terça-feira, 24 de novembro de 2015

O Rio é doce, a Vale amarga

Profético, visionário, o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade publicou no jornal de Itabira – MG, o Cometa Itabirano, em 1984, versos que 31 anos depois parecem chorar antecipadamente o desastre que atravessa o Rio Doce.

Embora premonitório, os versos de Drummond traz o conhecido viés crítico e político sobre uma Minas Gerais que só existe na memória afetiva do poeta, onde tudo é lembrança, nostalgia ante o desenvolvimento avassalador dos dias que correm.
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse mais leve a carga.

Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!

A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.

Quantas toneladas
exportamos de ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?

Foto: Rio Doce

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