quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Barra pesada


Tudo mudou, o Porto da Barra também. Não se anda mais pelo Porto como se andou, mergulhou e pegou bronze em suas areias e perambulou em sua noite, em seus bares, em busca de aventuras, sem sobressaltos. Ali, era comum encontrar Caetano e seus amigos, Novos Baianos, malucos de todas as gradações, artistas em busca de plateia ou jovens libertárias dos anos 70. 

Também passaram por lá ginasianos da “cidade alegre” que imaginando ser o mar apenas um açude maior que o de Mamede ou o Pontilhão, por pouco, muito pouco, boa parte não ficou em suas profundezas, deixando pra trás professores e colegas em excursão de final de ano, aflitos

Era outra Barra, uma “barra limpa”, distante do caos que passaram a ser seus domingos. A urbanização do local, em recente reforma, não trouxe a paz que todos queriam, pelo contrário até, pois são freqüentes facadas, tiros, roubos, e pivetes aos borbotões.

Domingo passado ao descer no Farol, iniciando uma caminhada até o Porto, passei em uma agência do Banco do Brasil e segui a Marques de Leão, uma rua paralela a orla. Deserta, sem a movimentação habitual dos dias úteis, a rua apresentava o cenário ideal para ação de malandros. 

Avistei adiante de mim três adolescentes, dois deles sem camisa, gesticulando bastante e olhando para trás e às vezes apontando para frente. Senti que seria vítima de um ataque e, parei em uma esquina como se aguardasse um taxi. 

Quando passa por mim um jovem correndo, tentando se livrar da emboscada que os três tinham armado para tomar seu celular e, segui a correria do garoto até chegar a orla. Por pouco, eram os três em ação. 

Foto: Porto da Barra

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