sexta-feira, 20 de junho de 2014

Chico 70!

O poeta maior da música brasileira, Chico Buarque, veio se juntar a Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gilberto Gil, outros pilares da nossa moderna música, no seleto clube dos 70 ao completar esta idade, ontem 19 de junho. A discografia de Chico fala por si, de sua imensa capacidade de criar versos inesquecíveis em muitas de suas canções, como Rosa dos Ventos a primeira que me despertou a curiosidade pelas rimas conseguidas em palavras proparoxítonas no final de cada frase musical a exemplo de: “numa enchente amazônica/numa explosão atlântica/e a muiltidão vendo em pânico/e a multidão vendo atônita/ainda que tarde/o seu despertar”. Há uma evidente espera no despertar de uma multidão que naquele momento era sufocada por um regime ditatorial, bandeira política que Chico usaria em outras canções.

Este recurso de rimas em que sílaba tônica é antepenúltima de cada palavra, Chico voltaria a usar de forma magistral em Construção uma de suas mais perfeitas composições, em que as frases vão se alternando a cada conjunto de versos, criando uma leitura diferente daquela que foi conseguida anteriormente: “sentou prá descansar como se fosse um pássaro/e flutuou no ar como se fosse um príncipe/e se acabou no chão feito um pacote bêbado/morreu na contramão atrapalhando o sábado”. Vida longa a Chico!

Montagem: Gil, Caetano, Milton e Paulinho da Viola

Nenhum comentário:

Postar um comentário