Desde a estreia de Cabaré da Rrrrrraça, em 1997, já devo ter visto umas três ou quatro
vezes o espetáculo, como ontem, numa noite fria e chuvosa, aproveitando a
proximidade do Teatro Vila Velha de
onde moramos. Muito ou nada mudou, a não ser a presença de novos atores,
substituindo, hoje, estrelas globais como Lázaro
Ramos e Érico Brás, por exemplo,
entre outros atores que partiram para carreira solo desvinculada do Bando de Teatro Olodum.
Pequenas alterações no texto atualizando-o não
comprometem a essência do que é discutido nas duras horas de espetáculo didático,
panfletário e interativo como é lembrado no início da peça. Assim a plateia é
instada a opinar o que mais lhe incomoda, se o racismo do branco contra o
negro; do negro contra o branco ou do negro contra o negro mesmo, entre outras
abordagens. Além de questionar o espectador, geralmente negro, se já foi vítima
de racismo e, as histórias surgem vergonhosas como é de fato a discriminação.
O espetáculo merece ser visto até por quem não se
acha capaz dessas atitudes segregacionistas, mas que afloram inconsciente no
cotidiano, frutos de deformações familiares e principalmente educacionais de todos nós.
Foto: Ilustrativas
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