quinta-feira, 7 de abril de 2016

Como nossos pais


Já estou acostumado, mas logo no inicio de sua carreira ficava assustado cada vez que Maria Rita enveredava por uma interpretação que trazia de volta aos nossos ouvidos, uma nova canção de Elis. Evidente que para quem conhece o repertório da grande intérprete, como eu, estranhava a novidade. 

Era Elis de volta, como em Tristesse, em dueto com Milton Nascimento, autor da linda canção, em que Maria Rita iniciava a sua carreira. Pois, Milton e Elis tudo a ver, quer dizer, agora Maria Rita.

A intérprete convincente que é Maria Rita acabou por me convencer, que ali não havia qualquer “forçação” de barra, a semelhança era natural, algo que a genética talvez explique, além do ridículo da comparação que ela como profissional não iria se submeter, como alguns críticos chegaram a insinuar. 

Já os filhos de Wilson Simonal, a léguas de distância do talento do pai, tentam uma aproximação, uma busca de semelhança, tornando-se algo caricato, desprovido de qualquer apelo, em especial, também, para aqueles que acompanham a os altos e baixos de sua carreira, de intérprete original, cheio de swing, balanço e pilantragem.  

Foto: Maria Rita

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