

Quem diria, neste processo de desconstruir mitos e reputações sobrou até para Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o justiceiro macho que arrepiou meio mundo do sertão nordestino vingando a morte de seus pais, era. Ou pelo mero prazer de matar mesmo, já que seu espírito sanguinário não carecia de motivações ou razões para apertar o gatilho, empunhar a peixeira contra quem cruzasse seu caminho e não caísse no agrado de seus belos olhos. Pois, Lampião e Maria Bonita que já tiveram suas vidas vasculhadas por jornais, revistas, livros e filmes ganha agora mais uma versão apimentada de suas conturbadas trajetórias. Segundo o escritor e advogado Pedro Morais, em seu livro Lampião: O Mata Sete, o cangaceiro estava mais para a parada gay que propriamente para vingador de qualquer coisa. Lampião matava a cobra e escondia o pau.

O ícone da cultura nordestina costurava prá fora e prá dentro, já que os adornos das indumentárias do bando eram bordados por ele, uma espécie de Clodovil do cangaço. Mas a surpresa maior do livro viria com a revelação de que Lampião tinha um namorado no bando, que era o cangaceiro Luiz Pedro, que por sua vez também era amante de Maria Bonita. Este triângulo amoroso do agreste faz valer para Maria Bonita a máxima de um personagem de Regina Casé, em Programa Legal, quando dizia: “onde me come um, come dois”.

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