terça-feira, 4 de junho de 2013

As cores do Pelourinho.

O Pelourinho anda distante de sua fase pós-recuperação de parte de seus casarões e da implantação de espaços culturais que dotaram a área de uma efervescência artística e gastronômica que com o passar dos anos e dos governos foi se diluindo ante o abandono público e o afastamento dos investidores comerciais. Frequentador da Galeria 13, bem antes do Pelourinho se tornar um atrativo turístico para a classe média nativa e dos inúmeros visitantes, o local era o paraíso dos vagabundos, prostitutas, bêbados e viciados em geral, a quem o bom Deraldo pedia a complacência daquela fauna para com os clientes de sua Galeria, misto de bar, restaurante, manifestações de artistas, poetas, cantores, malucos e, outros cômodos mais, encravado no “bas fond” do Maciel.

Começa daí e da Cantina da Lua o meu contato com o Pelourinho que foi se ampliando e a minha simpatia e admiração aumentando por aquele local da cidade que ainda hoje permanece, embora sem o encantamento de antes, pela ausência de uma intervenção governamental em parceira com o meio empresarial na manutenção de um espaço arquitetônico e histórico único na cidade.

Todas as vezes que volto a Salvador, passo pelo Pelourinho, ou para um papo com Drica, a baiana de acarajé mais simpática da Bahia, uma cerveja na Mercearia de Nilson, na Cantina de Clarindo, peça ou show no Teatro SESC-SENAC, no XVIII a casa de espetáculo da querida Aninha Franco em fase de reabertura em breve ou um filme nacional no Cine XIV. O Pelourinho agoniza, mas não morre, pelo menos se depender da minha presença pelas pedras seculares de suas ruas, becos e vielas.
 
Foto: Vista a partir da Fundação Casa de Jorge Amado

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