Tudo mudou, o Porto da
Barra também. Não se anda mais pelo Porto
como se andou, mergulhou e pegou bronze em suas areias e perambulou em sua
noite, em seus bares, em busca de aventuras, sem sobressaltos. Ali, era comum
encontrar Caetano e seus amigos, Novos Baianos, malucos de todas as
gradações, artistas em busca de plateia ou jovens libertárias dos anos 70.
Também passaram por lá ginasianos da “cidade alegre” que imaginando ser o mar apenas um açude maior que o de Mamede ou o Pontilhão, por pouco, muito pouco, boa parte não ficou em suas profundezas, deixando pra trás professores e colegas em excursão de final de ano, aflitos
Era outra Barra, uma “barra
limpa”, distante do caos que passaram a ser seus domingos. A urbanização do
local, em recente reforma, não trouxe a paz que todos queriam, pelo contrário
até, pois são freqüentes facadas, tiros, roubos, e pivetes aos borbotões.
Domingo passado ao descer no Farol,
iniciando uma caminhada até o Porto,
passei em uma agência do Banco do Brasil
e segui a Marques de Leão, uma rua
paralela a orla. Deserta, sem a movimentação habitual dos dias úteis, a rua
apresentava o cenário ideal para ação de malandros.
Avistei adiante de mim três
adolescentes, dois deles sem camisa, gesticulando bastante e olhando para trás
e às vezes apontando para frente. Senti que seria vítima de um ataque e, parei
em uma esquina como se aguardasse um taxi.
Quando passa por mim um jovem
correndo, tentando se livrar da emboscada que os três tinham armado para tomar
seu celular e, segui a correria do garoto até chegar a orla. Por pouco, eram os
três em ação.
Foto: Porto da Barra
Nenhum comentário:
Postar um comentário