Nunca sai do país a passeio, e creio que neste
estágio da vida não mais farei visto que a sempre adiada viagem de volta a Fortaleza, se depara cada vez que
menciono a compra das passagens... de ônibus, o mundo parece desabar sobre a minha
cabeça, com os mais veementes argumentos sobre a particidade das viagens de
avião, etc e tal, que acabo vencido e esquecendo a nova visita a capital
cearense.
Mas não queria falar do medo de avião, mas da saudade que sempre ronda
alguns viajantes depois de certo tempo longe da terrinha em viagens de férias,
estudos e mesmo por alguma permanência mais demorada do outro lado do Atlântico. Saudade daquilo que nos faz
falta como, os familiares, os amigos, os artistas, a música, shows, filmes, nossos
times de futebol, os bares que frequentamos, a praia onde nos refestelamos sob
o sol de Itapuã, Aleluia, Ipitanga, Litoral
Norte por aí afora.
Li recentemente um artigo do Professor Pasquelle Neto sobre a “saudade”
e a sua correspondente semântica a “nostalgia” nas línguas em que o nosso vocábulo não é
encontrado e ele acaba falando do duplo sentido que a nostalgia tem no Brasil. “Há o literal, o da dor do
regresso, de querer voltar, mas de voltar ao que só Brasil me deu e dá. E o outro sentido (antagônico) é da dor de encarar
um país de "petistas" e "antipetistas" a disputar a taça da boçalidade, de quem
expressa o pensamento mais estúpido; um país em que seres desprezíveis usam
seus carros como tanques de guerra; um país em que imbecis me obrigam a ouvir,
em volume altissímo, a péssima música que cultuam” e por aí vai o Professor.
E ele então, desencantado,
finaliza, “aí só é possível sentir nostalgia ao contrário, ou seja, sentir a
dor causada pelo retorno”.
Foto: Ilustrativa
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