sábado, 10 de junho de 2017

Que país é esse?


Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
...
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste
!

A gente tenta, mesmo sem muita fé, mas tenta. Quer amar, ter orgulho, fazer cafuné, espremer espinhas e cravos, tirar bicho de pé, até fazer faxina nas instituições como sonhamos nos anos sessenta; mas poeta, tá difícil, o trem tá feio. 

Os tempos são outros, Bilac, não tão parnasianos e formais como os que você viveu. Hoje, por aqui, mal nos recompomos de uma vergonha, uma indignidade, vem outra mais avassaladora que a anterior. 

E assim de desonra em desonra vamos compondo a nossa tragédia diária, bem distante de seu ufanismo babaca (desculpe, poeta) e deste sentimentalismo derramado, manchando a toalha de linho da sala de jantar.

Versos: Fragmentos de A Pátria - Olavo Bilac

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