O Pelourinho
anda distante de sua fase pós-recuperação de parte de seus casarões e da implantação
de espaços culturais que dotaram a área de uma efervescência artística e
gastronômica que com o passar dos anos e dos governos foi se diluindo ante o
abandono público e o afastamento dos investidores comerciais. Frequentador da Galeria 13, bem antes do Pelourinho se tornar um atrativo turístico
para a classe média nativa e dos inúmeros visitantes, o local era o paraíso dos
vagabundos, prostitutas, bêbados e viciados em geral, a quem o bom Deraldo pedia a complacência daquela
fauna para com os clientes de sua Galeria,
misto de bar, restaurante, manifestações de artistas, poetas, cantores, malucos e, outros cômodos mais, encravado no “bas fond” do Maciel.
Começa daí e da Cantina da Lua o meu contato com o Pelourinho que foi se ampliando e a minha simpatia e admiração aumentando
por aquele local da cidade que ainda hoje permanece, embora sem o encantamento
de antes, pela ausência de uma intervenção governamental em parceira com o meio
empresarial na manutenção de um espaço arquitetônico e histórico único na
cidade.
Todas as vezes que volto a Salvador, passo pelo Pelourinho,
ou para um papo com Drica, a baiana
de acarajé mais simpática da Bahia, uma cerveja na Mercearia de Nilson, na Cantina
de Clarindo, peça ou show no Teatro
SESC-SENAC, no XVIII a casa de espetáculo
da querida Aninha Franco em fase de
reabertura em breve ou um filme nacional no Cine XIV. O Pelourinho agoniza, mas não morre, pelo menos se depender da
minha presença pelas pedras seculares de suas ruas, becos e vielas.
Foto: Vista a partir da Fundação Casa de Jorge Amado
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