O disco Tropicália
ou Panis et circenses comemora 50 anos de seu lançamento e que deflagrou o
movimento tropicalista com Caetano, Gil,
Gal, Tom Zé, Mutantes, Rogério Duprat, Nara Leão Torquato Neto, Capinam
entre outros, mudando para sempre o rumo da música brasileira. Inserindo de vez
a nossa música em seu próprio caldeirão musical, ressurgindo revitalizada e em
sintonia com os novos acordes de um novo tempo.
Logo na primeira faixa, Gil já anuncia em Miserere
Nobis, “já não somos como na chegada/calados e magros esperando o jantar/na
borda do prato se limita a janta/as espinhas do peixe de volta pro mar”. Daí em
diante “a manhã tropical se anuncia”, trazendo a reboque Vicente Celestino, Oswald de Andrade, Frank Sinatra, Mangueira e Senhor
do Bonfim, todos juntos e compondo um doce e trágico mosaico da cultura
nacional, com seus protagonistas e assimilações globais.
Tudo é inquietante e provocador, como os versos
“sobre a cabeça os aviões/sobre os meus os caminhões/aponta contra os chapadões
meu nariz/eu organizo o movimento/eu oriento o carnaval/eu inauguro o monumento/no
planalto central do país”. Poesia fracionada, colagens, lado a lado personagens
distantes, mas representativas da imensa geleia geral brasileira. Tropicália ou Panis et circenses não é
só um marco revolucionário da nossa música, mas um dos mais importantes discos
já gravados por aqui, um dos 10 mais.
Foto: Ilustrativa
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