domingo, 12 de fevereiro de 2012

A música segundo Tom Jobim.


Os documentários nacionais sobre figuras de nossa política e do mundo das artes têm uma característica que virou chavão, quase uma linha documental. Pega-se a personalidade, pouca importa qual, e ai, recolhe-se imagens de sua época, números musicais, discursos de comícios e entrevistas, em excesso, às vezes de quem tinha, ou não, nada a ver com a personagem focada. Lamentavelmente neste quesito os baianos Caetano e Gil se excedem em sua verborragia que não dizem nada e nem nada acrescentam à biografia do documentado.

O consagrado Nelson Pereira dos Santos e a neta de Tom Jobim, Dora Jobim, fugiram desta armadilha e deixaram o que na verdade importava, a música do grande maestro e compositor carioca. Apenas flui a música, a sua grande e maior identidade. Um som que envolve o mundo através de Pierre Barrou, Henri Salvador, Silvia Telles, Agostinho dos Santos, Dizzy Gilespie, Herbie Hancock, enfim todos os grandes músicos aos pés do maestro soberano.

Os duetos com Elis e Frank Sinatra, alem da interpretação serelepe de Ella Fitzgerald quase me levaram ao aplauso em plena sessão. Mas, contido por timidez ou falta de vergonha mesmo, olhei para os lados, vi em minha direção uma senhora e à minha frente um jovem e mais ninguém. O povo não veio, pior para o povo, que deve ter ficado em casa assistindo o funeral de Wando. Perderam a elegância e a beleza de Desafinado, Samba de uma nota só, Dindi, Garota de Ipanema, Wave, Corcovado, Fotografia, Água de Março, Só tinha que ser com você e mais, muito mais...

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