A expressão faz parte, como tantas outras, de um modo de falar
próprio do baiano, da capital, que não se limita a guetos, subúrbios, periferia
da cidade, mas a maioria de seus habitantes, independente da classe ou do grau
de instrução e posição social. Convivi na faculdade, locais de trabalho, amigos
de prosa e de papo que utilizavam a expressão com uma naturalidade que nunca
absorvi.
Sempre que ouvia, este expressão ( ...horas de relógio) imaginava
que as horas também pudessem ser contadas através da ampulheta, da bússola, da
mandala, do cruzeiro do sul, da estrela Dalva enfim de qualquer sinal da
natureza ou de criações humanas dos primórdios da civilização e que pudessem
ser gastas pelo seu uso.
Uma das características desta linguagem baiana é o uso de um
palavrão para exprimir a nossa aprovação, elogio e mesmo crítica a um clube de
futebol, uma banda de música, um artista, uma festa, uma celebração qualquer.
Assim como, o Vitória montou um time
da p(*), o mesmo pode se dizer que o Bahia
é uma p(*), o que para o caso requer também, além da afirmação uma
entonação na voz para expressar o prazer ou a indignação.
Palavras ou expressões como: A
migué, água-dura, bota prá fudê, armengue, estrompado, empata-foda, Vixe Maria,
zorra, grade, espanta-nigrinha, galera do mal, inhaca, e por aí vai,
curioso e divertido. Talvez não estejam no Aurélio
ou no Houaiss, mas é certo estarão
no Dicionário Baianês do Nivaldo Lariú. “Fala baiano, no seu
jeito de falar”, que vai se renovando a cada dia, em nosso linguajar, e que serão
catalogadas por Lariú em mais
verbetes para o seu dicionário
Foto: Ilustrativa
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