Se em 2017 lembra-se do surgimento do tropicalismo
e seus expoentes, comemorando os seus 50 anos, também deve ser lembrado Milton Nascimento que teve três canções
classificadas no Festival Internacional
da Canção de 1967, no Rio, algo inédito para qualquer grande compositor da
época, ele um ainda desconhecido.
Mais ainda, merece a reverência de estar ali
surgindo uma verdadeira usina musical em que Travessia seria uma espécie de marco zero de sua carreira, obtendo
o segundo lugar na classificação geral do Festival.
O seu primeiro disco lançado naquele ano, além da Travessia já trazia obras primas como Morro Velho, Três Pontas e Canção de Sal, já gravada por Elis.
Faz parte deste disco também uma de suas muitas
parcerias com Fernando Brandt, a
canção Outubro, que por algum tempo
estranhei o título por achar pouco relevante uma canção em homenagem a um mês
do ano que nada tinha para ser reverenciado.
Mas, tinha, e muito. A proporção que a sua
parceria com o Fernando Brandt ganhava
alguma densidade política, a canção Outubro se justificava, pois fazia referência a revolução russa de outubro de 1917, que também aniversaria
este ano, fazendo 100 anos de vitórias e tropeços, mas marcando para sempre a
história contemporânea da humanidade.
Foto: Milton Nascimento
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