O poeta maior da música brasileira, Chico Buarque, veio se juntar a Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Milton Nascimento
e Gilberto Gil, outros pilares da nossa moderna música, no seleto clube dos 70 ao completar esta idade, ontem 19 de
junho. A discografia de Chico fala
por si, de sua imensa capacidade de criar versos inesquecíveis em muitas de
suas canções, como Rosa dos Ventos a
primeira que me despertou a curiosidade pelas rimas conseguidas em palavras
proparoxítonas no final de cada frase musical a exemplo de: “numa enchente
amazônica/numa explosão atlântica/e a muiltidão vendo em pânico/e a multidão
vendo atônita/ainda que tarde/o seu despertar”. Há uma evidente espera no
despertar de uma multidão que naquele momento era sufocada por um regime
ditatorial, bandeira política que Chico usaria em outras canções.
Este recurso de rimas em que sílaba tônica é antepenúltima
de cada palavra, Chico voltaria a
usar de forma magistral em Construção
uma de suas mais perfeitas composições, em que as frases vão se alternando a
cada conjunto de versos, criando uma leitura diferente daquela que foi conseguida
anteriormente: “sentou prá descansar como se fosse um pássaro/e flutuou no ar
como se fosse um príncipe/e se acabou no chão feito um pacote bêbado/morreu na contramão
atrapalhando o sábado”. Vida longa a Chico!
Montagem: Gil, Caetano, Milton e Paulinho da Viola
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