terça-feira, 18 de junho de 2013

Cidade muda, não muda!

Este foi um dos muitos cartazes visto nas manifestações de ontem em São Paulo e que expressa a motivação e a indignação da juventude brasileira que aos poucos vai se espalhando por todo o país, já apresentando o número impressionante de 100 mil pessoas no centro do Rio. O que se iniciou em São Paulo como protesto pelo aumento das passagens de ônibus, pretexto que por si só não justificaria o movimento, ganha corpo com conotações represadas, presentes e passadas. A insegurança urbana, o descaso com a saúde pública, a educação, a corrupção política, a roubalheira e a ladroagem na concepção de eventos, de prioridade duvidosa, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, no próximo ano, tudo ao mesmo tempo juntos no caldeirão ou no paiol de pólvora em que está sentada a sociedade brasileira, pronta prá explodir.

Ontem à noite, a TV Globo interrompia seguidamente a sua programação normal, como se houvesse alguma normalidade na exibição de novelas, para dar flashs das manifestações em São Paulo e no Rio. Em determinado momento uma reporter de rua que acompanhava a manifestação no Rio, ao se aproximar da Cinelândia, já no ar, descreveu o que estava acontecendo naquele largo e informava o teor das palavras de ordens gritadas pelos manifestantes, inclusive contra a TV Globo. Opa! Enfim a imparcialidade e a exatidão da informação batiam na porta global. Neste instante a reporter foi interrompida pela bela Patricia Poeta para que ela assumisse o comando da notícia e fizesse, pelo seu patrão, a profissão de fé democrática da empresa e a crença inabalável na liberdade de expressão e no modo imparcial como a TV Globo sempre tratou estes acontecimentos populares. Meu Deus, quase choro de emoção.

Mas, espírito de porco, fui lembrar a primeira eleição de Brizola ao governo do Rio e a malandra contagem de votos pela Proconsult; o pisar em ovos ao noticiar os acontecimentos de 1º maio de 1981 no Riocentro em comemoração ao Dia do Trabalho; a omissão informativa inicial às monomentais concentrações em torno da campanha das Diretas Já; o último debate criminosamente editado entre Lula e Collor; o muro em que ficou quando do impeachment do Caçador de Marajás... Enfim, são pecados demais para serem purgados em praça pública, numa hora dessas. Plim...Plim! 

Foto: Repressão policial 

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