sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ninguém precisa saber, o que houve entre nós.

Às vezes quando a insônia resolve fazer uma visita, indesejada, como esta noite/quase dia, sem saída ligo o rádio, sintonizo a Rádio Globo-Rio e procuro o programa do Beto Brito. Desta vez quando encontrei a sintonia, o Eduardo Araujo (um dinossauro da Jovem Guarda) cantava Ave Maria no Morro, do Herivelto Martins. Finda a cantoria, o Beto Brito contou uma história a respeito da gravação que tínhamos acabado de ouvir, em que o filho de Herivelto, Pery Ribeiro se mostrou indignado com a blasfêmia cometida com um clássico da música brasileira, desvirginado por guitarras, teclados, baixo elétrico e a voz nada tolerável do marido da Silvinha. O Herivelto ouviu o aborrecimento do filho e ponderou: “Meu filho. Não há mal nenhum nisto, pelo contrário, é a forma como as novas gerações poderão conhecer a minha música”, sinalizando que os jovens em determinadas circunstâncias são mais conservadores e preconceituosos, que a galera da terceira idade.

Bingo! Lembrei do novo disco da Bruna Caram, em que ela resgata um outro clássico do Herivelto Martins, o samba-canção Segredo (“ninguém precisa saber o que houve entre nós”). Só que desta vez a tarefa foi entregue ao maestro e arranjador Otávio de Moraes, que deu à canção toques portenhos de Astor Piazzolla e conta com a presença luxuosa de Marina de La Riva nos vocais. Pery, que já não está entre nós, por certo aprovaria!

Foto: Marina de La Riva

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