Profético, visionário, o poeta
mineiro Carlos Drummond de Andrade
publicou no jornal de Itabira – MG, o
Cometa Itabirano, em 1984, versos
que 31 anos depois parecem chorar antecipadamente o desastre que atravessa o Rio Doce.
Embora premonitório, os versos
de Drummond traz o conhecido viés crítico
e político sobre uma Minas Gerais
que só existe na memória afetiva do poeta, onde tudo é lembrança, nostalgia
ante o desenvolvimento avassalador dos dias que correm.
O Rio?
É doce.
A
Vale? Amarga.
Ai,
antes fosse mais leve a carga.
Entre
estatais
E
multinacionais,
Quantos
ais!
A
dívida interna.
A
dívida externa
A
dívida eterna.
Quantas
toneladas
exportamos
de ferro?
Quantas
lágrimas disfarçamos
Sem
berro?
Foto: Rio Doce
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