sábado, 11 de fevereiro de 2012

O CD morreu! Viva o CD!



Vi a morte dos LPs, das fitas cassetes, da bizarrice dos compactos simples e duplos, dos gravadores, tudo para dar lugar aos CDs, a mais nova invenção da tecnologia lá pelos idos de 1986, há 25 anos por tanto. Fui a este funeral pungente com alma, os ouvidos e os olhos em estado de consternação. Chegaram ao fim aquelas pequenas obras de artes das capas dos bolachões e seus encartes em detalhes primorosos e essenciais para o completo entendimento e perfeita audição daquilo que logo passaríamos a ouvir. Artistas como, por exemplo, Elifas Andreato responsável pela confecção das capas dos discos de Paulinho da Viola, Chico, Martinho da Vila, Clara Nunes etc, agora teria a sua disposição as dimensões mínimas de uma capa de CD para expressar em imagem o som que aqueles e outros artistas produziriam. Nunca mais foi o mesmo prazer. Prova disso é a reprodução destas capas de LP’s para o novo e reduzido formato dos CD’s em que a capacidade de encantamento e beleza se dissipou, quase desaparecendo na modernidade da embalagem do novo produto.  

Pois é, a celeridade da informática está jogando para o vaso mais próximo os “modernos” CDs, em face da velocidade das novas ferramentas disponibilizadas pela internet. Discos piratas, trocas de arquivos musicais em download, vendas de faixas de discos pelas próprias gravadoras ou empresas credenciadas e a “baixa” clandestina de músicas em site que permitem, em que pese os riscos de vírus, estão fechando a toque de caixa o tampa do CD.

A Folha, em edição do final do ano em comemoração ao surgimento dos CDs e de algum modo prenunciando o seu breve fim, elegeu as mais belas capas dos “compact disc” nacionais, num total de 25. Um júri de jornalistas da área de cultura e entretenimento elegeu a capa do novo disco de Erasmo, Sexo, como a mais bonita e criativa, que por sinal já foi estampada aqui neste blog, por ocasião dos comentários sobre o novo disco do Tremendão. Em uma capa branca duas impressões digitais formam um coração, tendo ao meio uma fenda vermelha que pode ser facilmente associada a uma vagina, e não sem razão o disco se chama Sexo. Bela a escolha. Também foram contempladas as capas dos discos de Marcelo Camello-Sou, de Caetano-, o último disco gravado por João, cuja capa traz a bela Camila Pitanga, levando o indicador à boca, como se pedisse silêncio. Tudo a ver! Outras escolhas merecem lembranças como as capas de discos do Monobloco, de Betânia, Sepultura, Sandy e Junior, Karina Bhur e outros mais.

Foto: Disco 10 do Monobloco

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