sexta-feira, 23 de junho de 2017

Escândalo ambulante


No documentário, Coisa mais linda – História e casos da bossa nova, o compositor Roberto Menescal um dos condutores do filme, junto com Carlos Lyra, conta uma história interessante sobre a atriz Norma Benguel, famosa na noite, em espetáculos de vedetes do Carlos Machado.

Ela já havia sido protagonista do primeiro nu frontal do cinema brasileiro e pela sua aproximação com o pessoal da bossa nova acabou gravando um disco com a participação de Vinicius de Moraes. O disco trazia na capa o modo como Norma gostava de andar, nua, embora envolta em sombras, fundo escuro que deixava à mostra apenas sua silhueta, suas curvas, mas nada de escândalo.

O hoje cineasta Cacá Diegues que na época era estudante de Direito na PUC e presidente do diretório fez contato com seus amigos que freqüentavam o grupo da bossa nova e convidou a turma para uma apresentação no teatro de arena da faculdade.

Pediu permissão à reitoria católica que concordou com o espetáculo, contanto que a Norma Benguel não viesse. Tentaram demover a direção da PUC da censura, que não deu ouvido e permaneceu irredutível, já que Norma para os padrões da época e em especial para a Igreja Católica era um escândalo ambulante. 

Foto: Norma Benguel

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