segunda-feira, 30 de junho de 2014

Barracão

Minha identificação com a música vem de muito tempo, embora não execute qualquer instrumento ou arrisque soltar uns graves e agudos além das quatro paredes do banheiro. Vivo cercado de discos, livros, revistas especializadas e shows, muitos audições de instrumentistas, bandas, cantores e grupos vocais, de música enfim. Esta proximidade com a música, em especial com os discos, me afastou das gravações ao vivo, tal o desconforto de ruídos, chiados, desafinações, mas uma gravação em especial faz quebrar esta resistencia. 

Falo de Barracão, samba de Luis Antonio e Oldemar Magalhães, gravado durante um show realizado pelo Museu da Imagem e do Som, do Rio, com Elizete Cardoso e Jacob do Bandolim.  A sensação de envolvimento e sublimação que me causou a primeira audição do recital me acompanha até hoje, cada vez que ouço a voz de Elizete, a musicalidade do Zimbo Trio, o bandolim de Jacob e o seu conjunto de choro, o grupo Época de Ouro. Os aplausos espontâneos da platéia ao invés de macularem a execução, passam a compor a atmosfera de enlevo que permeia a longa faixa do LP

A média de duração de uma faixa gravada em disco na época, não excedia a três minutos, raramente superando este tempo. Esta faixa porem vai alem dos sete minutos, ou seja, a duração integral da performance dos artistas geniais, acredito. O produtor não deve ter interferido no tempo de registro das faixas selecionadas para integrarem os LP’s, dois ao todo; deixando que os participantes através dos sons iluminados de seus instrumentos, reluzissem e fizessem brilhar ainda mais, naquela noite mágica. “Vai barracão, pendurado no morro...”

Foto: Elizete Cardoso

Valeu Chile!

Nem sempre os vencedores são os melhores, do mesmo modo como os perdedores nem sempre são os fracassados. O Chile deu uma demonstração de bom futebol em sua rápida participação na Copa do Mundo 2014, que poderia ter lhe levado bem mais adiante se não fossem estes mistérios insondáveis do futebol, mas ficou o exemplo de uma seleção bem treinada, bons jogadores e uma torcida vibrante e confiante em sua seleção, bem distante da nossa.

Quanto às vaias ao seu hino oficial, na execução pelo serviço de som do Mineirão, na partida contra o Brasil, parece que foi um comportamento incorporado ao seu manual de maus modos e falta de educação, como deu mostra na abertura do Mundial, ao vaiar tambem a presidente do nosso país, imaginando externar algum tipo de protesto e indgnação política. Modestamente peço desculpas pelo gesto indigno de meia dúzia de boçais grosseiros e incivilizados que envergonha o lado não apodrecido de nossa sociedade. Valeu Chile!

Foto: Torcida chilena

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Revolução dos Cravos - 40 anos depois

A Revolução dos Cravos, em Portugal, completou este 40 anos em 2014, mais precisamente no dia 25 de abril, quando foi derrubada a longa ditadura salazarista com a deposição de seu atual capacho, Marcelo Caetano. Não foi uma revolução de esquerda tal a diversidade ideológica dos militares responsáveis pelo de deposição do síndico da ditadura, mas um sentimento unia a jovem oficialidade do Exército, a manutenção das exauridas guerras nas colônias africanas e a imediata retirada das tropas portuguesa da África, determinando o fim do enfrentamento com as colônias.

O Coronel Vasco Lourenço se tornou o líder da Revolução dos Cravos, aclamado que foi pela população do país, um Portugal triste, cabisbaixo, ostentando índices de desenvolvimento vergonhosos se comparados aos prósperos países europeus, voltava a sorrir pelas ruas, tal a confiança depositada nos militares que libertaram os portugueses de uma ditadura caduca e desprezada.

Os anarquistas achavam que o Coronel Vasco Lourenço não era bom da cabeça, era maluco, quase varrido, mas nem assim lhe negava o apoio, pichando nos muros dos hospícios frases espirituosas como: “Vasco, volte prá casa”; Vasco ao menos venha para as consultas; “Vasco, pelo amor de Deus, tome os remédios”, era outro Portugal que nascia, bem distante daquele que Chico cantava para nós, nos tempos duros da dita cuja, “Ah, esta terra ainda/vai cumprir seu ideal/ainda vai tornar-se um imenso Portugal

Foto: Cartaz Comemorativo

quarta-feira, 25 de junho de 2014

"Imagina na Copa"

“Nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes do evento da Copa do Mundo começar, segundo o escritor Ruy Castro, em um programa da SporTVJornais alemães, espanhois, franceses e ingleses, refletiam o quadro catastrófico criado pelos canais de televisão, redes de rádio e jornais de grande circulação no Brasil, desfazem o mito criado antes da Copa.

Na imprensa estrangeira era totalmente normal que se tivesse uma visão tâo apreensiva, porque ela espelhava o que acontecia na nossa imprensa, que foi de uma crítica permanente, à priori. Uma cobertura com enorme má vontade, o tempo inteiro, de uma exigência absurda, que acabou enfatizando o movimento “Imagina na Copa”, critica o escritor”.

Fonte: O escrivinhador

Canibal

Inexplicável que um jogador de talento, como o Luís Suarez, da seleção uruguaia, tenha um comportamento tão antidesportivo como na partida de ontem contra a Itália, em que a seleção de seu país, venceu os italianos por 1 x 0, decretando a sua volta prá casa. Aliás, este complexo de pitibull, não se manifestou pela primeira vez, já que consta de seu currículo outros ataques aos colegas em campo, como contra um jogador do Chelsea pelo campeonato inglês, onde ele atua pelo Liverpool

Outra vez, quando ainda atuava pelo Ajax da Holanda mirou e acertou o pescoço do volante do PSV, não deixando dúvida quanto ao perigo de sua presença na área ou em busca de determinadas partes do corpo de seus colegas. Hulk, com aquela carroceria avantajada é bom se resguardar em caso de um enfrentamento ao canibal num possível jogo entre Brasil x Uruguai.

Foto: Luís Suarez - O canibal

Copa 2014 - Viva Chile!

"Tchi, tchi, tchi; lê, lê, lê; Viva Chile” é o grito de guerra dos torcedores chilenos em quaisquer dos estádios da Copa 2014, acompanhando, orgulhosos, a sua seleção. Não sem razão a alegria chilena, que vai além dos gramados de futebol para se materializar em um país que é uma espécie de oásis na América do Sul, com seus invejáveis índices de crescimento, economia sólida, imune, até o momento, à turbulência política e financeira de seus vizinhos, inclusive nós.

No campo esperam não ser mais um adversário a ser batido pelo Brasil como em Copas anteriores, em que seleção chilena é sempre atropelada pela nossa seleção. Desta vez será outra história, entusiasmo não lhes falta, assim como um time vibrante, veloz e constituído por bons jogadores. Diferentemente de nós, que a exceção de David Luis, Thiago Silva e Marcelo, somos um bando a correr atrás da bola na esperança de recuperá-la e lançá-la para Neymar tentar o gol, o que tem conseguido até então, embora seja pouco para quem quer mais. 

Fotos: Uniformes chilenos

domingo, 22 de junho de 2014

Sob as bençãos dos Orixás.

Pode não ter sido as mais importantes partidas da Copa do Mundo 2014, mas a Arena Fonte Nova, sem dúvida, foi um palco privilegiado por onde passaram as seleções europeias melhores colocadas no ranking da FIFA. Por aqui passaram os mais premiados craques do futebol internacional como Iniesta, Casillas, Xavi, Cristiano Ronaldo, Benzema, Van Persie, Robben, Sneijder, Piqué, Valbuena, Fábio Coentrão entre outros.

As ausências de Messi, Neymar e mesmo Ribéry que também poderia estar por aqui com a seleção francesa, foram lacunas preenchidas sem lamentações, pois as goleadas registradas na Arena Fonte Nova deverão passar pelo Mundial como únicas, já que improvável sejam repetidas, até mesmo como aquela que se esperava entre Argentina x Irã e deu no que deu, num minguado 1 x 0 aos 46 minutos do segundo tempo, para os "hermanos". 

Assim, a última partida da primeira fase na Arena Fonte Nova, com os já desclassificados Irã x Bósnia, ainda que reste uma esperança ao Irã, deve ser vista por um número considerável de torcedores, pelo bom papel que tiveram nesta primeira fase.  

Foto: Arena Fonte Nova

Primeiro Encontro Mundial dos Cuícas

Foi realizado, ontem, dia 21, na Fazenda Vista Alegre de Mimi, em Baixa Grande – Bahia, o Primeiro Encontro Mundial dos Cuícas. Organizado por Lucas Prado e Bruno Pamponet o encontro festivo teve a supervisão de Maria Helena, Ilmara, Juliana e Maiana, alem dos sobrinhos Guilherme e Gustavo que deram uma demonstração de acolhimento e boa companhia características de todos eles.

Um dia inesquecível que só os “cuícas” reunidos são capazes de fazer, agregando quase 80 pessoas num ambiente de festa, churrasco, futebol, discursos e cervejas, muita cerveja. Lamentamos a falta dos que por motivos diversos não se fizeram presentes, mas que estiveram em nossos corações aos pulos, em cada gol de canela e joelho, perdidos, em cada discurso proferido; em cada gole sorvido, em cada churrasco degustado. 

Na ocasião foi relembrado e também comemorado o aniversário de 101 anos da matriarca da família, Lurdes Kuhn, ocorrido em 13 de maio, que esbanjando vitalidade soltou o verbo em um discurso interminável de agradecimentos aos filhos, netos, bisnetos, genros e noras. Ê povo bom! 

Foto: Encontro dos Cuícas

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O inacreditável metrô de Salvador... andou

Charge: Simanca

Gol japonês

A insofismável vitória da Cróacia contra Camarões, por 4 x 0, na Arena da Amazônia, dia 18.06, põe ainda mais dúvida sobre o pênalti a favor do Brasil naquela partida inaugural contra os croatas, que tirava o placar do empate em 1 x 1. Nenhum dos grandes cronistas da imprensa nativa discute a legalidade do pênalti mercado pelo juiz japonês, sendo unânimes em afirmar que nada houve que justificasse a marcação sobre Fred. O gol foi ilegal, goste ou não Parreira e Felipão.

Quanto ao nosso treinador, embora desnecessário, pois impossível, seria saudável umas aulas de etiqueta social e boas maneiras, ministradas pela colunista Glorinha Kalil, como modo de domar o mau humor e o baixo astral do “professor”, aparando as grossuras gauchescas no contato com a imprensa a cada mau resultado obtido por nossa seleção. A partida contra o México, não pelo empate, mas pela vísivel falta de posicionamento tático, do tremendo bolo que foi aquele meio de campo da seleção e do desespero de Neymar em carregar o trem nas costas, foi um fiasco. 

Espera-se que partidas como as efetuadas, até o momento, pela Croácia, Colômbia, Costa Rica e Chile possam servir para alguma coisa, porque o “trem tá feio”.

Fotomontagem: Juiz japonês

Chico 70!

O poeta maior da música brasileira, Chico Buarque, veio se juntar a Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gilberto Gil, outros pilares da nossa moderna música, no seleto clube dos 70 ao completar esta idade, ontem 19 de junho. A discografia de Chico fala por si, de sua imensa capacidade de criar versos inesquecíveis em muitas de suas canções, como Rosa dos Ventos a primeira que me despertou a curiosidade pelas rimas conseguidas em palavras proparoxítonas no final de cada frase musical a exemplo de: “numa enchente amazônica/numa explosão atlântica/e a muiltidão vendo em pânico/e a multidão vendo atônita/ainda que tarde/o seu despertar”. Há uma evidente espera no despertar de uma multidão que naquele momento era sufocada por um regime ditatorial, bandeira política que Chico usaria em outras canções.

Este recurso de rimas em que sílaba tônica é antepenúltima de cada palavra, Chico voltaria a usar de forma magistral em Construção uma de suas mais perfeitas composições, em que as frases vão se alternando a cada conjunto de versos, criando uma leitura diferente daquela que foi conseguida anteriormente: “sentou prá descansar como se fosse um pássaro/e flutuou no ar como se fosse um príncipe/e se acabou no chão feito um pacote bêbado/morreu na contramão atrapalhando o sábado”. Vida longa a Chico!

Montagem: Gil, Caetano, Milton e Paulinho da Viola

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Coerente!


Nosso futebol está tão descolorido quanto os estilosos topetes de Neymar e Daniel Alves.

Foto: Neymar
Fonte: Renato Mauricio Prado

De volta prá casa II

Os baderneiros chilenos travestidos de torcedores que invadiram o Maracanã, antes do jogo Espanha x Chile e destruíram parte da sala de imprensa estão presos, num total de 88 e serão deportados em 72 horas para a seu país. Vale lembrar que a segurança dentro dos estádios da Copa é de competência da FIFA e de seus critérios de excelência tão alardeados e impostos onde quer que ela se estabeleça.

A preocupação com a violência de torcedores europeus, em especial ingleses e alemães, que provavelmente estariam por aqui, foram tomadas medidas preventivas pelos organismos de segurança do Brasil e daqueles países, sem se dar conta que o barulho viria daqui de tão perto, de nossos vizinhos. Embora todos sabemos do comportamento não tão desportivo de torcedores argentinos, uruguaios, paraguaios na defesa de suas seleções e do consumo excessivo de bebidas e de outros bagulhos nestas ocasiões. Polícia prá quem precisa de polícia

Fotos: Chilenos baderneiros

De volta prá casa!

É como já disse:

A melhor partida da Copa até agora é a partida da Espanha, atual campeã mundial, de volta prá casa.

Foto: Ilustrativa
Fonte: Anselmo Goís

Nem uma coisa, nem outra

Como se não bastasse a desastrada participação da Espanha na Copa de 2014, a atual Campeã do Mundo, já desclassificada, vai encarar a seleção da Austrália, dia 23, segunda feira, já com as malas arrumadas de volta prá casa. Mas, o pior mesmo sobrou para o Diego Costa, o brasileiro atacante do Atlético de Madrid, que preferiu se naturalizar espanhol em busca de uma convocação pelo técnico Vicente Del Bosque, que atender o olho grande de Felipão que também queria a sua convocação para a nossa seleção. 

O atacante naturalizado, alegando razões até compreensíveis, preferiu enrolar a língua em seu portunhol que atender o canto de sereia de treinador verde–amarelo e, pagou um preço elevado pela atitude. Tanto em Salvador, contra a Holanda, como no Rio, contra o Chile, cada vez que o Diego Costa tocava na bola recebia uma sonora vaia da torcida, possivelmente de desaprovação por ter preterido a seleção de Felipão, em torça da camisa vermelha da seleção espanhola. Nem uma coisa nem outra, pior também prá nós, que sem o atacante naturalizado, temos de nos virar com . Ninguém merece!

Foto: Diego Costa

Mamãe mande roupa...

Apontada com uma das revelações da Copa 2014, a Bélgica que venceu na estreia a seleção da Argélia, no Mineirão, por 2 x 1, pode não ir muito longe, mas a sua alegre torcida demonstrou uma confiança e um bom humor sem rédeas, terça feira, dia 17 

Trazendo o craque Hazard, atacante do Chelsea, como grande esperança de sucesso, a torcida belga expressou a sua fé em sua seleção através da debochada faixa: “Mamãe mande roupa, pois vamos chegar as finais” ou algo próximo ao significado e que demonstrava um otimismo próprio de torcedores apaixonados. 

Foto: Espanha x Argélia. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Pouco, prá quem quer muito mais

Prá quem pretende ser Campeão, o que seleção brasileira mostrou até o momento, é pouco, muito pouco. Não apenas o pouco em si, mas o muito que já vimos em times muito mais bem treinados como o México, nosso adversário de ontem, sem falar nas equipes da Holanda e Alemanha, estas sim, grandes seleções. Além de Itália, Costa Rica, Chile, Colômbia que se comportaram, por enquanto, como pedras no caminho daquelas que de fato buscam a conquista do Mundial.

Quanto a nós, sem exagerar na dose do pessimismo, resta pedir para que Neymar não se machuque e não venha desfalcar a seleção. Pois, de jogadores como Oscar, Fred, Ramires, Jô, Paulinho, antes de esperar por suas presenças em campo ao ser anunciada a escaçlação, devemos ler os seus horóscopos para saber qual o quadrante de lua que os regerá e, se eles estarão prá lá de Jupiter ou Saturno e em consequência longe, bem longe da Terra. A esperança resiste só não se sabe até quando...

Fotos: Ilustrativas

Barra de Babel

A invasão colorida de torcedores de vários países ornamenta a paisagem de vários pontos turísticos de Salvador, seja na Praça Municipal, Terreiro de Jesus, Pelourinho e em especial o Farol. Ali na Barra se dá a maior concentração de turistas nacionais e estrangeiros que nesta fase inicial da Copa do Mundo trouxe a Salvador jogos extraordinários como Espanha e Holanda ou Alemanha e Portugal responsáveis até o momento por inesperadas goleadas em adversários potencialmente candidatos a vagas nas finais, pelo menos no papel e com seus craques renomados.

Mas, nem tudo são cores e nomes, são línguas, idiomas, quiçá dialetos. Quem conseguisse acesso a qualquer um dos bares da orla da Barra, do Farol ao Cristo se sentiria, como no domingo, em espécie de Torre de Babel, onde suíços, colombianos, franceses, mexicanos, alemães, portugueses, espanhóis, africanos, remanescentes da invasão holandesa, tentando algum tipo de entendimento ante garçons atônitos com aquela bagunça esportiva. A Copa do Mundo só está no começo, mas fará falta a qualquer cidade brasileira que está sediando jogos do Mundial, quando tudo terminar e o campeão se der por satisfeito com a conquista tão almejada do valioso troféu. 

Foto: Ilustrativa

domingo, 15 de junho de 2014

Qualé Olé!

O jornal esportivo, Olé, da Argentina é conhecido pela ironia e pelo deboche com que trata os clubes brasileiros e a nossa seleção. Tenha ou não motivação lá está sempre uma manchete, uma montagem, charge depreciativa aos nossos atletas e ao seu futebol.
No dia seguinte ao da vitória brasileira sobre a Croácia, o jornal argentino estampou em sua capa a foto de Fred caído e a legenda “Jogo Robinho” numa alusão ao pênalti marcado pelo juiz japonês e que tanta polêmica despertou e segundo o Olé, o gol foi roubado.


Macaco não olha para o rabo, com se costuma dizer entre nós. Quem tem no currículo uma conquista de Copa do Mundo como em 1978, na Argentina, ganha pelos próprios “hermanos”, sobre quem pesa a facilitação de resultados para atender aos desejos e imposições da junta militar que infelicitava o país, naquele momento, não pode falar em roubo ou armações. Não esquecendo o gol de mão de Maradona, contra a Inglaterra, em 1986 que também daria a Argentina o titulo de campeã do mundo, mesmo que nesta partida o craque argentino tenha marcado o mais inesquecível gol de todas as Copas do Mundo. Antológico, sem esquecer o gol roubado e um novo título mundial, talvez imerecido. Quelé Olé!

Foto: Gol de mão de Maradona

Invasão holandesa

Quem chegasse ao Terreiro de Jesus, no Pelourinho, sexta feira ao meio dia e desconhecesse, impossível, o evento da Copa do Mundo, pensaria que o Carnaval tinha voltado em pleno mês de junho, trazendo a bordo não esta nossa gente festeira e marrom, mas uma galera “Parmalat” coberta por todos os tons de laranja, nas camisas, bermudas, macacões, saias, tamancos e uma lata de “Schin”, talvez para combinar com a cor da indumentária, também laranja, até um trio elétrico. Eram os holandeses.

Tomaram todas as ruas do Centro Histórico, becos, bares, ladeiras, mas o maior contingente se concentrou no Largo animados por um DJ que executava, claro, músicas holandesas cantadas freneticamente por uma torcida que em breve invadiria a Arena Fonte Nova onde afinal se daria a maior e melhor parte da festa, no massacre espanhol.
Concentrações como aquela justifica o evento num transbordamento de alegria, diferente daquela gente amarga e triste que tem na violência e na agressividade sua única maneira de ser e viver. “Vumbora” Holanda!

Fotos: Torcida da Holanda em Salvador

Começou...

Com os protestantes recebendo, democraticamente, as bordoadas da policia militar, na forma da lei ou fora dela como são as manifestações raivosas desses rebeldes sem causa, teve inicio a Copa do Mundo 2014. A mesma raiva que a elite branca demonstrou ao vaiar e xingar a presidente do país numa confusão que transcende a querela ideológica para ficar no campo da falta de educação, não aquela com que pretendem criminalizar a Copa em argumentos esfarrapados e desprovidos de seriedade, mas a educação doméstica, esta que se aprende no convívio dos pais, dos amigos, da família.

As pessoas de bem que não estavam no estádio – que estadiozinho feio, parece projeto de algum arquiteto dessas faculdades de ensino à distancia - se sentiram igualmente ofendidas por fazer parte daquela malta que infelizmente compõe a população do nosso país e que é representativa daquilo que há de pior na raça humana, “uma semana do trabalho de Deus”. E rola a bola.


Foto: Abertura da Copa

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Sem preconceito.


De uma barraca com variedades de peixe em uma feira de Salvador:

Aqui até o peixe espada é fresco

José Simão
Foto: Ilustrativa

De gol em gol!

A cada Copa do Mundo surgem canções e jingles que buscam impulsionar a torcida e o apoio a nossa seleção, mas nada se equivale ao Prá frente Brasil, do compositor Miguel Gustavo, para o Tri Campeonato do México em 70. Ainda que a cada evento seja modificada a letra, dependendo do último senso do IBGE, que quando foi composta éramos 70 milhões, mas à época da Copa passamos para “90 milhões em ação” e hoje já corrigidos, para 200 milhões na “corrente prá frente”. Mas, “somos um só coração” continua insuperável.

Novos sons vão aparecendo como o “jingle” composto por Jair Oliveira, a canção  Mostra tua força Brasil, utilizado pelo Banco Itaú e, principalmente Coração verde-amarelo que a TV Globo usa em suas transmissões esportivas, quando está em jogo a seleção brasileira e, surpreendentemente é uma composição de Aldir Blanc com música de Tavito. “O coração tem razão, que a própria razão desconhece”.

“... Eu sei que vou
Vou de jeito que eu sei
De gol em gol
Com direito a “replay”
Eu sei que vou
Com o coração batendo a mil
É taça na raça, Brasil”.

Foto: Torcida Brasileira

terça-feira, 10 de junho de 2014

I can't get no satisfaction!

Ainda não está confirmada, mas estuda-se a data de 05 de março do próximo ano, para uma nova temporada dos Rolling Stones, por aqui. A indestrutível e insuperável banda inglesa resiste ao tempo e as mudanças dos ritmos mantendo-se fiel ao bom e velho rock n’roll. 
Quem sabe não seja desta vez que irei ao Rio assistir Mick Jagger e companhia.

Foto: Rolling Stones

É doce morrer no mar, mas dá um trabalho...

De todas as lembranças (boas) do Colégio da Bahia, o Central, não esqueço a participação em uma equipe de trabalho sobre “a pesca”, no primeiro ano como estudante, por aqui, no querido estabelecimento. O trabalho fazia parte das atividades desenvolvidas pela professora de “português” e a pesquisa teria de ser feita “in loco”, com registro fotográfico, a partir de uma visita que deveríamos fazer a uma colônia de pescadores. O local indicado para a pesquisa foi Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica

Sem conhecermos o mar, a ilha e a pesca que para nós tinha a grandeza de algumas poucas traíras arrancadas daqueles açudes e aguadas do sertão em tempo de trovoadas, embarcamos no velho navio da Companhia Bahiana de Navegação em direção ao mar.

Acomodados nos bancos em volta das mesas fixas do convés assistíamos assustados, mas resignados, a avalanche de água entrando pelas laterais, como se fosse parte do sacrifício que teríamos de experimentar naquela manhã de abril. O balanço do mar nos arremessava uns contra os outros e estes ao chão, cobertos de água e vestígio de vômitos, num cenário de pânico já instaurado entre todos os candidatos a náufragos. Sentíamos que era o fim. Seguramos com firmeza a borda da mesa, baixamos a cabeça e rezamos ao Senhor do Bonfim.

Poderia até ser “doce morrer no mar”, mas dava um trabalho desgraçado a que não estávamos acostumados. Tudo não durou cinco minutos, mas pareceu um sofrimento interminável, que se renovava a cada vez que olhávamos da ilha o imenso mar que nos separava e nos esperava para a travessia de volta prá casa.

Foto: Ilha de Itaparica

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Em São Paulo - Água para poucos


Charge: Jean Galvão

Copos para a Copa

Elemento decorativo alusivo a seleção brasileira na Pizzaria Água na Boca, em Morro do Chapéu, de nosso amigo Dida, chama atenção de seus frequentadores pela originalidade. Confecionado pelo próprio Dida, a partir de copos plásticos nas cores verde, amarela, azul e branca, a decoração que consta de outros elementos, como a bandeira nacional, ganha de modo simples grande efeito plástico e de bom gosto. Parabéns!   

Foto: Pizzaria Água na Boca

domingo, 8 de junho de 2014

Pro dia nascer feliz

Domingo ensolarado e festivo em Morro do Chapéu que amanheceu sob os acordes da Filarmônica Minerva pelas ruas da cidade anunciando o encerramento solene da Festa do Divino Espírito Santo, hoje, e de São Benedito, amanhã quando será feriado municipal. Bonita a preservação destes costumes religiosos quase secular e que infelizmente vão minguando a cada ano, mas resistindo ao seu esquecimento ou fim conforme a intensidade do fervor de seus fieis.

Pela manhã as ruas serão tomadas pelo passeio ciclístico da cidade organizado pela Federação Baiana de Ciclismo, iniciando uma semana esportiva cuja celebração maior ficará por conta do grande evento da Copa do Mundo – 2014, na próxima quinta feira, absorvendo todas atenções de esportistas ou não, indiferente impossível. 

Triste o aparato bélico que foi montado para prevenir os ataques de maus brasileiros que insistem em mudar o imutável, desde jornais como O Globo, porta voz da direita saudosista, ao mais relés escora balcão de ponta de rua, unânimes em sua pegação anti-Copa em variados tons de argumentações, mas irmanados na canalhice e no mau caratismo. O Brasil sobreviverá, mas que nunca verde e amarelo, ao som de um dos nossos orgulhos nacionais, a música popular brasileira. "Apesar de você amanhã há de ser outro dia".
Saudades da Bahia – João Gilberto
Gás neon – Maria Betânia
É preciso saber viver – Titãs
Mandingo – Roberta Sá
Lábios que beijei – Antonio Zambujo
Meio de campo – Elis
Três lágrimas – Maysa
Preciso aprendr a só ser – Gilberto Gil
Barracão – Elizete Cardoso e Jacob do Bandolim
É uma partida de futebol - Skank

Foto: Antonio Zambujo

sábado, 7 de junho de 2014

Fora São Paulo!

A frase que Vinicius cunhou como sendo São Paulo o túmulo do samba pode ser estendida ao futebol, como o fundo do poço quando se apresenta a nossa seleção brasileira de futebol aos olhos e aos gritos dos paulistas. Há implicância, má vontade e também mau futebol por parte de nosso time que ficou abaixo do sofrível, ruim, muito mau, desencontrado frente a um adversário que poderia estar na Copa, mas ficou preso a um gol de última hora, inesperado em sua chave de classificação. Todos erraram, menos a Sérvia que deveria estar onde onde não conseguiu ficar.

Quanto à torcida paulista, seu mau humor corintiano, esta facção criminosa que confunde o esporte como luta campal, mortes, assassinatos, vandalismo, politizando tudo o que não é política, mas a salutar prática da disputa, que fiquem com seus protestozinhos inócuos, de seu pessedebismo boçal, a seleção seguirá em frente, ou não, com ou sem vocês.  

Foto: Ilustrativa 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

São João no Pelô

Tá ficando bonita a decoração do São João do Pelourinho, que já começou a ser montada em algumas ruas e se espalhará pelas demais, além dos largos Teresa Batista, Quincas Berro D’água e Pedro Arcanjo, onde acontecerão shows de artistas locais e nacionais em programação ainda a ser divulgada. Como é óbvio o tema decorativo será a Copa do Mundo com a predominância das cores verde e amarela.

Projeto da Secretaria de Cultura e Bahiatursa está sendo tocado pela artista plástica Teresa Calheira e terá como novidade uma casa de reboco, instalada no Cruzeiro de São Francisco, construção típica da zona rural nordestina e hoje simbolismo de um passado recente. A decoração envolverá 35 mil metros de bandeirolas, 5 mil metros de cabo de aço e grandes bandeiras de mais 500 mestros quadrados.

Foto: Pelourinho - 2014

Dançou no "lepo-lepo"

Segundo a coluna do Anselmo Gois, no Globo, de hoje, “o Governador Jaques Wagner exonerou, ontem, o major Enéas Estrela, da PM, que, numa festa da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, foi filmado dançando o “lepo-lepo”.

Se a moda pega, de punir baiano dançando, o país que se prepare para uma nova guerra civil apimentada, maior que a Revolta de Canudos”. 

Foto: Ilustrativa

Maysa - 06 de junho de 1936.

“Abra a porta e a janela e venha ver o sol nascer...” na verdade o sol ainda tardaria um pouco a nascer, mas mesmo assim resolvemos deixar a área do festival de rock na Praia de Conceição e fomos caminhar pela praia, fascinados pela intensa claridade do luar. O efeito produzido pela luz da lua sobre a placidez daquela baia, nos fez quedar na areia da praia em atitude contemplativa diante de tanta beleza, bebendo em silêncio mais esta manifestação da presença de Deus. Será que foi um sonho ou uma alucinação? Tanto faz, depois de tudo que tomamos e fumamos... As meninas extenuadas pelo cansaço do dia ensolarado e com sono foram para a barraca, enquanto nós ficamos um pouco mais, vagando na noite, insones.    

A noite e o que dela restou estava irremediavelmente comprometida. Fomos para a Brasília azul, juntamente com Bira, aguardar o sol nascer, enquanto ouvíamos música pelo rádio. Uma noticia nos entristeceu. Maysa tinha falecido naquele entardecer de 22 de janeiro de 1977, vítima de uma coalizão de seu veículo contra a amurada da ponte Rio - Niterói.

Procuramos sintonia com o simpático programa do Adelzon Alves, na Rádio Globo do Rio e fomos agraciados com uma seleção primorosa de sucessos da grande cantora. “Suas mãos”, “Molambo”, “Meu mundo caiu”, “Resposta” “Chuvas de verão” , “Bom dia tristeza”, “Três lágrimas” e muito mais, além de seu cartão de visita “Ouça” e seus versos tocantes de um sentimentalismo denso e trágico, como foi quase todo o seu repertório e a sua vida regada a álcool, boemia e amores não correspondidos. 

Maysa foi uma intérprete da mesma linhagem de Dalva, Isaurinha, Piaff ou Bille Holiday, pela dramaticidade do seu canto a serviço de sua verdade existencial, exposta com intenso desassombro. E assim como na canção popular, “o mundo compreendeu e o dia amanheceu em paz”.  

Foto: Maysa        

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dia Mundial do Meio Ambiente


Manoel de Barros
O rio que fazia uma volta
atrás da nossa casa
era a imagem de um vidro nole...

Passou um homem e disse:
Essa volta que o rio faz...
se chama enseada...

Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.

Foto: Ilustrativa

"Ferro véio" - Um piritibano

Se escuto algo como “meu coração é do tamanho de um trem”, eu penso: é ele. “Cabeça de homem, mas um coração de menino”, só pode ser ele. Ou na pretensa rebeldia de “sou uma criança, não entendo nada”, era ele, “Ferro véio” ou Dalvinho, até para nos convencer que era um bom negócio fazermos um “bumba-meu-boi” e sairmos pelas ruas da cidade arrecadando dinheiro.

Chegamos a descolar algum, apesar dos percalços que foram se sucedendo pelos caminhos do boi, como aquele em plena Praça da Feira em um sábado chuvoso. Havia sido escalado naquela manhã para levar o boi, nas costas, da Rua da Igreja até a Rua dos Ricos, passando pela feira. Em frente à loja de Zuzinha, o boi, na verdade eu, saiu escorregando na lama, sem qualquer firmeza e, estabanado até a frente da casa do delegado Horácio Sampaio. Segurei o boi com o que restava de equilíbrio e força, sem deixar cair, até onde aguentei. Daí fomos ao chão, o boi e eu, envergonhados e sujos. O boi, coitado, era só desolação e lama sobre a chita vistosa de sua indumentária. Lembro do boi tombado, com suas intimidades de barbante e cipó, à mostra.  

Do meu lado, contabilizei entre outros prejuízos, o desaparecimento de uma das minhas alpercatas que submergiu na lama para nunca mais. São fatos maravilhosos, entre tantos, que tive o prazer de assistir e participar junto ao nosso amigo e irmão mais velho, Dalvinho, o “Ferro véio”. 

Foto: Piritiba-Ba - Praça da Feira