terça-feira, 11 de junho de 2013

Político e poeta nas horas vagas (todas).

Certos políticos brasileiros talvez para purgar pecados cometidos em nome de uma possível missão popular, se revestem de uma aura literária e desandam a escrever romances, contos, crônicas e até poesia, na tentativa de amenizar a canalhice com que serão imortalizados pela história. O mais notório e mais próximo exemplo de político literato é o Zé Sarney, que alem de dono do Maranhão é “ex” de tantos altos cargos da República quanto os livros que já cometeu, entre eles o livro de poesia Marimbondos de Fogo, um tremendo sucesso de público e crítica nos latifúndios do Ribamar

 O mais recente caso de amor pela literatura foi dado pelo atual Vice-Presidente da Republica, Michel Temer, que autor de várias publicações acadêmicas, versando sobre direito, caiu de pendores pela poesia com o recém-lançado Anônima Intimidade, que deve fazer companhia aos Marimbondos do Sarney no quesito inutilidade poética.
 
Não é necessário ler uma estrofe sequer da obra (mesmo!) para não embaçar aqueles que sua memória guarda e que traz a assinatura de Pessoa, Drummond, Quintana, João Cabral, Brecht, mas basta saber como curiosidade que os 150 poemas do Michel Temer foram escritos em guardanapos de restaurante. Pelas dimensões de um guardanapo e aquilo que ele pode conter como poesia, as do Vice-Presidente devem ser haikai, sonetos, trovas, quadras, quadrinhas e nunca algo como A Divina Comédia ou Os Lusíadas porque aí seria necessário um rolo de papel higiênico.

Charge: Clayton

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