Com ingressos esgotados, antecipadamente, o
show de Caetano e Gil, Dois amigos e um
século de música, em Los Angeles,
domingo último, mereceu destaque no New
York Times com seu entusiasmado critico musical destacando a “maravilha de
dois senhores ainda trabalhando” e o quanto foi gratificante aquela noite. Um
Brasil que sempre deu certo, a indiscutível qualidade de nossos artistas.
Vi, ou tentei ver, o mesmo show aqui no Farol, mas por outro viés. Retardatário,
cheguei com a apresentação já iniciada e sem condições alguma de me posicionar
frente ao palco em qualquer distancia que quisesse, uma parede humana impedia
este acesso, alguma movimentação. Na lateral do imenso palco ouvi Caetano enfileirar uma canção atrás da
outra, ou melhor, um sucesso após outro como Terra, Sampa, Coqueiro de Itapoan (Caymmi) Você é linda, enquanto
Gil empunhava o seu violão com a maestria conhecida, e acompanhava o amigo.
A voz de Gil
já não é mais aquela forte e vibrante dos tempos tropicalistas onde os excessos
vocais, os malabarismos, gritos, onomatopeias mis em dilacerantes graves e
agudos lhe causaram graves problemas nas cordas vocais. Cirurgias de reparação para
retiradas de calos por pouco não lhe retirou a voz.
Porem, o que restou é mais um sussurro que
contenta seus admiradores, como no disco Gilberto’s
samba, em que ele visita o repertório de João Gilberto, ficou um fio de voz inseguro, ante o vozeirão firme que já lhe foi
peculiar. Certa vez, Caetano contou em entrevista, que por algumas vezes lhe
recomendou cautela diante daqueles arroubos vocais, por problemas que poderiam
advir daquele modo de cantar, ele não deve ter ouvido e hoje paga por isso,
além do peso de ter mais de 70.
Foto: Ilustrativa
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