Moda é tudo aquilo que é produzido em serie, como
numa linha de montagem, embora se queira ser diferente sem largar a banda dos
contentes. Segue-se o comportamento geral, mas sempre imaginando colocar um
toque pessoal de originalidade em algo que se repete, que se copia, que se
reproduz.
É igual, sem ser o mesmo, ou mesmo que seja, já que esta possível
diferença no padrão nada significa no conjunto de caras, bocas, roupas,
cabelos, cores, calçados, linguagem dança, baladas que todos usam e frequentam.
Usei cabelos compridos, caídos nos ombros num
tempo em que os salões de beleza, não eram redutos propriamente masculinos,
embora alguns mais corajosos se arriscassem, mesmo arcando com as consequências
de arranhões em suas reputações.
De todo modo era melhor que se apresentar com
aqueles cabelos longos e sujos, untados de óleo e cremes de pentear numa
tentativa de aplacar a rebeldia de fios que nem a toca de meia usada durante
toda a noite era suficiente para domar a juba em fúria, quando exposta à
primeira rajada de vento.
Éramos padronizados quanto aos cabelos compridos, mas
desiguais nas condições materiais de mantê-los num padrão mínimo de higiene, já
que no rebanho tínhamos as nossas próprias diferenciações.
Foto: Ilustrativa
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