sábado, 16 de abril de 2016

Na m(*)


- A rolinha do Piauí encontrou de repente o pardal de Brasília. "Oba, oba!", exclamou o pardal de Brasília, "você por aqui? Que bons ventos te trazem?"

- "Vim só dar uma espiada", respondeu a rolinha do Piauí. "Um caminhão ia passando na estrada, me deu uma vontade danada de dar um passeio, saltei na capota e lá vim eu! Cidadão hein? Deve ser bacana viver por aqui!"

- "Não é mau, não é mau", concordou o pardal de Brasília. "Mas não é como na roça, no mato em que você vive. Lá você tem ar puro, minhoca fácil, os grãos todos ao alcance do bico, muita árvore pra brincar, água às pampas, tem tudo, na roça. E depois, quando vem o frio, tem os cavalos. O que eu tenho mais saudade é dos cavalos..."

- "Bem, isso é verdade, assentiu a rolinha do Piauí. "Na hora do frio não há como ter um bom cavalo por perto, esperar que ele satisfaça a sua necessidade quentinha pra nós podermos também nos aquecer tranqüilamente."

- "É", disse o pardal de Brasília, "pra nós, da cidade, a grande falta é mesmo aquilo que os cavalos fazem. No inverno dá uma saudade..."

- "Mas, eu não compreendo bem que você sinta falta", disse a rolinha do Piauí, "sempre ouço falar que aqui na cidade existem carros de 20, 40 e até 60 cavalos."

- "Ah, sim, é verdade", respondeu o pardal de Brasília, "existem". Mas que é que adianta? Esses cavalos peidam, mas na hora de fazer uma boa bosta, não fazem não."

MORAL: NÃO SE VIVE DE PROMESSAS.

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