terça-feira, 6 de junho de 2017

Acarajé desfigurado


Quando passei uma temporada em Jacobina a serviço da Secretaria da Fazenda do Estado e onde pretendia residir, sentia que havia alguma coisa fora de ordem. Nos finais de semana, em especial nas sextas feiras, ia sempre ao Largo da Missão tomar cerveja, ouvir música ao vivo e pegar uns tira-gostos como forma de aplacar a solidão do quarto de pensão e a saudade de casa. 

Numa dessas ocasiões, fui experimentar o acarajé de uma baiana que fazia ponto no largo e que só chegava depois das seis, já encontrando uma pequena fila de seus clientes a espera do quitute. Ao pedir um acarajé observei espantado que o recheio que acompanharia o dito cujo era carne moída com rajadas posteriores de ketchup. 

De imediato recusei a heresia e pedi sem qualquer acompanhamento, mas puro e original como o seu principio. Os exemplos da descaracterização ou de adaptação indevida a costumes seculares são encontrados sem muita busca. A minha vontade de voltar pra casa, aumentou

Foto: Acarajé

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