quarta-feira, 5 de julho de 2017

De Salvador até aqui gastamos 5 horas de relógio


A expressão faz parte, como tantas outras, de um modo de falar próprio do baiano, da capital, que não se limita a guetos, subúrbios, periferia da cidade, mas a maioria de seus habitantes, independente da classe ou do grau de instrução e posição social. Convivi na faculdade, locais de trabalho, amigos de prosa e de papo que utilizavam a expressão com uma naturalidade que nunca absorvi.

Sempre que ouvia, este expressão ( ...horas de relógio) imaginava que as horas também pudessem ser contadas através da ampulheta, da bússola, da mandala, do cruzeiro do sul, da estrela Dalva enfim de qualquer sinal da natureza ou de criações humanas dos primórdios da civilização e que pudessem ser gastas pelo seu uso.

Uma das características desta linguagem baiana é o uso de um palavrão para exprimir a nossa aprovação, elogio e mesmo crítica a um clube de futebol, uma banda de música, um artista, uma festa, uma celebração qualquer. Assim como, o Vitória montou um time da p(*), o mesmo pode se dizer que o Bahia é uma p(*), o que para o caso requer também, além da afirmação uma entonação na voz para expressar o prazer ou a indignação.


Palavras ou expressões como: A migué, água-dura, bota prá fudê, armengue, estrompado, empata-foda, Vixe Maria, zorra, grade, espanta-nigrinha, galera do mal, inhaca, e por aí vai, curioso e divertido. Talvez não estejam no Aurélio ou no Houaiss, mas é certo estarão no Dicionário Baianês do Nivaldo Lariú. “Fala baiano, no seu jeito de falar”, que vai se renovando a cada dia, em nosso linguajar, e que serão catalogadas por Lariú em mais verbetes para o seu dicionário  


Foto: Ilustrativa

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