quarta-feira, 8 de abril de 2015

Saudades (ou não) do Brasil


Nunca sai do país a passeio, e creio que neste estágio da vida não mais farei visto que a sempre adiada viagem de volta a Fortaleza, se depara cada vez que menciono a compra das passagens... de ônibus, o mundo parece desabar sobre a minha cabeça, com os mais veementes argumentos sobre a particidade das viagens de avião, etc e tal, que acabo vencido e esquecendo a nova visita a capital cearense. 

Mas não queria falar do medo de avião, mas da saudade que sempre ronda alguns viajantes depois de certo tempo longe da terrinha em viagens de férias, estudos e mesmo por alguma permanência mais demorada do outro lado do Atlântico. Saudade daquilo que nos faz falta como, os familiares, os amigos, os artistas, a música, shows, filmes, nossos times de futebol, os bares que frequentamos, a praia onde nos refestelamos sob o sol de Itapuã, Aleluia, Ipitanga, Litoral Norte por aí afora.

Li recentemente um artigo do Professor Pasquelle Neto sobre a “saudade” e a sua correspondente semântica a “nostalgia” nas línguas em que o nosso vocábulo não é encontrado e ele acaba falando do duplo sentido que a nostalgia tem no Brasil. “Há o literal, o da dor do regresso, de querer voltar, mas de voltar ao que só Brasil me deu e dá. E o outro sentido (antagônico) é da dor de encarar um país de "petistas" e "antipetistas" a disputar a taça da boçalidade, de quem expressa o pensamento mais estúpido; um país em que seres desprezíveis usam seus carros como tanques de guerra; um país em que imbecis me obrigam a ouvir, em volume altissímo, a péssima música que cultuam” e por aí vai o Professor

E ele então, desencantado, finaliza, “aí só é possível sentir nostalgia ao contrário, ou seja, sentir a dor causada pelo retorno”.

Foto: Ilustrativa

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