quarta-feira, 28 de junho de 2017

O sonho, a vida, a roda viva


O MPB4 foi o mais bem sucedido grupo vocal da música brasileira a partir dos anos 60 e mais precisamente na década de 70, uma espécie de herdeiros de Os cariocas, só que politizado, mas com vocalizações tão perfeitas como daquele grupo pré-bossa nova. Acompanhante de Chico Buarque em alguns festivais e shows, o MPB4 passou a refletir em seu repertório uma tendência política com forte repercussão no público universitário. Era uma música engajada.

Mas, com a redemocratização do país (um nome pomposo para uma, hoje, democracia mambembe) e com o abrandamento e fim da censura, o grupo teve que reciclar o repertório com canções que nem sempre caíram no gosto popular e mesmo de seus admiradores mais fieis. A saída de Ruy Faria (o simpático baixinho abusado do grupo) e mais recentemente com a morte de Magro o grupo teve que se refazer com novos integrantes, mas mantendo Miltinho e Aquiles da formação original.

Os tempos definitivamente são outros como retrata o CD, O sonho, a vida, a roda viva, lançado o ano passado em comemoração aos 50 anos de carreira. Novos compositores foram arregimentados para a participação no disco, de qualidade indiscutível e, com a sonoridade que, nós fãs, já nos acostumamos. Vez por outra, em alguns arranjos, bate uma saudade dos vocalistas Ruy e Magro, inconfundíveis, mas que os seus substitutos não deixam cair. Vale ouvir, caso tenha oportunidade.

Vídeo: Youtube

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